19dez15 - Comunidade (por Munir Soares)

18/12/2015 10:46
ESTRANHA PESCARIA
O sol ainda se espreguiçava por trás da linha do horizonte, e o homem já estava a caminho do trabalho, sua pequena roça de milho. Para surpresa da esposa, o marido retornou mais cedo do que de costume, e com os balaios cheios de siris, ainda vivos e espumando.
___ Siris no Morro da Gloria? A mais de 130 metros acima do nível do mar?
___ Verdade, andando por entre os pés de milho...
___ Valei-nos Nossa Senhora da Glória, isto deve ser coisa da tal de poluição do mar, que fez o camarão sumir e o siri garrar o mato, disse a esposa, fazendo o sinal da cruz, mas já pensando no suflê de carne de siri.
Alvinho Sebolt, Geraldo Di Pietro, Kabide, Gonzaga, Ziq, Piston, Waldemar, Victor eram funcionários da Caixa Econômica Federal. A turma era unida, participava de torneios de futebol de campo, futsal, dominó, xadrez e de pesca. Alguns eram craques em levantamentos de copos. Diga-se, a bem da verdade, que na pescaria, eram todos dependentes do Alvinho que, além de emprestar caniço e chumbadas, colocava a isca no anzol, arremessava a linha, e ainda ajudava a puxar o peixe. Eles só seguravam a vara, e davam banho na minhoca dele.
Naquele sábado, era noite, quando deixaram o costão da Praia da Galheta. Na bagagem, algumas garoupetas, robalos, cestos cheios de siri e muito “mé” na cuca.
___ Pessoal, hoje é dia de strip-tease naquela boate do Morro da Glória. Que tal dar só uma olhadinha?
Álcool nunca foi bom conselheiro. Os carros, roncando na segunda, subiram o morro a caminho do bom pecado. “Piston” (in memória), na tentativa de colocar seu veículo fora do alcance de olhares maledicentes, entrou pela estrada que circundava o monumento, e caiu em um buraco. Para aliviar o peso, todas as tralhas foram retiradas do carro, inclusive os balaios com siris, que foram arremessados dentro da roça de milho. Tudo inútil. Só com guincho.
Geraldo, único que tinha telefone celular, entrou em contato com o colega Waldemar, amigo do prefeito Joãozinho, que logo providenciou o reboque. Em casa a explicação estava na ponta da língua. O gerente ordenara ao caixa Geraldo que fosse buscar, na boate, a féria da noite para depósito no dia seguinte. Como o local era perigoso o restante da turma, serviu de escolta. Não colou. Foram seis meses sem abertura de crédito, só bunda com bunda.
 
 
 
A CIDADE - O Fotógrafo
Quem não se lembra das sessões de fotos de antigamente, todos fazendo pose e o retratista pedindo:
___ Atenção, olhem o passarinho!
Durante o Moto Laguna, Elvis Palma, o repórter-fotográfico da cidade bateu centenas de fotos. Curiosamente ele focalizava motos, por trás, clicando as abundantes caroneiras. Se, a exemplo dos fotógrafos de antão, ele pedisse para que elas olhassem o passarinho, com certeza, seria enquadrado em crime de atentado ao pudor.
 
 
 
O HOMEM DA COBRA
A Rádio Garibaldi está sob nova direção. Onildo Correa chefia o departamento de jornalismo da emissora. Na terça-feira (15) Onildo colocou no ar o discurso que o prefeito Everaldo fez na Câmara, no início do ano. Trinta minutos de um pronunciamento quilométrico, enfadonho, repetitivo. Prometeu mais que o Eurico Miranda, presidente do Vasco. Dizem que o prefeito não aturou próprio discurso. Desligou o rádio, e foi procurar o seu Guru, de quem recebeu a seguinte notícia.
___ O senhor está possuído pelo espírito do camelô conhecido como o Homem da Cobra, um tagarela que tem remédio para todos os males. 
___ O que devo fazer?
___ Você tem, no máximo seis meses para mudar de rumo, e dar uma guinada radical na sua administração, caso contrário seu destino será o mesmo do Titanic.
 
 
 
E POR FALAR EM TITANIC...
É verdade que as obras do Mercado Púbico estão paradas? O boato que corre pelas ruas da terrinha é que, por falta de prestação de contas, o dinheiro não estaria sendo repassado pela União.
 
 
 
O REI MOMO MORREU! PROCLAMADA A REPÚBLICA DOS ABADÁS
Somente o Bloko Rosa coloca 6.000 (seis mil) abadás a venda. É a juventude de várias partes do Brasil, vindo para brincar atrás do trio elétrico, na Praia do Mar Grosso.
No sambódromo ouve-se o piston do Paulinho Baeta, tocando “silêncio”! É o enterro dos ossos, no túmulo do samba. Em 2016, só Brinca quem Pode. O carnaval do Centro Histórico precisa ser reinventado. Contratar um carro de som, tocando somente músicas de carnaval e estacionado na centenária Praça Vidal Ramos. Com o som garantido será fácil convidar famílias, clubes da terceira idade, associações de bairro, Udesc, Grupos de Teatro, Mamãe-bebê, blocos, etc., para o baile público a fantasia, no sábado de carnaval, das 20 às 24 horas.
 
 
 
O MONUMENTO
O lagunense antes de perguntar, gosta de especular. Operários esburacaram o canteiro do jardim. Em seguida, fizeram uma sapata com areia, cimento e brita.
___ Uma homenagem ao passado carnavalesco da praça?
___ Quem sabe um monumento ao Ricardo (Pardal).
___ Ele nunca foi carnavalesco...
___ Em Pernambuco temos o GALO da madrugada. Em Laguna teríamos o PARDAL da madrugada, que nada mais é que o “Telha” chegando da feira.
Tratava-se de uma placa de acrílico, homenageando o Centenário da Praça, do chafariz e do Jardim Calheiros da Graça. Iniciativa do Rotary Clube, IPHAN e Feira da Praça. Presença de autoridades rotárias, da Marinha do Brasil, Banda União dos Artistas e descendentes de alguns dos homenageados, Nilson Algarves e Robson Amandio entre eles. Oradores: Aldo A.Massih e Beto Tiburcio.
Cenário encantador. As barracas da feira, a banda, os militares perfilados, as bandeiras, a voz da Terezinha (Inha) Flor, cantando o Hino Nacional tudo lembrava o passado, com a praça servindo de palco a tantas solenidades cívicas. Só faltava o Grupo de Escoteiros do Chefe Brum.
 
 
 
NA PRAÇA CENTENÁRIA
Próximo à placa recém inaugurada, três luminárias apagadas. Enquanto isto a Taxa de Iluminação Pública (Cosip) teve mais de 50% de aumento.
 
 
 
ATENÇÃO MOTORISTA 
Na avenida Calistrato Muller Salles, trecho entre a Escola Básica Comendador Rocha e supermercado Althoff, grandes crateras no meio do asfalto. Não é hora de convocar a firma executora da obra?
 
 
 
FAMÍLIA - Sessão coruja
Enquanto a nossa neta caçula, Maria Clara, a Cacá, aluna do Stela Maris, recebia seu diploma de conclusão de curso, seu irmão Manoel (Mano) Remor de Souza era aprovado no vestibular da UDESC para o curso de Engenharia de Pesca. 
___ Quanto ao Miguel continua torcendo e acreditando no seu Vasco da Gama.
Que Deus os acompanhe pela vida afora...
 
 
 
FALECIMENTO
Após um longo período acamada, o Criador a chamou para junto de si. Dona Soni Ungaretti Branco morreu. Mulher alegre, desenvolta e dotada de incrível espírito de solidariedade. Durante o período em que minha esposa Salete foi Presidente da APAE, Soni, Jurema Mendonça e Marcília Ribeiro faziam parte da diretoria. Nos famosos jantares beneficentes ou na promoção das Discotecas Soni era presença constante, trabalhando e dando um toque de alegria àquelas maratonas de solidariedade. Marcou sua presença nesta vida.
 
 
 
AO CASAL SALMON FLORES E GLADYS
Passada a tempestade que volte a brilhar o sol da Esperança. Chega de doença. Que vocês encontrem em 2.016, o oásis da Saúde e possam continuar seu trabalho à sombra das palmeiras verdejantes.
 
 
 
O DIPLOMA
A criançada esparramava-se pelo leito da rua de chão batido. A Custódio Bessa era nosso parque de diversões. Na infância as tardes eram longas, alegres, despreocupadas. Adolescência. A linda jovem que passava, como se uma rainha fosse, ignorava a garotada que se babava por ela. Esnobe, cheia de si, não dava bola para ninguém, nem sequer a esmola de um olhar.
___ Ela não é para o bico de vocês, dizia a mãe, deslumbrada. Minha filha vai para Florianópolis e só volta, com o Diploma.
E, foi o que aconteceu. Anos mais tarde a notícia de seu retorno agitou os moradores da rua. Curiosidade e bisbilhotice. Até as lavadeiras da Chácara das Pedras abandonaram as roupas no varal.
A jovem, ainda bonita, solteira, caminhava de cabeça erguida, com o filho no colo. Da janela, uma mulher não se conteve e falou em voz alta:
___ Realmente ela voltou com o “Diploma”. Apelido que o rapaz carregou por toda a vida.
O Jairo Chede garante, que a mulher que botou o tal apelido, foi sua sogra, Dona Zaida, moradora daquela rua.
 

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