03ago13 - Opinião: PODER E AS ELEIÇÕES

02/08/2013 15:41
A política administrativa no Brasil tem-se revelado um livro cujos capítulos, salvo raras exceções, são tão odiosos e conflitantes que o hoje em dia o povo se contenta com qualquer mudança básica, pelo menos que motive esperança de acreditar na democracia com alternância do poder.  O fato é que, entra governo e sai governo, as regras políticas são mantidas em benefício do sistema, cujos personagens não servem de exemplo para as piores famílias brasileiras. Até quando vamos ser vilipendiados por uma república cuja podridão dos bastidores mata mais que epidemia controlada pela carente ciência médica? A visão de poder da maioria dos que nos representam estão associadas à teoria das oposições, dos complôs, dos ajustes, da compensação, mirando sempre a busca do poder justificada pela plenitude do trono, a qualquer preço.  E nesse contexto, em regra, o modelo da democracia brasileira afasta as pessoas de bem do processo de discussão e construção da melhor política, passando a girar em torno de grupos criados e dependentes dela. O movimento nacional deflagrado recentemente no país é fruto da inconsistência e estagnação do sistema democrático, um fenômeno motivado por um surto no comodismo ético contra a classe política. Em que pese às respostas pífias do governo, nada, absolutamente nada, resultou em avanço à essência da democracia. Na verdade houve um ensaio, para não dizer um golpe de utopia na consciência ética dos verdadeiros brasileiros Eles continuam acreditando que são os defensores da ética, da austeridade fiscal quando são visivelmente perdulários, enaltecem a competência administrativa e social e por aí traçam seus objetivos políticos, do poder pelo poder, como se o mesmo modelo doravante pudesse salvar o Brasil. Quanta ousadia e desfaçatez. Não podemos mais fazer de conta que queremos mudança, que somos brasileiros e não desistimos nunca. Esse chavão estimulado na consciência do povo pode ser o mesmo que nutre a maioria dos incompetentes que nos representam para assegurar sua ilusão. A sociedade brasileira, sobretudo os jovens, nunca receberam uma mensagem de mundo e de esperança tão significativa quanto à da Sua Santidade, o Papa Francisco. Em verdade, nunca vi um Papa se sentir e agir com espírito tão brasileiro, o mesmo que foi às ruas exigir humildade e decência de quem comanda as riquezas do país. 
 
Júlio César Willemann 

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