18jul15 - Comunidade (por Munir Soares)
17/07/2015 10:54
“CHUVA DE PEDRA”
O assunto deu pano pra manga. Eu apenas dissera que a cachaça “chuva de pedra” poderia ser natural de Urussanga. Paulo Etewaldo Pfutzenreuter que, também, provara da “vermelha mardita”, garantiu-me, que a tal cachaça era fabricada na cidade de Orleans, e fermentada nas melhores rodas da boemia orleanense. Em busca de mais detalhes, recorri à memória de Léo Filipe, cuja ancestralidade deixou o umbigo nas colinas de Orleans. E, assim, de retalho em retalho, fui reunindo fatos que comprovaram a origem da “chuva de pedra”.
A vida social e cultural da família orleanense sempre foi intensa e rica. Academia de Letras e seus efervescentes bailes carnavalescos. Oscar Machado, farmacêutico, que viria a ser o personagem principal de nossa história, era a pessoa mais conhecida da cidade, uma espécie de Professor Pardal, inventava de tudo, em sua mente criativa havia, sempre, uma engenhoca em gestação. Seria capaz, até, de consertar o Frankenstein. Dono de fábrica de bebidas entendia de química e de alquimia. Membro ativo do grupo de boêmios da cidade, ao lado de Paulo Antunes, Fenilli, Merico e outros. Seresta, bebida e carteado. A noite era uma criança.
Naquela tarde de sábado o aperitivo começou cedo. O céu estava carrancudo, nuvens escuras. Coriscos riscavam o céu. Um convite para encher a cara. Com o passar das horas, eles foram misturando bebidas, acrescentando novos ingredientes, inventando coquetéis. Resultado final: uma bebida forte, máscula, estimulante. Após tanta misturança seriam capazes de repetir a receita? Dr. Oscar Machado não brincava em serviço, a “invenção” da nova bebida estava toda anotada na cuca, pronta para ser produzida em sua fábrica.
___ E o nome?
___ Como vamos chamar esta maravilha?
Um trovão mais forte abriu caminho para o aguaceiro. Uma forte chuva de granizo despencou sobre eles. Pedrinhas de gelo refrescaram a bebida nos copos.
___ Eis o nome da nova bebida, benção da natureza. Ela vai-se chamar: “CHUVA DE PEDRA”.
E assim, foi dito e, assim, foi feito.
A ESTIMULANTE CHUVA DE PEDRA
Em Orleans, os bailes de carnaval dividiam as famílias. Quem dançava na SR “14 de julho” era persona non grata no Clube “União” e vice versa. O nosso amigo Leo, era mascote de um dos clubes, cujas fantasias eram confeccionadas no porão da casa de seu pai, o tabelião Felipe Santiago. Segundo Leo, Paulo Pfutzenreuter estava de namorico com uma garota, filha do presidente do clube adversário. Como ousar enfrentar a ira dos pais, e participar do grande baile de máscaras patrocinado pelo clube rival? Após a ingestão de algumas doses de “chuva de pedra”, encorajou-se, e disfarçado de Romeo, foi ao baile, desafiando o ódio dos “Capuletos” para dançar com a sua Julieta.
Curiosidades
- O farmacêutico Oscar Machado, fabricante da “chuva de pedra” era pai do nosso veterinário Gilberto Machado, o conhecido Giba que tem Clínica Veterinária no Magalhães.
- O conhecido advogado Pedro Antunes guardava em sua adega, como relíquia, a última garrafa de “chuva de pedra”.
- Para encerrar o assunto “chuva de pedra”, o poema de João Valério Bussolo (Lelo) membro da Academia Orleanense de Letras:
Duas nuvens se encontraram/ se abraçaram/ e não se entenderam.
Depois de uma guerra/ de granizo e fogo/ se foram,
Deixando um saldo negativo/no pomar/que as observava/oferecendo frutos.
BOTO NA REDE
Mais um botinho morrendo. Imediatamente o pedido de socorro chegou aos órgãos ambientais. Lanchas foram acionadas. O cetáceo estava preso na Rede Social. O laptop de um pescador, ligado no facebook do Elvis Palma mostrava botos fazendo acrobacias. O botinho que se reconheceu nas fotos ligou-se na rede.
FESTIVAL DO COQUINHO
Festa da uva, do vinho, da maçã, do pinhão, pois bem, se depender do Secretário Renato Checo Laguna terá, também, o seu festival, no próximo ano, quando acontecerá a primeira colheita do butiá plantado na orla da praia. A safra promete. Renato quer todo mundo pegando no coquinho, principalmente a Fundação de Cultura e as Secretarias do Meio Ambiente e Agricultura e Pesca. Comercialização de produtos a base de butiá, picolé, sorvetes, sucos, batidas, butiá na cachaça, etc. Um brinde aos coquinhos do Checo.
AINDA O PINTO
Semana passada, falei do Pinto da rua, que estava mal colocado, ao invés de Pinto Bandeira publicaram Bandeira Pinto. Parece que o “coisinha” continua na ordem do dia. Conforme publicação no Diário Oficial da Prefeitura o Secretário Rezende, da Fazenda, acaba de conceder férias ao Pinto.
A TOCHA, DE CABO A RABO
Na década de 50, durante o governo de Alberto Crippa, nós, os escoteiros, participamos do revezamento do Fogo Simbólico de Laguna até Porto Alegre, em comemoração da Semana Farroupilha. A Tocha Olímpica é a primeira vez que cruza por nossa cidade. Afonso Barreto, atleta já classificado para pegar na tocha, animado, vai lançar na praça um novo jornal – A Tocha. O que os outros jornais não trazem a “Tocha” trás...
INAGURAÇÃO DA PONTE
Inclusive com lançamento de Selo Comemorativo. Prefeito Everaldo, do alto da ponte, bradou aos quatro ventos:
___ PRESIDENTA, ESTA PONTE É UMA BABILÔNIA!
AINDA O PÓRTICO DA AVENIDA MARRONZINHO
Lei que autorizou demolição do Pórtico, em seu artigo 1º, diz o seguinte: “Fica o Poder Executivo autorizado a demolir o pórtico edificado NO INÍCIO da avenida MARRONZINHO, sentido Portinho/Mar-Grosso”. Significa, então, que o trecho que vai da rótula do Posto do Fernando até o pórtico, não faz parte da avenida Marronzinho, e estaria fora do projeto, atualmente, em execução.
ANOS DE “GLÓRIA”
Década de 50. Eu vendia passagens na agência da Empresa Glória. Ônibus que fazia linha Laguna/Florianópolis cujo proprietário era o mineiro Hindenburg Moreira casado com Adelaide Pinho Moreira, agente da CSN e patrono do time do Flamengo, rival do Barriga-Verde. Conheci bem dona Adelaide pela maneira cordial com que tratava a todos nós, empregados. Com o passar dos anos e dos tempos de “Glória”, sempre trocávamos alguns dedos de prosa. Ela gostava de conversar sobre o passado. De duas coisas não abria mão, do carteado com as amigas, e da visita à Matriz de Santo Antônio dos Anjos. Era vaidosa, dispensava os melhores cuidados com sua aparência. Sempre bem trajada, maquiada, elegante. Bonita. E, foi assim, que ela foi ao encontro com Deus. Dizem que ela e dona Emma Werner de Miranda, também minha amiga, foram musas que despedaçaram corações de muitos moçoilos, que frequentavam os elitizados bailes do Clube Blondin e Congresso Lagunense. Por vínculos de parentesco, ambas fazem parte da política do nosso estado. Dona Emma é cunhada do ex-governador Colombo Machado Salles e Adelaide, mãe do governador Eduardo Pinho Moreira.
PONTES
Radialista Batista Cruz estava tão atucanado com a cobertura radiofônica da inauguração da Ponte Anita Garibaldi, que saiu de casa, às pressas, e esqueceu a “ponte” dentro do copo.
NOTINHAS
- Novo Secretário de Turismo não gostou do quadro clínico de sua Pasta. Pediu o boné. Qual será a doença da Saúde municipal?
- CAIC: No governo passado sumiram com a estrutura metálica do ginásio de esportes. No governo atual o abandono é a marca registrada, falta merenda e até papel higiênico. Estariam limpando o bumbum das crianças, com confete. Haja paciência.
- Sinalização Turística: Liberada a verba de 500 mil. Grana federal à disposição da Secretaria de Turismo.
—————