07jun14 - Comunidade (por Munir Soares)

06/06/2014 11:36
DEVOÇÃO E CULTURA
Comunidade católica e devotos rejubilam-se, por mais uma festa de seu padroeiro Santo Antônio dos Anjos. Um evento religioso que já esteve incluído no calendário turístico de nosso estado. Pelo que sei o poder público municipal não contribui para a manutenção do “status” político, religioso, folclórico e turístico de tal festividade, nem mesmo para divulgar no Facebook um vídeo sobre as trezenas do padroeiro. Nem mesmo o carnaval consegue reunir, numa única noite, a elite da classe política estadual. Governadores, vice-governador, deputados estaduais e federais, prefeitos, desembargadores e outras autoridades.
Santo Antônio é um dos santos mais venerados no Brasil. Como padroeiro dos militares foi-lhe concedida pelo governo imperial do Brasil, a patente de tenente-coronel do Exército, figurando no almanaque militar com o nome de tenente-coronel. Antônio recebia o soldo que era entregue ao Provincial do Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro. O governo do Império agraciou-o com a gran cruz de Cristo. É a cruz que costumam colocar na imagem do santo, pendente de uma fita vermelha em volta do pescoço. Ladrões teriam surrupiado a cruz do nosso Santo Antônio. Na Baia, Antônio foi capitão; São Paulo era coronel. Em Pernambuco foi soldado, e mais tarde promovido a tenente de artilharia. No Espírito Santo, continuou sendo soldado raso. Em todas as partes é considerado o Santo Casamenteiro e advogado das causas perdidas. Nas festas juninas é integrante das Quadrilhas, ao lado dos fogueteiros São João e São Pedro.
Na Laguna, Santo Antônio é o “Tonico”, o mais antigo morador da cidade, ainda “vivo” e passeando por nossas centenárias vielas. As trezenas, rezadas em latim, com a participação de Coral e orquestra, continuam emocionando a todos. Os festeiros, os mordomos, as lembrancinhas e os pãezinhos, o responso, as flores, os fogos, o coquetel na Casa Paroquial, as “paradinhas” durante as procissões, os bilhetinhos colocados dentro do braço do santo, flores do andor distribuídas após a última trezena. Tradição, cultura e fé que une os devotos à figura do Santo Padroeiro.
 
 
 
A CONFRARIA
A Irmandade do Santíssimo Sacramento e Santo Antônio foi fundada em 1753, com as bênçãos de Sua Real Majestade, o Rei Dom José I, com a denominação de Confraria. Guardiã da devoção ao Santo Padroeiro e do SS. Sacramento. São 261 anos de existência a serviço da Matriz, atualmente, com quase 300 membros. São os homens de preto com suas opas vermelhas.
 
 
 
A ELEIÇÃO
Na eleição deste ano, o Provedor Geraldo Barzan e seu vice Leonardo Demétrio, entraram em rota de colisão. Não estavam rezando pelo mesmo catecismo. Cada um puxando o incenso pra sua brasinha. Os irmãos estavam divididos. Cada candidato teria acendido velas na tentativa de conseguir apoio, até do Espírito Santo. No dia da eleição, tudo correu na paz do Senhor, pelo menos, até depois da apuração, com a vitória do Barzan, com sete votos de diferença. O adversário, inconformado, contestou o resultado. O número de votos seria superior ao número de votantes, conforme livro de presença. Com a idoneidade do pleito colocada em dúvida, vigário Itamar (Moisés) Faísca, erguendo as Tábuas da Lei, com base nos mandamentos estatutários, decretou: eleição adiada para o próximo mês. Vamos trabalhar pela festa do padroeiro e que a Paz esteja convosco. Não estava a fim de aturar peraltices...
 
 
 
CATEQUESE INFORMATIZADA - BATISMO VIRTUAL
Carolina e Irmã Maria, catequistas da Matriz Santo Antônio dos Anjos resolveram inovar. Na aula sobre o Sacramento do Batismo, as crianças levariam suas bonecas, ou outros bichinhos de estimação que seriam batizados na sala de catequese. Com direito a padrinhos/madrinhas, água benta, óleo e mesa de doces. Tudo feito com muita seriedade e cerimônia. Um menino de uns 10 anos de idade aproxima-se das catequistas. Apontando para a tela do celular pergunta.
___ Vocês podem batizar o meu bichinho virtual?
___ Minha esposa Salete foi sua madrinha.
___ Como é o nome do meu afilhado?
___ Ele é o “DETONA 14”!
___ Eu te batizo “Detona 14”. Receba a Luz de Cristo.
Deve ter sido o primeiro batismo virtual, com direito a vela e óleo na testa, digo, na tela. A cena, enviada para o computador celestial, deve ter sido compartilhada pelo Menino Jesus.
 
 
 
JOGO ELEITORAL
Em tempo de copa, governador Colombo entra em campo para evitar um Racha no time da Aliança. Tudo, ainda continua em ritmo de treino, pois não é hora de pisar na bola para não colocar o projeto da reeleição, na marca do pênalti. A tática é fazer tabelinha com o LHS, e evitar que o PP tire o time de campo, enquanto Ponticelli, fica no banco, durante o primeiro tempo do jogo. LHS resolve entrar de sola e convoca o atleta Vignati para sua seleção. Será que ainda pode dar Zebra?
 
 
 
ANOS DE CHUMBO
Na cidade de Imbituba, a Indústria Carboquímica (ICC) ainda estava em funcionamento. Jairo (DAE) Chede e Enos Kruger trabalhavam numa empresa que fornecia revestimento de chumbo para a ICC. Os boatos de que a ICC ia fechar eram cada vez mais insistentes. Aquele chumbo todo, perdido, era um desperdício. Chede e Enos, como bons pescadores, ficavam imaginando quanta chumbada poderia ser fabricada. Ao serem informados da demissão em massa, já com aviso prévio na mão, um deles resolveu agir. Enrolou todo o corpo com folhas de chumbo, incluindo pernas e braços e cruzou o portão da guarda, duro e teso, como se fosse um robô.
Já longe da empresa, aliviado, ao tentar afastar um cão inconveniente, tropeçou e caiu estatelado, no chão. Com aquela armadura de chumbo não conseguiu erguer-se.   
___ Ele estará morto?
___ Nada disto comadre eu conheço este tipo, bebe demais, ele está é “chumbado”.
Não sei se o “chumbado” era o Chede ou o Enos. 
 
 
 
DIA DO MEIO AMBIENTE
Nem tudo que cai na rede é peixe, mas um boto jovem apareceu morto. O pescador Dido adverte: Os botinhos estão sendo assassinados pelas redes de bagre colocadas no rio Tubarão e adjacências Se não forem tomadas providências, em poucos anos, a pesca da tainha com auxílio do boto, já era!
 
 
 
MINHAS COPAS
Pelo rádio, eu “escutei” o silêncio do Maracanã, em 1950, há 64 anos. Também, de ouvido, acompanhei as copas de 54,58 e 62 e 66. Em 1970, ao vivo pela TV, vibrei com vitória de Pelé e seus companheiros. Dali em diante foram mais frustrações que alegrias. Ídolos que ficaram na lembrança, Ademir de Menezes, Pelé, Garrincha, Tostão, Zico, Falcão, Sócrates, Rivaldo, Romário, Ronaldo e Ronaldinho. A copa retorna ao Brasil, precedida por uma onda de revolta e descontentamento. Nossa esperança futebolística repousa nos pés do craque Neymar, mas não podemos esquecer que os adversários tem Messi e Cristiano Ronaldo. Que comecem os jogos.
 

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