16jul11 - Comunidade (por Munir Soares)

15/07/2011 15:34

 ELA VOLTOU

Na terrinha abençoada por Deus e desprezada por tantos, a Natureza repete o espetáculo de anos anteriores. Baleias franca entram pela boca da barra e desfilam pelo canal, para o deleite de centenas de pessoas afortunadas, que passeavam pela região do pontal e molhes da barra. Numa espécie de homenagem à rainha dos mares, os botos da Laguna, antigos moradores da lagoa, fizeram uma escolta às três baleias, observadas, de longe, por um brincalhão lobo marinho... Certa ocasião, um dos cetáceos teria nadado pela lagoa Santo Antônio dos Anjos até as proximidades do estuário do rio Tubarão, levando preocupação aos técnicos da ONG da Baleia Franca, medo de um encalhe nos bancos de areia. Antes que a tal organização de proteção às baleias, pense em proibir, no futuro, novas incursões das baleias pelo sistema lagunar, bem que a tal ONG poderia viabilizar verbas para dragagem do canal e, assim, tornar o passeio das baleias, bem mais seguro.

Para alguns entendidos, as “brincadeiras” das baleias fazem parte do ritual de acasalamento. Chede, proprietário da Pizzaria Chedão disse, que viu a fêmea se aproximar dos pescadores do pontal (tesoura), que “trabalham” em harmonia com os botos.

___ Como tu sabias, que era uma fêmea?

___ Porque ela ficou muito tempo olhando, fixamente, para um determinado pescador...

___ E, dai? __ O que isto tem a ver, com sexo da baleia?

___ O apelido do tarrafeador é, “tabaco”!

Quando será, que a Prefeitura da terrinha, vai mandar confeccionar um folder turístico, com as fotos das baleias desfilando, tranquilamente, pelo canal da barra???

 

INDEFINIÇÃO

A sucessão do prefeito Célio Antônio, já é assunto, fortemente, debatido nos bastidores. Enquanto o prefeito dá corda aos seus dois pupilos, Secretária Tanara Cidade e Jefferson Crippa, na trincheira da Oposição, o quadro é de indefinição; É cedo, ainda, dirão alguns. Cedo para o prefeito, que, além da máquina, já começa a contabilizar os recursos, que cairão no cofre da Prefa, com o início das obras da Ponte de Cabeçuda.

No PMDB, Everaldo dos Santos não é unanimidade, no partido. Além do Tono Laureano, seu desafeto, segmentos mais conservadores já pensam, até, em promover a ressurreição do Mauro Candemil. Para tal milagre, só se contratarem Jesus Cristo, como marqueteiro. Prefeito Célio, agradece.

Nazil Bento Junior (PSDB), com a experiência de ex-prefeito, e DNA de raposa, vai tentando alinhar alianças, que viabilizem e robusteçam sua candidatura, como líder da Oposição.

 

Vereador Cleosmar (PR), que faz oposição na Câmara, também precisa driblar as vicissitudes, que seu partido enfrenta a nível federal e estadual.

 

Orlando Rodrigues. O veterano edil continua sendo uma boa opção, para vice-prefeito. Poucas opções, muito trabalho pela frente, e menos de um ano do prazo estabelecido, para o registro das candidaturas.

___ Você teria alguma outra sugestão?

 

HOMENAGENS

Nelson Gomes Mattos, professor e político, neste sábado, com um jantar em família, na sua aprazível e aconchegante residência, comemora seus setenta anos de existência. Na segunda-feira, tivemos uma preliminar do aniversário. Convidados: a confraria da Pizzaria do Chedão. Freguesia, e os responsáveis pela gastronomia da Casa, isto é, a família do Chede (esposa “Preta”, filho Patrick e a sogra Zaida). Antes do tradicional “Parabéns”, tivemos que ouvir o hino do Botafogo. Sinal, para que o churrasqueiro “Nem” Chede, levasse a carne, ao braseiro. Marcaram presença, o time “Bom de garfo”. No ataque Roberto Righetto e  Carlinhos Rollin, Carlos Augusto Baião da Rosa é o goleiro, com este nome todo, ocupa toda a goleira, com dizem os gaúchos. Leo Filippe ficou de capitão do time. Tráfico de influência, é primo do Mano Menezes. Edésio faz o meio de campo. José Chede continua contundido. Piston foi o único ausente. 

__ Eu?

Reserva, protegido pelo Estatuto do Idoso. Jornalista Flávio Bergler, Nazil Bento Junior e Sandro Cunha. Papo político. À anfitriã Neusa, esposa e demais familiares, os nossos agradecimentos, e votos de saúde, paz e amor.

Ao amigo Nelson, repito o que escrevi, em setembro de 1985.

 

A PRAIA PERDE SEU POETA

Dizia Mário Quintana: o que mais enfurece o Vento são esses poetas inveterados que o fazem rimar com Lamento. Lamento: Morre Tancredo. A praia do Mar-Grosso tem, principalmente no inverno, seus caminhantes. Solitários caminhantes.  Bonazza é o mais conhecido deles, com seu cajado e seus cachorros, é quem mais cedo respira a pureza do ar, que vem do mar. Donga Mattos é o poeta da praia. Conversador, romântico, sonhador. Certa manhã, o encontramos como Vieira, a escrever na areia da praia, um poema de amor, recordações de infância. Naquela ocasião conversamos muito, sobre a Laguna, sua gente, seus políticos. Donga é o Tancredo Mattos, comerciante e político dos mais conhecidos de Laguna. Como vereador sempre foi muito combativo.Como comerciante, ousado e inovador, um dos pioneiros na tentativa de  implantação de indústrias na cidade. Ex-vice prefeito e candidato a deputado estadual. Viveu a época mais importante da política, em Laguna. Era o último do Trio Udenista consagrado pelo jornalista Nelson Almeida, seo Antonico, seo Joca e seo Donga. Seo Donga, as areias, meio tontas, rolam desesperadas pela praia. O nordeste estava forte, como nos velhos tempos da “Camisaria Nancy”. E, a culpa é do vento, e eu, aí, parodiando Quintana, sou obrigado a rimar com Lamento.

Lembrando, ainda, a história do seu velho e reluzente “Pacard” em diria em alto e bom som; “São Pedro, prepare-se, ele “Vai Bater”, por aí”. Adeus...

 

PESADELO DE BÊBADO

Ele é um desses chamados, filósofo de botequim. Costuma dizer,quando a sobriedade já se afoga nos copos,que a criatura humana procura Deus por linhas tortas e, nesse zig zag insensato, perde o rumo, e acaba aproximando-se mais, de satanás.  Quando a humanidade perturba-se, diz ele, o capeta aproveita-se da situação, e lança uma nova ofensiva, estimulando o consumo de álcool no mundo. Nem as religiões escapam dessa trama diabólica, o vinho de missa passa a ser comercializado, em maior escala. Nas encruzilhadas, o despacho tem mais força se for acompanhado de uma garrafinha de “água de fogo”. A bebida desagrega a família, corrompe a sociedade, atira o indivíduo na sarjeta.

___ Então, por que bebes? Pergunta alguém.

___ Segundo Sócrates, cada homem tem dentro de si algo de divino. Eu “encho a cara,” e o corpo, na esperança de que tais idéias de divindade venham à tona e eu possa conhecer-me melhor...

___ A religião dar-te-á a resposta!

___ A proliferação de religiões, crenças, seitas, etc, etc, provam o contrário. A busca de si mesmo é cada vez mais intensa. Não basta procurar um templo, como a “tenda dos milagres,” mas como um espelho, capaz de refletir sua própria alma.

Os copos estão, novamente transbordando, por pouco tempo. O líquido escorrega goela abaixo. Num esforço para equilibrar-se, o filósofo ergue-se e fixa o olhar em frente. Traça o rumo, e sai cambaleando, em outra direção. Despede-se de todos, tinha um compromisso, ia dançar no “balança tetas” um clube lá pelas bandas da Ponta das Pedras. Há quase um mês, que não aparecia por lá.

O clube estava iluminado, e as sombras, que dançavam nas paredes, indicavam casa cheia. Alisou os cabelos, empertigou-se, e ia entrar, justamente, no momento em que as luzes se apagaram.

___ Oba! Gritou. Hoje é na base da luz negra, discoteca da pesada. O “Balança” está n a onda dos metaleiros.

___ Aleluia! 

Um silêncio respeitoso dominou o ambiente. As luzes voltaram, e o pesadelo aconteceu.  No interior da casa, homens se mulheres, de joelhos, oravam. Oravam, e cantavam. Uma mensagem de esperança e de fé, ecoava no recinto. O filósofo tremeu nas bases. Todo aquele cenário, os hinos sacros, o clima reinante, tudo fazia crer que ele havia morrido, e estava diante de um tribunal celestial (ou infernal). Beliscou-se. Convenceu-se que estava vivo, arranjou forças, recuou alguns passos, ergueu os olhos para o frontispício do prédio e leu, gaguejando:

___ “Templo de Orações”! Desmaiou.

Como é que o nosso amigo iria adivinhar que o clube “Balança Tetas” havia fechado, e se transformado num local de orações?

 

CAVACOS DO OFÍCIO

Quem entra na oficina e o vê, com as mãos engraxadas, mexendo nas peças automotivas, não imagina a arte que aqueles dedos são capazes de produzir, quando dedilham, magistralmente, as cordas de seu cavaquinho. Nereu, bom mecânico, e músico genial. Ao lado de Ivaldo Roque, Zizinho e outros, formaram o “Regional do Zizinho. Encantaram plateias pelo estado todo. Ivaldo faleceu. Zizinho só toca na intimidade familiar e o Nereu, que continuava requisitado, e tocando por todos os lugares, com a mestria de sempre, sofreu um golpe do destino Está sofrendo de “LER” (Lesões por esforços repetitivos).  “LER” pode gerar lesão corporal. Médico que atende ao portador dessa enfermidade, precisa estar atento aos artigos 186 e 197 do Código Civil. Sem o cavaco, Nereu é um músico, sem alma.

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