10set11 - Comunidade (por Munir Soares)

09/09/2011 15:18

 GALHO, ENTRE ASPAS

Toda criança conhece a história da “flauta mágica” aquela, que quando o flautista soprava, o som atraia todos os ratos da cidade. Que sucesso não faria esse flautista no Brasil de hoje. Haja ratos! Aqui, na terrinha, anos atrás, aconteceu um fato semelhante. Ele era um artista, realmente, virtuoso. Diariamente, o talentoso músico, em companhia da esposa, subia até ao topo do morro da Glória, para sua aula de música. Um hino à natureza. Os maviosos acordes passaram a atrair todas as cobras das redondezas, desde Coral até a Jaracuçu, que se postavam ao redor do flautista. Tão singular platéia apavorava o concertista. Uma providência, urgente, se fazia necessária, impossível concentrar-se, em tais circunstâncias. 

___ Chifres! Chifres, lembrou-se a esposa, sempre ouvi dizer, que chifres queimados afugentavam os ofídios.

Rumaram para um matadouro localizado nos arredores da cidade, em busca da matéria prima, para o preparo do tal remédio. Escolheram belíssimos pares de guampas, depositando-as na mochila do músico, bem presa às costas. Tomaram o ônibus. Durante o trajeto, um engraçadinho, sentado no banco de trás, não quis perder a oportunidade de fazer uma brincadeira.  Cautelosamente, roubou os chifres do homem, e os escondeu. O casal resolveu saltar, um pouco antes da parada final. Nosso musicista, ao erguer-se, sentiu a falta do chifre.

___ Eu coloquei aqui, tenho certeza.

___ Quem sabe, esqueceram em outro lugar, disse alguém.

___ Nada disso, gritou a esposa, já perdendo a paciência. Meu esposo sabe onde tem a cabeça, e eu também sei, afinal de contas, quem botou o chifre nele, fui eu! 

O ônibus parado. Passageiros nervosos. Chifres sumidos. O autor da peça, àquelas alturas, com o clima tenso, nem falava nada, fechou-se em copas.  O jeito era procurar novos cornos. Ainda indignados, saltaram.

Lá, no último banco, apertado entre duas matronas, um velhote, bonachão teria resmungado:

___ É a primeira vez, que vejo um marido zangado, porque descobriu que não tinha chifre, mas, cá entre nós, esse negócio de mulher “fazer a cabeça” do marido vai acabar dando “galho”...

Não sei como a história terminou...

 

GALHOS REAIS 

Dom Pedro I era um mulherengo incurável. Sua mãe, Carlota Joaquina, uma ninfomaníaca, dava mais que chuchu na serra. E, o seu marido, Dom João VI, não comia nada? O Monarca contentava-se com as coxinhas, de galinha.

Para os católicos mais antigos, morrer em pecado mortal era a suprema danação. Era passar o resto de sua vida, quer dizer, de sua morte, pagando suas culpas, lá nos quintos dos infernos, coisa que ninguém deseja nem ao pior inimigo. Xô satanás! Contam as fofoqueiras palacianas, que certa ocasião, um médico, amante de Carlota Joaquina, foi apanhado em flagrante, ao sair dos aposentos da princesa. Só não levou uns tiros, porque o príncipe-regente impediu o tiroteio, por entender, que a vítima não poderia morrer, por achar-se, naquele momento, em pecado mortal. O futuro Dom João VI não desejou prolongar pela eternidade a punição do vassalo adúltero e desrespeitoso.

 

A MANCADA DO ADÚLTERO

Ele era um cidadão acima de qualquer suspeita. Trabalhador, bom chefe de família, alegre e simpático. Bem relacionado na sociedade, no entanto, na calada da noite, resvalava nas estatísticas, fazia parte daqueles 20% dos maridos que traem suas esposas, sem remorso, como se o adultério fizesse parte da natureza do macho. Não bastasse atentar contra a honra da esposa, ele, o contumaz pulador de cercas, ainda tentava ludibriar à indiscreta vigilância da vizinhança. Sempre saia da casa da fulana, mancando, imitando seu primo, que nascera com problemas na perna direita.

___ Sem culpas, meu parente é um samaritano, pessoa caridosa e solidária, vão pensar que ele está fazendo mais uma das suas costumeiras caridades, em segredo, sem alarde, como convêm a um bom cristão.

Tempos depois, ao saber do falecimento do primo, ele, o adúltero, foi o primeiro a chegar ao velório, levando uma coroa do tamanho do seu remorso. Liderou o féretro. Ao iniciar a caminhada, percebeu que o companheiro que segurava a alça do caixão, do lado oposto, mancava da perna direita. Sentiu um calafrio. Seria alucinação? Era real. Bagas de suor frio banharam seu rosto. Tremeu nas bases. Não podia dar “bandeira”, para manter a cadência do cortejo fúnebre, precisava caminhar no mesmo ritmo do parceiro, isto é, mancando, como já o fizera tantas vezes. Foi uma longa e angustiante caminhada. Ao final do sepultamento, embora procurasse, não encontrou o seu parceiro de jornada.

___ Seria algum fantasma?  

___ O espírito do falecido, reencarnado? 

Nunca mais deu “mancada” na vida. 

 

NOTAS ESPARSAS

 

GEOGRAFIA

O Brasil é uma ilha cercada de corrupção por todos Os lados

 

TRANSPARÊNCIA

Não é verdade, que não existe transparência na política brasileira. Todos os políticos tem telhado de vidro.

 

NOTÍCIAS DA TERRINHA

 

Política

PMDB reuniu-se para tratar de vários assuntos. Parece que não se falou, em candidaturas. PSDB – Delegado Nazil Bento continua assanhado. Está de namoro com a Prefeitura de Laguna.PP – continua na muda. Nem pia mais. Com a viagem do prefeito Célio Antônio, o vice Fernando S. Lopes (PP) vai ocupar o poleiro, não sei se terá tempo para fazer ninho. 

___ Por falar em ninho, Nelson Mattos está selecionando elementos para constituir a ninhada do PSB.

___ Macho. Numa iniciativa do presidente Everaldo dos Santos (PMDB), finalmente, políticos da terrinha estariam dispostos a liderar movimento para fechar a BR 101, trecho Laguna/Capivari de Baixo, durante uma hora.

Venho dizendo, há muito tempo, sem uma tomada de posição, corajosa, esta estrada vai demorar mais que a reconstrução do Iraque e da Líbia.

___ Vereador Everaldo participou de encontro com o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, em São Paulo. Em mãos, reivindicações do povo da terrinha.

Pedido especial do vice prefeito: trazer a Marcela, a bela esposa do Temer para desfilar como destaque na Escola de Samba “Democratas”.

___ PT - Vereadora Tanara, atual Secretária Municipal da Saúde, continua sendo a melhor opção do prefeito Célio com vista à Prefeitura. Um alicerce de alianças não estaria descartado, prefeito vai precisar de apoio se estiver pensando numa candidatura à Assembleia Legislativa.

 

PARADA 

A parada de ônibus, ao lado do mercado público, em frente à Casa do Pescador, está caindo aos pedaços, enferrujada, e com o teto ameaçando voar sobre os transeuntes. Cuidado! 

 

VERGONHA 

O prédio do tradicional GE Jerônimo Coelho, no Centro Histórico está com tanto caruncho, que os alunos estariam utilizando o muro externo, como Quadro Negro!

 

QUESTIONAMENTOS

O município de Pescaria Brava foi criado por Lei Estadual, após consulta plebiscitária. Tribunal Regional Eleitoral marcou data para eleição de prefeito, vice e vereadores, inclusive designando os locais onde funcionarão as secções receptoras de votos.

Se o município existe, os candidatos terão que obedecer o que determina o Código Eleitoral. Domicílio eleitoral – candidato terá que fixar residência no município, um ano antes da data do pleito. No caso atual, até outubro de 2011. Resumindo: Vereador da Câmara de Laguna que desejar concorrer por Pescaria Brava terá que fixar domicílio eleitoral, naquele município, até o próximo mês, e, consequentemente, perder o mandato em Laguna... Estou certo, ou estou errado? Já foi feita consulta ao TRE? Presidente Everaldo dos Santos deve ficar atento.

 

BAIRRO E “CIDADE”-

Radialista Batista Cruz equivocou-se ao dizer, que o bairro de Magalhães não tinha representante na Câmara de Vereadores A vereadora Tanara Cidade de Souza, secretária da Saúde, é tradicional moradora do Magalhães. Seu pai Walfrido Souza assim como seu avô Enéas, que jogaram futebol pelo Barriga Verde e Lamego, respectivamente, sempre residiram à rua Custódio Bessa, no Magalha.

 

CALCANHAR DE AQUILES

Continua a novela da avenida Castelo Branco, uma estrada ESTADUALIZADA que suporta todo tráfego pesado, que entra e sai da cidade.  O transporte dos “pés de galinha” para o porto liquidou com o calçamento. Caminhões de pescado, e de material de construção continuaram sucateando aquela via pública. O asfalto da estreita e sinuosa estrada do Iró, seguimento da Castelo Branco, continua resistindo. Até quando? O Departamento Rodoviário do Estado ignorou o problema. Não deu bola. A prefeitura determinou algumas obras paliativas, que não resolveram a situação. Será que vão acabar cobrando dos veículos pesados, que por ali circulam uma “Comissão de Benfeitorias” para ajudar a custear o asfaltamento da rodovia? O “calcanhar de Aquiles” é o alargamento da estrada do Iró!

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