05dez15 - Orleans: Alerta vermelho sobre interdição de barragem

04/12/2015 11:28
A barragem de rejeito de carvão da mina Bonito I, da Carbonífera Catarinense, em Lauro Muller, foi interditada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) por não possuir o Plano de Segurança de Barragem (PSB), documento obrigatório por lei federal. A barragem interditada é a mesma que sofreu um rompimento em novembro do ano passado, provocando vazamento de resíduos de fino de carvão que poluíram os rios Rocinha e Tubarão, no Sul do Estado. Essa interdição não passou em branco na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Orleans, na segunda-feira (31). Segundo o presidente do legislativo, Mário Coan, o vazamento pode não ter sido nas mesmas proporções de Mariana em Minas Gerais, mas a longo prazo, pode ser tão danoso quanto. “Vimos o caso da barragem de Mariana, mas aqui pertinho tivemos mais um vazamento de rejeitos do carvão e todo mundo silenciou. Parece que a mineração no Brasil tem um poder de fogo muito grande, pois consegue silenciar uma bacia lagunar onde milhares de pessoas dependem da qualidade dessa água para sua sobrevivência”, alertou Coan. Em aparte, o vereador João Tezza Francisco (Dão) comentou: “Quanto ao Rio Tubarão e as minerações de Lauro Müller eu vi uma matéria no Diário Catarinense, que teve duas multas de R$ 94 mil e R$ 504 mil parece, porque soltaram o rejeito”. Coan comentou ainda sobre a mortandade de peixes e os danos severos crônicos à saúde. “A biodiversidade está sendo destruída. Quando esses rejeitos de carvão chegar à lagoa em Laguna vão ficar depositados no fundo, e quanto metal pesado as pessoas vão ter que consumir, quantos casos de doenças vão se manifestar daqui há 10 ou 15 anos nas pessoas pelo acúmulo dessas substâncias tóxicas?”, questionou deixando o alerta e seu pedido de posição das autoridades.  
 
 
Rompimento em 2014 
Na noite de 25 de novembro do ano passado, a barragem com rejeitos de fino de carvão da mina Bonito I sofreu uma fissura, que resultou em vazamento de uma quantidade até hoje não detalhada pela empresa ou órgãos ambientais. O resíduo alcançou o rio Rocinha, afluente do rio Tubarão, que ficou completamente negro. O desastre ambiental resultou em multa transformada em R$ 90 mil e mais medidas de recuperação ambiental, determinadas pela Fatma. Em acordo na Justiça após processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF), a empresa Carbonífera Catarinense levou multa de R$ 504 mil e mais R$ 28 mil para funcionários, e se comprometeu a desativar todas as barragens na região até 2018.
 
 
 
Empresa fica no bairro de Guatá, em Lauro Müller
Foto: Diorgenes Pandini

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