09ago14 - Editorial: Sobre um homem indispensável: o pai

08/08/2014 11:59
Digam o que quiserem, mas nada muda o fato que o pai é tão insubstituível quanto à mãe. Nada mais fora de moda hoje e tão politicamente incorreto – e talvez esteja aí a sua permanente atualidade – do que lembrar essa dupla necessidade fundamental. Mas me permitam falar da figura do pai, seja biológico, adotivo e até mesmo daquele convertido em pai por força das circunstâncias, pois o segundo domingo de agosto nos dá a ocasião para isto. 
Eu sou um pai ainda jovem, com um filhinho que há pouco deu os primeiros passos e, agora, ensaia suas primeiras palavras. Mas ele já me ensinou tantas coisas. Descobri que minha mulher e eu temos que ser agora, mais do que nunca, uma só carne: enquanto um troca a fralda, o outro faz a comida; enquanto um toma banho, o outro lê com o filho; quando um está muito, muito cansado, é o outro que tem que ficar até tarde tentando fazer o filho dormir. Vejo que meu filho espera o calmo afago e doce voz da mãe, mas espera ansiosamente também pelo pai que o jogue para cima, que faça cócegas, que o agite (não depois de ter “mamado”, claro). Os pais, geralmente, são os que mais brincam com os filhos. E agora eu vi que não é a escola e o trabalho que exigem mais da minha criatividade, mas meu pequeno: eu tenho que transformar chaveiros, telefones, travesseiros e mil outras coisas ordinárias nos brinquedos mais divertidos do mundo. 
Hoje ser pai está ficando mais difícil (mas ainda é o que mais vale a pena). Não digo pensando somente no fator financeiro. Eu o digo pensando que há órgãos demais querendo assumir a função do pai, simplesmente para deixar os nossos filhos “órfãos” do essencial. O Estado nos ata as mãos só para aumentar o seu poder; a televisão, especialmente os autores de novelas, tornaram-se os novos pedagogos, os novos catequistas e pregadores, convictos de que são os portadores dos verdadeiros valores. Eu discordo. Eu desligo a televisão, ou melhor, na maioria das vezes nem a ligo; eu julgo o que dizem que é importante que o meu filho aprenda. E fico, à noite, brincando, lendo e rezando com ele para que Deus o guarde e o proteja sempre, coisa que eu não posso fazer. Pois esse é o único meio para que, no dia em que eu morrer, meu filho não se sinta realmente órfão. 
 
Prof. Rudy Albino de Assunção

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