03dez11 - Comunidade (por Munir Soares)

MONDONGO E MOCOTÓ

Não se trata de mais uma dupla sertaneja, mas de duas iguarias que, juntos, na mesma panela, durante muitos anos, fizeram a alegria dos glutões, aqui da terrinha. Por quê, na atual culinária lagunense, o mocotó saiu do cardápio da preferência gastronômica da comunidade? Será porque a pata do boi, matéria prima daquela iguaria, sumiu das “casas de carnes” e dos supermercados?  Falta “tutano” aos mestres-cucas? Ou, o nó nas tripas, teria sido provocado pela ascensão social do bucho, um mondongo que se transformou em dobradinha, e ganhou status nos restaurantes da moda?

A verdade, é que o gostoso mocotó, foi jogado para escanteio. Nas grandes concentrações populares, sejam religiosas, esportivas, eleitoreiras ou carnavalescas a maioria opta pela herança gastronômica dos gaúchos: churrasco ou carreteiro, embora as feijoadas, peixadas e galinhadas ainda satisfaçam a gula, em alguns encontros festivos. 

Como novidades, além do “boi no rolete” e a “costelada dos amigos”, surge agora, com boa aceitação, o “risoto espanhol”, uma espécie de paeja, sem frutos do mar. Prato preparado pela dupla de “chief”: Nilson Algarves e Rafael Siqueira. Eles garantem o sucesso dos jantares beneficentes, promovidos pelo Rotary Club. Dizem que, futuramente, durante o repasto merengue, as meninas da “Casa da Amizade”, sob o comando da Ângela e da Rô, farão apresentação de um show com danças espanholas, incluindo o flamenco. As castanholas já teriam sido encomendadas em Sevilha. Olé!

A draga que opera na lagoa Santo Antônio dos Anjos, defronte ao Mercado Público ficou inativa, durante algum tempo. Engasgada com mocotó.

Durante décadas, os principais açougues da cidade atendiam a clientela no Mercado Público. Os bois eram desossados naquele local e o destino de alguns ossos acabava sendo a lagoa. Ao operar em áreas mais profundas, a draga acabou sugando carcaças bovinas, que entupiram as tubulações da embarcação.

Alguns desses ossos, em bom estado de conservação, ainda dão um bom mocotó. Utilizando o afrodisíaco caracu como combustível renovável, a draga vai ficar muito mais potente.

 

A TERRINHA EM FOCO

 

GOL IMPEDIDO

Finalmente, o estádio municipal deixa de ser uma área improdutiva. O time da Casan entrou em campo, decidido a ganhar de goleada, o jogo contra a falta de saneamento básico. Os craques da Casan, Miguelito e Zé Baixinho já tomavam suas posições no campo do LEC.

Alguns vereadores ameaçaram dar “cartão vermelho” ao prefeito Célio Antônio. Antes que o pedido de autorização chegasse à Câmara Municipal, a Casan já teria se instalado naquele próprio municipal. Fato que, se confirmado, implicaria em ato de desrespeito, e até, de desacato ao Poder Legislativo Municipal. Entraves burocráticos impediram que o estafeta do executivo, chegasse a tempo à Esplanada Legislativa?

 

FESTA DO INTERIOR

O PMDB de Laguna iniciou sua convenção municipal lá no “rancho fundo”, bem pra lá do fim do mundo, ao som do “Luar do Sertão”.  A dupla sertaneja Antônio e Everaldo dos Santos continuava fazendo sucesso entre os convencionais. A chapa única foi aplaudida, de forma unânime e pacífica. Everaldo, com seu chapéu de caubói, deu de relho no preconceito.

 

Segunda parte

O diretório eleito deveria eleger a Comissão Executiva. Eleição que, pelos Estatutos, poderia acontecer em outro dia.

Dr.Oscar e doutor Airton tentaram levar a eleição da Executiva para uma outra data. Uma manobra para ganhar tempo e preparar um candidato que disputasse com Antônio dos Santos.  Parece que eles não são devotos daqueles “Santos”. Estratégia repudiada, até pelo suplente de vereador Sérgio Pinho Mattar. Prova de que o consenso não era tão consensual assim.

Antônio dos Santos, reeleito, deverá respaldar a candidatura de seu irmão, Everaldo dos Santos à prefeitura de Laguna, salvo, é claro, acidentes de percursos. Como nos velhos tempos de Pedro Francisco da Silva, Pescaria Brava, mesmo emancipada, continua influenciando os destinos políticos da terrinha. Sabem qual foi o sucesso musical mais tocado durante a convenção do PMDB? A música de Zezé Di Camargo e Luciano: “Agora aguenta nóis”!

“Já que deixaram nóis soltar a voz/ agora aguenta nóis”.

A gente ganha o jogo na garganta/ E, o povo canta, quando a gente

canta”. Agora aguenta nóis/ agora aguenta nóis”.

 

MATEMÁTICA PARTIDÁRIA

Com a emancipação de Pescaria Brava, o PMDB de Laguna teria perdido uns 600 filiados além de conhecidas lideranças como Deyvinson de Souza, Everaldo Cardoso e Mauro Neves todos, membros do primeiro diretório do PMDB de Pescaria Brava.

 

ENQUANTO ISTO...

Na progressista comunidade de Portinho, Esperança e arredores, o vereador Tono Laureano continua fortalecendo as bases de seu novo partido, o DEM. Mais de seiscentos eleitores já teriam assinado ficha.

 

QUEM SERÁ 

Christiano Lopes secretário da 19ª SDR deverá deixar o cargo para disputar a eleição em Imbituba. Candidato a prefeito. Quem vai querer a vaga?

 

PROFISSIONALISMO E DIPLOMACIA

Em andamento, nova reforma no ensino público.  CEAL atenderá, somente, aos alunos do Ensino Médio. Crianças do Ensino Fundamental, que ali estudavam, vão ter que procurar vagas em outro estabelecimento escolar, de preferência, mais próximo de sua residência.

Um amigo, pai, procurou-me, preocupado. Não estava conseguindo matricular sua filha, ex-aluna do CEAL. Telefonei ao Souza Junior, Rádio Difusora de Laguna. O apelo foi ao ar. No dia seguinte, professor e advogado Sandro Cunha, Gerente de Educação na 19ª SDR, diplomático e competente, em contato com o radialista forneceu detalhes sobre a reforma, mudanças que ainda possam ocorrer e deu informações sobre locais onde existem vagas, como no Jerônimo Coelho, por exemplo. 

 

SÓ NA LAGUNA!

O bloco carnavalesco “Saímos sem querer” fez grande sucesso no carnaval de rua da Laguna. A perfeição dos carros alegóricos, a alegria e a irreverência dos figurantes marcaram época na história do carnaval lagunense. Naquele ano, bem antes do aparecimento dos "piratas do Caribe", eles botaram na avenida uma sensacional galera pirata. A nau, assentada sobre o chassi de um caminhão, teve como artífices, os engenheiros Zenon Faísca, Aurélio (cabeça branca), Déo Palma, Haroldo Prates técnico da Eletrosul e os carnavalescos Flávio, Walmor Turíbio, Alcides Fretta e tantos outros obreiros anônimos.

Durante o desfile o povão foi à loucura quando os canhões laterais eram acionados e detonavam sobre o público, bombas de confete. Pois bem, naquele ano a galera foi recolhida, intacta, pois tinham um compromisso programado para o meio do ano, no desfile de abertura da Convenção Estadual do Lions Clube, em nossa cidade. 

Precedida pela galera “Leão do Caribe”, a família leonina, alegre, descontraída, desfilava pela rua Jerônimo Coelho em direção à Matriz Santo Antonio dos Anjos. Jaime Donário, artilheiro de bordo, preparou-se para “bombardear” a Casa de Anita quando a galera fez a curva a bombordo e o canhão, apontando na direção da porta da igreja acerta o alvo. Um enterro que vinha saindo após a “encomendação” do corpo. O estrondo afugentou os acompanhantes e o caixão, abandonado no chão, foi inteiramente coberto por confetes. Pedacinhos coloridos de saudade. Foi a última viagem da galera pirata e as causas do incidente nunca foram esclarecidas.

 

O MAR

O mar, diria o poeta, é uma imensidão profunda. Há momento em que a brisa beija e balança e a onda, na praia, serenamente descansa. Hora de se construir castelos de areia antes que os sonhos, como a espuma, se desmanchem na areia. Repentinamente, do nada, uma lufada de vento leste desperta o gigante. O tridente de Netuno agita as ondas, formam-se os vagalhões. Perigo no mar. Nossas vidas sobre as ondas singram frágeis como pirogas na tempestade.

Na tarde de domingo dois jovens, estudantes universitários, na flor da idade, banhavam-se na praia do Mar Grosso, como sempre o faziam. Uma “saída d’água” leva os moços para fora, além da arrebentação. Um deles consegue voltar o outro, porém, não teve a mesma sorte. A morte do jovem Renato provocou uma comoção geral. Nas redes sociais, uma corrente de orações e solidariedade. Vigília nas praias e nos costões. Tristeza e dor. Na quarta-feira, até as 14 horas equipes de buscas não haviam encontrado o corpo.

___ Fatalidade?

___ O principal balneário de Laguna deveria ter um serviço permanente de guarda-vidas? As áreas de risco não deveriam ser demarcadas, diariamente?