24ago13 - Opinião: Nossa História

23/08/2013 17:03
Nossa cidade já viveu momentos de notória importância econômica e política no cenário Nacional. Reviver sua origem nos bancos escolares foi tão interessante quanto saber das bravuras de seu fundador Domingo de Brito Peixoto em 1676, alertando às coroas que aqui se tratava de terras férteis e de peixe em abundância, fazendo com que seu filho Francisco de Brito Peixoto também se refestelasse da nossa riqueza no povoado da Vila Santo Antônio dos Anjos da Laguna e, então, só depois partiram para desbravar novas terras em direção ao centro do país. Das personalidades que enobrecem nossa história reverencio Jerônimo Francisco Coelho nascido em 30/09/1806, homem íntegro e de ideias liberais se revelou uma forte liderança nacional, sobretudo após a fundação do primeiro jornal da Capital “O Catharinense”, conhecido como “sentinela da liberdade”. Como Lagunense se projetou na Capital para o Brasil. Outros não menos importantes brilharam e fizeram história nessa terra, justificando o título de berço da cultura catarinense. Em verdade, fomos educados para não esquecer dessa ligação história, isso quer dizer que temos memória para reconhecer e valorizar tantos personagens que ainda estão presentes entre nós, homens e mulheres que marcaram épocas nos anos 40 a 80. A Câmara de Vereadores em 2005/2006 buscou homenagear dezenas de Lagunenses, no afã de resgatar e dignificar o seu valor adormecido pelo esquecimento e anulado pelo impiedoso tempo. Momento memorável a muitos cidadãos e cidadãs lagunenses que receberam certificado de honra ao mérito da cidade Juliana. Não me arrependo e lamento que a Resolução serviu uma única vez. Laguna, embora não tenha perdido sua identidade histórica e cultural, sofreu um retrocesso de toda ordem em relação às vizinhas cidades do Sul, fruto quiçá do comodismo açoriano incapaz de resgatar e encampar ideias e decisões políticas administrativas a exemplo de Jerônimo Coelho.  A disposição e a honradez não deveriam ser predicados somente dos líderes do passado, mas também de todos aqueles que mantiveram o verdadeiro espírito publico dessas personalidades. Gostaria, mas manterei a tradição de não citar homens públicos que se decepcionaram com o sistema político local, mas cumpriram o seu papel profissional desejando o desenvolvimento à cidade.  Para traçar um paralelo entre o passado recente e os acontecimentos mais indesejáveis da atualidade, socorro-me sempre a uma personalidade admirável cuja experiência e lucidez me fez imergir no contexto histórico da laguna dos últimos 50 anos. O amigo octogenário João Manoel Vicente, criador de marcas indeléveis do rádiodifusão, cuja sensatez e simplicidade me obriga a nominá-lo enquanto memória ímpar, representando aqui os inesquecíveis da nossa cidade.  Sem entender um pouco dos homens de outrora, da suas retidões e conceitos, de predicados que são apanágios de poucos, não saberemos como lidar enquanto homens atuais em meio a tantos vícios que desencanta os mais sonhadores da Laguna do futuro. Afinal, não somos somente reflexo dos nossos ascendentes, mas também do legado histórico de uma sociedade que atualmente se acomoda e não consegue promover senso de responsabilidade àqueles que assumem o ônus de nos representar.  
 
Júlio Willemann

—————

Voltar