14jun14 - Comunidade (por Munir Soares)

13/06/2014 11:59
UM CRISTÃO SEM CALÇA
Maria teria ido visitar sua prima Izabel que estava grávida. Combinaram, que quando a criança nascesse uma enorme fogueira acesa no alto do morro, seria o aviso do nascimento. E, assim, nasceu João Batista, no dia 24 de junho. Estava inaugurado o primeiro “Arraial” da história. No Brasil, as festas juninas em honra a São João e São Pedro, ganharam novos ingredientes folclóricos, como o “Casamento do Jeca”, tendo Antônio como padre, daí sua fama de casamenteiro.
Na Laguna, a cada ano, novas histórias vão enriquecendo o acervo histórico da tradicional festa do padroeiro Santo Antônio. Corria o ano de 1999. Pela tradição, os festeiros de Santo Antônio, antes do início de cada trezena, entram, aos pares, pelo corredor central da Matriz. Noite da primeira trezena. Expectativa entre os devotos e emoção para os festeiros reunidos na Casa Paroquial. Waldirzinho, vereador suplente e ex-secretário de turismo do município, com sua habitual elegância, foi o último a chegar. No cabide, às costas, o impecável traje da festa. Imediatamente, procura um aposento para trocar-se. Escuta-se um grito de espanto e de raiva. Luci, seu par, sempre solícita, corre para descobrir o que acontecera, mas se detêm diante da porta do quarto. Não poderia invadir a privacidade masculina do parceiro. Fernando S. Lopes chega em socorro, e escancara a porta. No limiar, surge a figura do Waldir, em trajes menores, no melhor estilo Barreto Pinto, camisa, paletó, gravata e de cueca. No trajeto, entre seu carro e a Casa Paroquial, a calça do festeiro escorregou do cabide e sumiu pelo caminho.
Na noite seguinte, antes da trezena, os festeiros fizeram um semicírculo diante do altar de Santo Antônio, com a finalidade de rezar o responso, em busca da calça perdida. Dizem, que o tal ato religioso foi transmitido, ao vivo, pelo radialista Batista Cruz, irmão de Santo Antônio, devidamente paramentado.
Naquela noite! No Centro Cultural, o povo diverte-se na “pescaria”, no bingo, bebendo quentão. Na barraca do aviãozinho, a mais procurada, ainda comandada pelo saudoso Batista Abrahão, um cidadão aposta no número 13 e ganha. Como prêmio escolheu uma caixa com adesivos “Pierre Cardin”. Ao ser aberta, uma surpresa. Alguém até falou em milagre, no interior da caixa, estava à calça perdida do festeiro Valdirzinho. O festeiro da barraca não se conteve, agarrou a peça e saiu pelo salão, de calça na mão...
 
 
 
O COQUETEL
O coquetel na Casa Paroquial foi criação de Vânio Pinho, uma maneira de recepcionar as autoridades e agradecer pela contribuição do governo do estado, à festa do padroeiro Santo Antônio. Uma Comissão de Senhoras arrecada fundos junto à sociedade local e organiza os comes-e-bebes. Políticos confraternizam-se no interior da Casa, porém, em ano eleitoral, facções antagônicas não se misturam. Espiridião Amin, ex-governador e atualmente, deputado federal é, realmente, devoto de Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Durante os 8 anos de mandato de Luiz Henrique da Silveira, seu desafeto político, Amin participou da transladação, mas evitou encontrar-se com LHS no local do coquetel. Seguia direto para o Centro Cultural acompanhado de João G. Pereira, ex prefeito.
Este ano, a coisa está complicada na “arca da Aliança”. Enquanto o governador faz afagos ao pessoal do PP, LHS do PMDB é categórico, não aceita os atletas de Amin no time da Aliança. Expectativa político-religiosa. Na transladação, Amin e Colombo caminharão, lado a lado? E, no coquetel, Espiridião, Colombo, Pinho Moreira e Ponticelli estarão juntos, erguendo um brinde à vitória da coligação?
 
 
 
PELOS BASTIDORES DA TERRINHA
 
 
O RETORNO 
Prefeito Everaldo dos Santos retornou da Europa. Continua otimista e loquaz. Acredita na concretização de seus projetos, que vão deste o teleférico até um túnel ao lado da estradinha do Iró.  O asfalto da av. Marronzinho, segundo ele, deve ser iniciado nos próximos dias. 
 
 
 
CORTA
Prefeito Everaldo foi aconselhado a cortar aquela barbicha branca. Aliás, com a barba branca e espevitada ele estava parecendo um porco-espinho albino.
 
 
 
A BIBLIOTECA de Laguna, foi fundada em 1876, está com 138 anos. Já em 1878 tinha um acervo de 897 volumes. A “velhinha” não tem recebido dos poderes públicos a atenção que merece.
 
 
 
E O QUE ACONTECEU COM O RIO DA CARNIÇA?
Prefeito Everaldo não economizou palavras. O rio da Carniça não começou a ser dragado porque só mandaram máquinas sucateadas para executar o serviço. Fomos enganados pelo secretário João Rodrigues, que nada tem a ver com o nosso Joãozinho, cantor. Ele teria dado uma de urubu malandro, só mandou carniça...
 
 
 
DESEMBARQUE 
Radialista Celso Fernandes teria pedido demissão do cargo de Secretário de Comunicação social da prefa de Laguna. Alegou problemas pessoais. Será?
 
 
 
DO OUTRO LADO DO CANAL
O “Geraldo” conhecido restaurante da Ponta da Barra estaria todo decorado com o tema “Copa e cozinha” para recepcionar a freguesia.  O bote que faz a travessia já estaria todo ornamentado com as cores do Brasil. Fazemos mais uma sugestão. Durante o período das festas juninas e julinas, pesca da tainha, etc., os turistas seriam recepcionados por algumas figuras do Boi de mamão. As crianças adorariam.
 
 
 
E O PORTO?
Estaria em estudo um projeto administrativo Público/Privado para gerir as atividades do nosso porto – Terminal pesqueiro. Um consórcio formado pelo poder público e os armadores pesqueiros da Laguna. A união faz a força.
 
 
 
O HERÓI
O molhe da barra continua sendo o local mais visitado da terrinha. Durante o período da pesca da tainha do corso o local fica superlotado. O relato a seguir me foi feito pelo João Alfredo Dias – o Babá, testemunha ocular e amigo do protagonista.
Enquanto todos estavam focados na pesca com o boto, a moça, adolescente, atira-se no mar e afunda, um pouco antes do canal.  Escorregão ou tentativa de suicídio? Que ato desesperado poderia perturbar a tal ponto uma jovem, ainda no limiar da existência? Carlinhos Rollin, meu amigo, surpreendeu a todos quando caiu no mar para salvar a garota. Ao retornar das pedras do molhe norte, com a moça nos braços foi recebido por um coro de: Herói! Herói.
___ Herói uma pinoia, teria dito Rollin, enquanto tentava enxugar a roupa, eu quero é saber quem foi que me empurrou.
 

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