22jun13 - Comunidade (por Munir Soares)

24/06/2013 20:07
BAGUNÇARAM A BAGUNÇA
Ajoelhou tem que rezar, diz o ditado popular. O governo anterior ficou ajoelhado e rezou pela cartilha da Confer, empresa responsável pela execução das obras de saneamento básico, em Laguna. Atualmente, com o município sob nova direção, alheia aos reclamos da população e ignorando promessas feitas aos senhores vereadores, Confer, a toupeira louca, consegue bagunçar a bagunça, colocando a autoridade municipal em xeque...
Com as ruas transversais ainda esburacadas, a empresa abre mais duas frentes de trabalho, interditando a entrada da cidade, e o principal acesso à praia do Mar-Grosso. Atualmente, sair da santa terrinha, sem GPS, impossível. O motorista, sem qualquer sinalização de trânsito, precisa orientar-se por um labirinto, pior que aquele que Teseu teve que penetrar para caçar o Minotauro. Dizem, com ironia, que se trata de um novo corredor turístico. Turismo de aventuras e de grande alcance social. Ao trafegar por conhecidas áreas de risco, poder-se-á verificar in loco, a ausência do poder público nesses locais. Lacuna preenchida por pessoas, que vivem à margem da lei.
Como um rastilho de pólvora, as manifestações populares ocuparam as avenidas das principais capitais do país e repercutiram em todo o mundo. O povo está insatisfeito. Na santa terrinha, torrão natal da guerreira Anita Garibaldi, será que o povão terá que ir às ruas e puxar a orelha dos diretores da “Confer?
 
SÃO PEDRO E EVERALDO DOS “SANTOS”
Jesus, ao lhe entregar a chave do céu disse: Pedro, tu és pedra e sobre esta pedra construirei a minha Igreja. Ao eleito Everaldo dos SANTOS, os eleitores disseram: entregamos-te a chave da cidade. Em tuas mãos a esperança de um povo. Que assim seja!
 
CONSTIPAÇÃO
Todos querem ver o bandido na cadeia, mas ninguém deseja ceder espaço para construção de presídios. Em Santa Catarina, o problema, sem solução a curto prazo, já estaria deixando os governantes, com “Prisão de ventre”.
 
 
CAFÉ COM IDEIAS.
___ O “Café com Ideias”, no Flipper Hotel, do secretário de imprensa da prefeitura, radialista Celso Fernandes reuniu mais de 40 profissionais da imprensa regional (jornalistas, radialistas, cronistas, colunistas, blogueiros, ETC...) 
___ E tu, estavas incluído entre os “etc”??
___ Nem ali. Acho que para o Celso, eu já estou fora do prazo de validade. Quis preservar minha saúde, com 80 anos, cardíaco, eu poderia sofrer infarto durante os debates.
 
LÍNGUA SOLTA
Vereador Kek continua fiel ao seu estilo, combativo, autêntico e sem papas na língua. Em entrevista ao Batista Cruz soltou o verbo.
___ Sou contra o aumento de salário aos Adjuntos das Secretarias Municipais.
Quase todos os secretários adjuntos ocupam cargo por indicação política. São parentes de vereadores. Não concordo, disse ele, que esses comissionados ganhem mais que os médicos, assistentes sociais, engenheiros, advogados, etc.
Batista mudou de assunto:
___ Tu és contra o uso de terno e gravata no plenário da Câmara? 
___ Sou! As maiores falcatruas deste país são praticadas por homens de terno e gravata, o tal crime do colarinho branco.
___ E tu Batista, contra ou a favor?
Radialista desconversou. 
Dizem, que o xará, Cleber do som, teria, à revelia do Batista, colocado a seguinte trilha sonora: “vestiu sua camisa listrada e saiu por aí/ em vez de tomar chá com torrada ele tomou parati. Botou um canivete na cinta e um pandeiro na mão. Sorria quando o povo dizia: SOSSEGA LEÃO”...
 
MERCADO PÚBLICO
Inaugurado na década de 50, pelo prefeito Walmor de Oliveira, deve começar a ser restaurado nos próximos meses. Enquanto aguardamos o início das obras, vamos tentar reviver algumas histórias das pessoas, que deram vida ao Mercado.
Lelé, da banca de verduras e frutas, garante que trabalha no local desde o início das obras. De seu tabuleiro na rua, ele acompanhava toda a movimentação dos operários, principalmente, as idas e vindas do seu Joca (Janjão). Lelé era jovem. No despertar da puberdade, ficava todo excitado quando a Maria Quitanda surgia no pedaço. Uma morena de ancas largas. As nádegas pareciam duas melancias, no peito, enormes mamões. A maçã do rosto, levemente, rosada. A mulher era um chuchu. Esses atributos justificavam o apelido. Maria Quitanda chegava, sempre, após o expediente e sumia com o Janjão, pelo interior da construção.
Decidido a descobrir em que o Janjão fazia hora extra, o jovem Lelé esgueirou-se por entre o madeirame e viu o Janjão, apalpando as frutas da Quitanda. Nervoso, Lelé tropeçou numa lata de tinta e saiu correndo, quando percebeu o Janjão vir pra cima dele, de mandioca na mão. 
 
PINTOS E GALINHAS
José Effting, cidadão profundamente católico, comerciante idôneo, pai de família exemplar. Ele é o que se costuma chamar de: politicamente correto. Em seu estabelecimento comercial, lado externo do mercado, entre outras coisas, ele vendia ração e pintos de um dia. Certa ocasião, um vendedor de muita lábia, vendeu-lhe, a preço de ocasião, algumas dúzias de pintos. Lindos, amarelinhos, como se fossem cobertos por uma plumagem dourada. Em pouco tempo vendeu quase tudo.
Uma chuva repentina caiu sobre os remanescentes. Com a água, os pintos desbotaram. Os pintinhos carijós haviam sido pintados de amarelo. Caíra no conto do pinto dourado. As reclamações não se fizeram esperar.
Hélio Flor, que tinha açougue ao lado da loja do Zé, inaugurou uma churrasqueira elétrica para venda de galinha assada. As conhecidas frangas bailarinas, rodando no espeto.
Os pintinhos do Zé ficavam agasalhados em caixas de sapato. Naquele dia, as caixas estavam vazias. Furto? Surpresa. Instinto selvagem. Os pintinhos fujões estavam diante da churrasqueira do vizinho, vendo galinha pelada.
 
CERVEJA À VISTA!
No interior do mercado, além da banca pública de pescado, ficavam os açougues cujos proprietários eram, também, pecuaristas. Gregório Flor Junior, Pedro Doca, Aguinaldo Willemann, Pedro Monteiro de Amorim e João Horminio Ramos.
 
Curiosidades:
No açougue o freguês pode comprar patas, patinho, lagarto, tatu, e até, cupim. Na banca de pescados, armas para todos: facão, espada, pistola e agulha.
Certa ocasião, o pessoal do Banco do Brasil foi convidado para um casamento na Passagem da Barra, Acho que era o enlace matrimonial de um dos filhos do seu Pedro M. Amorim. É sabido, que o objeto dos desejos do João Alfredo Dias, o BABÁ, é a cerveja. A “loura” deveria ter isenção de impostos e fazer parte da cesta básica, diz ele. Ao chegarmos ao local da festa, ele logo avistou o tesouro. Seria miragem? Uma canoa enorme cheia de garrafas de cerveja. Babá esfregava as mãos, dizendo: não sou estivador, mas vou ajudar a aliviar aquele porão. Não se sabe como, nem com quem, Babá conseguiu um chapéu de marinheiro e subiu a bordo, disposto a fazer uma longa viagem...
 
MARRECA, SEMPRE A MARRECA
O delta do rio Tubarão sempre foi uma região muito procurada pelas marrecas migratórias. Num tempo em que a caça ainda era permitida, as marrequinhas eram, implacavelmente, perseguidas pelos caçadores de plantão, ou melhor, de tocaia. Em algumas propriedades particulares, caça somente com autorização do dono. O pecuarista Gregório Flor Junior havia proibido todo tipo de caça em suas fazendas.
Naquele final de tarde. Grego, como é mais conhecido, subia o rio Tubarão em sua lancha, quando escutou tiros. Seriam em suas propriedades? Uma canoa a motor, ancorada logo adiante, comprovava suas desconfianças. Grego não titubeou rebocou a embarcação até ao píer do Iate Clube. Os caçadores ficaram a pé. Eram pessoas conhecidas, bem relacionadas, cujos pais eram amigos do Grego.
Um temporal complicou a situação dos caçadores. Escureceu tudo, e a lanterna havia ficado na canoa. Guilherme, orientando-se pela luz dos relâmpagos, caminhou pela barranca do rio, em busca de socorro. Quanto sacrifício o homem faz, por uma marreca...
 

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