17out15 - Comunidade (por Munir Soares)

16/10/2015 08:46
DE CABO A RABO
Eram cachorros pequenos, não me recordo da raça. Logo após o nascimento os filhotes tinham os rabinhos cortados. Com o passar dos anos, alguns filhotes passaram a nascer sem o rabo. Uma geração de cães, pitocos.
Um morador de rua dirigiu-se a um comerciante de meia idade, pedindo alguma ajuda. Este, solícito, escreveu um bilhetinho, dizendo:
___ Vá neste endereço, e entregue isto para a minha esposa.
Horas mais tarde, ao chegar em casa, o comerciante encontrou sua mulher, transando com o mendigo.
___ Segui tuas instruções. O bilhete era bem claro: “dar ao pedinte tudo o que tu não estavas usando mais, daí...
Qual a relação entre o “pinto” do comerciante e o rabo dos cachorros? Procurando entender o caso, pesquisei um pouco sobre a Lei do uso e do desuso, de Lamarck. Segundo ele, o uso contínuo de determinadas partes do corpo, faz com que estas se desenvolvam. Ao contrário, o desuso, faz com que se atrofiem.
Não é novidade para ninguém, que as pessoas estão vivendo muito mais. A expectativa de vida aproxima-se dos 80 anos. Infelizmente, para o homem manter o vigor sexual nesta sobrevida, precisa apelar para alguma medicação milagrosa. Caso contrário, pelo desuso, com base na tal lei, poderá provocar, nas futuras gerações, o atrofiamento do membro reprodutor?
___ Sim, com uma agravante, a lei do químico Lavoisier: na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma...
___ Isto significa o quê? Mudança de sexo?
___ Exatamente, pois o “pinto”, em desuso, no futuro, correrá o risco de se transformar em periquita.
 
 
 
VIDA, PAIXÃO E MORTE
Ali, onde atualmente fica o gabinete do prefeito, existia a Fonte de Figueirinha. Sob a figueira nascia uma paixão, que deu origem a um dos mais belos romances, que encantou o mundo, o amor entre Garibaldi e Anita. O barco Seival sob o comando de Garibaldi liderou as forças farroupilhas no ataque à Laguna. Passados os meses de glória, Seival, já rebatizado de “Garrafão” e após ser utilizado para o transporte de mercadorias, no complexo lagunar, teve um fim trágico, consumido por um incêndio criminoso. Num certo dia, um olhar atento, percebeu que havia vida, renascendo no calcinado convés do barco. Uma figueira brotava na quilha do barco. Novamente, uma figueira na história de Anita e Garibaldi.
Um cidadão de nome Antônio Joaquim de Souza, piloto da Marinha Mercante, retirou a plantinha do barco, e a ofereceu ao chefe do governo Municipal. O Superintendente municipal, senhor Oscar Pinho, mandou plantá-la no Jardim Calheiros da Graça.
Outubro de 2.015. Crônica de uma morte anunciada. O biólogo da prefeitura assina o Atestado de Óbito. A Árvore de Anita, único símbolo vivo da epopeia garibaldina, que culminou com a proclamação da República Juliana, está, oficialmente, morta. Em seus galhos, sem vida, foram colocadas algumas bromélias. A Árvore de Anita, transformada em vaso de flores. Causa mortis – Descaso generalizado.
Na mesma praça, do alto de seu busto, Garibaldi acompanhou toda a agonia da árvore. O amor, que começou na Figueirinha, chega ao seu ocaso, com a morte da Figueira, árvore de sua amada Anita, nascida na quilha do Seival.
No próximo dia de Finados, estarei na Praça da Matriz, acendendo uma vela pela “alma” da árvore histórica, e pelo o que ela representou, o espírito livre e guerreiro da Aninha do Bentão, Heroína de Dois Mundos.
 
 
 
ENQUANTO ISTO, NA SANTA E ESBURACADA TERRINHA
 
CRISE: A crise chega aos municípios. Pela primeira vez, em sua gestão, o prefeito Everaldo dos Santos não consegue pagar seus funcionários em dia. Reuniões e mais reuniões em busca de soluções. Contenção de despesas é a ordem do dia. Os barões do Planalto fazem o banquete, e o povão paga o Pato.
 
VERÃO: A temporada que se avizinha pode amenizar os problemas financeiros da terrinha, desde que a cidade se prepare, adequadamente. Renato “Checo”, secretário atuante, ativo e responsável, já entendeu que as obras do Centro Histórico precisam parar antes do Natal, chega de desvios. A estrada do Iró precisa de recapeamento asfáltico antes do réveillon. Todo fluxo da Avenida Marronzinho, em direção à Praia do Mar-Grosso, passa pelo gargalo do Iró.
 
UNIÃO: A praia do Mar-Grosso é o destino da maioria dos visitantes. Além dos problemas com esgotos, o balneário tem outras carências, que dependem do poder público. Importante a ação conjunta dos Secretários de Obras e do Turismo, Renato e Henio, respectivamente. Uma praia, bonitinha e segura, já é meio caminho andado.
 
 
 
REVOLUÇÃO NO AR
Pelos boatos, que correm pela terrinha, a nossa Rádio Garibaldi estaria sob nova direção. Estaria em estudos a contratação de renomados radialistas da região da Amurel. A outrora combativa Rádio Garibaldi, em sua nova fase, defenderá alguma bandeira político-partidária? 
___ Vamos aguardar...
 
 
 
DIRETÓRIO
Em reunião fechada, o PMDB da Laguna teria achegado a um consenso. O novo Diretório, a ser eleito no próximo dia 25 de outubro deverá ter como presidente, o vereador Valdomiro Andrade – o Macho.
 
 
 
EUFORIA
A Lanchonete Brasão, no Centro Histórico, serve, também, um efervescente caldo político. Chico, o proprietário, ultimamente anda eufórico com as possibilidades da candidatura do Aderbal Zapeline Mendes (PP) à prefeitura da Laguna. Chico é um democrata. Entre os seus fregueses, alguns outros prefeituráveis: Everaldo dos Santos, Nazil Bento Junior, José Paulo Rebelo, vereador Vilsinho. Dá a todos um tratamento Vip, mas, seu voto é para o Aderbal.
 
 
 
RECOMPENSA
Na buraqueira patrocinada pela Confer, os arqueólogos vão catalogando preciosidades, cacos de louça, âncora, galeria pluvial, etc. Professor Marega, pesquisador e colecionador, diante das descobertas, está oferecendo recompensa, para quem encontrar algumas das seguintes preciosidades: Primeiro sutiã da Anita; âncora do vapor Max; uma moeda recolhida no rescaldo do incêndio do Mercado Público; o sino da famosa “Máquina 7”; a quilha do Seival; o leme do navio Santo Antônio, naufragado próximo à Capitania, ou um pneu do carro do Willi Strack, primeiro automóvel da Laguna.
 
 
 
HISTÓRIAS DA TERRINHA: 
MACHUCHU OU CHUCHU?
Em estabelecimentos públicos, os sanitários masculinos e femininos são identificados de diversas maneiras: Ele e Ela, Damas e Cavalheiros, um Leque e uma Cartola, etc.etc. Certa ocasião, o Norton Luchina pintou na porta de entrada do sanitário feminino da Pizzaria Chedão, uma linda pombinha. Inúmeras vezes, mulheres paravam diante do pássaro, titubeavam antes de entrar, até que, finalmente, identificavam-se com a bichinha, ensaiavam um sorriso, e entravam.
Uma trepadeira da família das cucurbitáceas, mais conhecida pelo vulgo, como pé de chuchu, nascida e criada no quintal do senhor Nicanor Nunes (falecido), vizinho da Pizzaria Chedão, agarrou-se nas paredes da pizzaria, e um dos seus galhos, enfiando-se por baixo do telhado foi dar frutos, exatamente, no interior do sanitário masculino, dois enormes chuchus. Quem entrava no “VC” dava de cara com aquelas grandes bolotas penduradas, como se fossem símbolos fálicos, recepcionando a freguesia. Dizem que tinha gente, que virava as costas...
Naquela época, uma turma seleta, reunia-se no Chedão, toda quinta-feira. Numa dessas noites, alguém deixou no chuchu um bilhete, com o seguinte apelo:
___ Chedão, adorei a decoração, com aqueles eróticos machuchus pendurados. Será, que não poderias incluir, no teu menu da privada, uma raiz de mandioca?
Dúvida atroz. Quem, da turma, estaria com tão estranhos desejos?
 
 
 
LOTEAMENTO FANTASMA
Como não existe mais lugar nos cemitérios municipais, alguém teria se lembrado de mandar para a Câmara, uma Lei de desapropriação de defuntos. Não haveria mais “jazigo perpétuo”, O chamado “descanso eterno” teria prazo de validade, data em que a ossada do morto, vai pro saco, devidamente catalogado, e os parentes são notificados. Posteriormente, teríamos a “procissão dos ossos,” a caminho do crematório. Tudo devaneio de algum coveiro louco? 
___ Nem tudo!
Esta semana fiquei sabendo da existência de um “loteamento fantasma” nos nossos cemitérios. O administrador é o “Zé do Caixão”. Coveiro: Gasparzinho. Alguns antigos inquilinos, moradores de sepulcros desleixados, ou abandonados, teriam sido despejados de suas tumbas e, hoje, como hordas de refugiados, vagueiam pelo campo santo, sem ter uma cova para descansar o esqueleto. As catacumbas desocupadas estariam sendo oferecidas aos parentes de “defuntos frescos”. E, os preços? 
___ Tudo pela hora da morte.
Não sei o que há de verdade na historia, porém, dizem, que um cidadão foi ao cemitério visitar parentes, e descobriu que um já tinha ido pro saco, e na lápide do outro estava escrito: “Não está mais aqui. Ressuscitou”! 
 

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