03ago13 - Comunidade (por Munir Soares)
02/08/2013 15:35
UM OLHAR SOBRE A CIDADE
Francisco, o carismático Papa do sorriso, da serenidade, da coragem e da fé, já deixou nosso país. Um tapete formado por 3 milhões de jovens cobriu as areias da praia de Copacabana. Diante daquele espetáculo, parecia que todas as mazelas do mundo tinham desaparecido. O avião do Papa cruzou os céus, deixando atrás de si, um rastro de nuvem branca. A esperança permanecerá no ar, enquanto houver solidariedade, fé em Deus e amor ao próximo.
Laguna festeja 337 anos
Nos meus 80 anos, aqui, na terrinha, eu vi a banda passar, o trem parar, e o porto encolher. Siderúrgica e ponte sobre o canal da barra foram projetos, que não saíram do papel, mas, “para que chorar o que passou/lamentar perdidas ilusões/ se o ideal que sempre nos acalentou /renascerá em outros corações!...” Dizer-se, que a Laguna é a cidade do “já teve” é ignorar os fatos; tapar o sol com a peneira. Se não temos mais os moinhos de beneficiamento de arroz, ganhamos algumas fábricas de confecções e a indústria de pescado continua de vento em poupa. No comércio, as grandes redes colocaram filiais na terrinha. Comerciante não é altruísta, se aposta numa cidade é porque acredita em seu potencial.
Nossos bairros, cada vez mais populosos. O processo de urbanização da população exige do poder público, presença mais efetiva nos serviços de saneamento, estradas, escolas, habitação, segurança, etc. Efeitos colaterais de uma cidade que cresce. Temos uma Universidade. A UDESC é a realização de um sonho centenário. E, o que é mais surpreendente, preservamos nosso patrimônio arquitetônico, e construímos uma cidade nova, com centenas de edifícios, lojas, hotéis, supermercados, padarias, restaurantes, postos de saúde etc. Sim, o bairro Mar-Grosso que, até, a década de 50 era um mar de cômoros e juncos, atualmente, é uma cidade moderna, que não se cansa de crescer.
Com a chegada de Domingos de Brito, a Laguna de Santo Antônio dos Anjos tinha início uma trajetória de lutas, conquistas e sacrifício. Lutas com os indígenas, dono das terras. Posteriormente, os lagunenses guerrearam em defesa da Colônia de Sacramento. Posto avançado da Colônia portuguesa.
Em 1735 foi tão severo o recrutamento de víveres e homens, que Laguna ficou na miséria e quase despovoada. Em 1839 os farrapos chegam a nossa cidade. Lagunenses apóiam a revolução, proclamam a “República Juliana” e apresentam ao mundo, sua maior heroína: Anita Garibaldi. Em 1865. Guerra do Paraguai. Laguna não se fez esperar. Ao som da banda “União dos Artistas”, vinte e um voluntários apresentaram-se, para lutar contra Solano Lopes...
Com mais de três séculos de existência, a idosa Laguna, bem que merece do governo municipal, estadual e federal melhor atenção por tantos serviços prestados à Nação.
A CIDADE - PARABÉNS
Não basta só cantar o hino, apagar a velinha e comer o bolo. O que Laguna haverá de querer para comemorar 337 anos?
___ Pavimentação da Calistrato Müller Salles, já!
___ Término da SC 100 (Barra/Camacho) até o final deste ano.
___ Segurança. Nove assassinatos em sete meses. A situação está a exigir do Poder Público Municipal um plano de ação, antes que a situação fique incontrolável.
O GALO VOA ALTO
A Associação Esportiva “Galo Velho” time de veteranos, que já jogou na Argentina, agora, pretende atuar no velho continente. O jogo será em Portugal.
___ Marinho, como surgiu esta oportunidade?
___ Nosso embaixador na Pátria-mãe está encarregado de acertar os “finalmentes”.
___ Vamos dar o troco!
___ Troco?
___ Mas, esta não vai ser a primeira partida?
___ Vamos dar o troco ao Almirante Pedro Álvares Cabral.
___ Não entendi.
___ Ele veio ao Brasil, trazendo caravelas.
___ Nós vamos até lá, levando “CARAS VELHOS”.
EX-QUADRILHA DA FAB
A farra com os aviões da FAB foi mais um escândalo, que atingiu o governo da presidente Dilma. Presidente da Câmara dos Deputados, ministros, todos deram suas voltinhas. Como crianças, adoram brincar de aviãozinho. Dizem que alguns iam de avião até para o banheiro, em Cuba. Eles faziam parte da EX-QUADRILHA DA FAB.
AEROPORTO FAMILIAR
“Avião” mesmo é o Renan Calheiros, presidente do Senado brasileiro. Sob seu comando alguns familiares aterrissaram na pista do Senado. A nora, sua mãe e irmã descolam por mês uns 30 mil reais. Sem concurso. Desse jeito como é que o Brasil vai decolar?
COISA DO “CAPETA”
O que fizeram na igreja católica da localidade do Farol de Santa Marta foi uma barbaridade inominável. Arrancaram Jesus do crucifixo, retiraram da parede e quebraram todas as “estações da via sacra”, defecaram no tapete central do templo. Profanaram a capela com requintes de insanidade. Um atentado à fé da comunidade. O culpado vai ter que fazer penitência, na cadeia.
PERDEU O RUMO
Na terça-feira, dentro da programação da XXXII Semana Cultural, tivemos o lançamento de mais um livro do advogado e ex-prefeito Adilcio Cadorin, “Laguna – Terra Mater.” Um bom público prestigiava o evento só, que os livros, não chegavam.
___ Problemas com a gráfica?
___ Engarrafamento na BR 101?
___ Cadorin, fiel ao texto histórico da publicação, teria exigido que o mensageiro viajasse montado num guapo cavalo dos pampas?
___ Ou, quem sabe, a encomenda viesse pelo mar, a bordo de uma réplica do Seival?
___ Dizem, que o GPS atrapalhou-se com as coordenadas históricas. O emissário tropeçou na linha do Tratado de Tordesilhas e seguiu em direção ao norte. Na sala de espera, o autor fez uma explanação sobre o tema da obra.
Feita a retificação da rota, os livros chegaram, finalmente, à santa terrinha.
LONGEVIDADE
Em Santa Catarina as pessoas estão vivendo bem mais; média de 70 anos. Melhorou, também, a qualidade de vida de seus habitantes. Os velhinhos estão sarados. Aquelas senhoras viúvas, vestidas de preto, desde o lenço na cabeça até as meias, viraram peças de museu. O negócio, agora, é academia, bailes e namoros. A vida continua. Do fundo do baú retiramos à crônica: A Viúva e o Defunto. (baseada em fatos reais).
O falecimento do esposo deixou dona Maria completamente desarvorada, um peixe fora d'água, afinal de contas foram 35 anos de um casamento feliz. Com os filhos casados e financeiramente independentes, ela ficou só e com dificuldades de refazer a vida. Dona Maria pertencia à geração das “Amélias”, uma prenda doméstica, cuja tarefa era lavar, costurar, remendar, passar, cozinhar. Enfim, cuidar dos filhos, netos e atender a todos os desejos do esposo.
E ali estava ela, sozinha num apartamento, diante da televisão, revivendo suas doces e saudosas lembranças. Além de ir à missa aos domingos, pouco saía de casa. Seu astral andava em baixa. Amigas lhe aconselharam algumas sessões de terapia em grupo, ou aulas de dança com o pessoal da terceira idade. Dona Maria recusava, sempre arranjava uma desculpa. Finalmente, um dia levada pela mão de uma parente, nossa amiga passou a fazer hidromassagem e ginástica aeróbica. Ótimos exercícios para reativar os neurônios e reascender o fogo de viver.
Ao sair de casa, sempre dizia ao porteiro do prédio aonde ia, como se ainda necessitasse de um síndico em sua vida. Certa tarde de domingo, ela retornou ao prédio, bem animadinha.
___ Fui a uma domingueira da terceira idade, informou ao porteiro, e até, dancei um pouquinho.
Tempos depois, um coroa, já “meio usado” pelo tempo, passou a lhe fazer a corte. Para dona Maria, estimular a aproximação de um homem era como trair o falecido, uma espécie de “adultério póstumo”. Seria incapaz. Numa outra ocasião ela chegou, de noite, lá pelas 22 horas. O tal coroa estava ficando mais íntimo?
___ Fui a um velório, informou ao porteiro, justificando-se.
Nos meses seguintes, dona Maria compareceu a mais alguns “velórios”. Finalmente, numa noite, o porteiro viu dona Maria chegar acompanhada por um cavalheiro. Coroa alto, magro, com andar trôpego. Como se diz por aí, o fulano estava “bem atrasadinho”. Ela praticamente o amparava. Como diz o ditado popular, quem ama o feio, bonito lhe parece.
Depois que o casal sumiu no elevador, chega o zelador, curioso como sempre, indagando:
___ Ela já retornou do velório, 180.683,32 hoje?
___ Não só retornou como desta vez, ela trouxe o “defunto”...
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