26out13 - Comunidade (por Munir Soares)

25/10/2013 11:09
NEM TUDO QUE RELUZ É OURO
Estamos às portas da temporada de verão e a cidade continua ao Deus dará. Os principais acessos à praia do Mar-Grosso continuam em petição de miséria. As avenidas Calistrato Müller Salles e prefeito Guimarães Cabral (Magalhães) permanecem intransitáveis. O trânsito pesado deixou a sinuosa estrada do Iró, cheia de crateras, inclusive nas curvas, colocando em risco a vida de todos que por ali transitam. Quem transita da praia para o centro, pelo morro, enfrenta um calçamento, totalmente, irregular.
Na avenida Castelo BRANCO, que passou a chamar-se João MARRONZINHO a coisa ficou PRETA, e o clima na santa terrinha já não é mais tão cor-de-rosa. O secretário municipal de Planejamento, atendendo determinação dos órgãos estaduais competentes vai ter que fazer adequações no projeto inicial daquela obra, visando o barateamento dos custos. Nada de projetos faraônicos, isto é, babilônicos. 
Sabemos, que nem tudo que reluz é ouro, mas acreditamos no otimismo e na euforia do nosso prefeito Everaldo dos Santos, desde que ele não esqueça de que se administra um município, com os pés no chão e não, com a cabeça nas nuvens.
 
 
 
BASTIDORES DA SANTA TERRINHA
 
 
EMPURRANDO COM A BARRIGA
Prefeito deveria tratar do assunto “Mercado Municipal”, somente, após o carnaval. Nomearia alguém para continuar mantendo o diálogo com os proprietários dos Boxes.
 
 
 
REI MOMO DEPOSTO?
Tem razão em estar preocupado o nosso prezado, Rochinha, Rei Momo, primeiro e único.
___ O Secretário Daniel vai dinamitar a pedra que obstrui a estrada do Iró.
___ E, daí?
___ Hoje eles dinamitam a Rocha, amanhã, vão querer implodir o “Rochinha”. 
___ O que isto tem a haver com seu reinado momesco? Qual seria sua preocupação?
___ É que todo ano temos a cerimônia em que o prefeito entrega as chaves da cidade ao Rei Momo...
___ Exatamente, mas, qual é problema?
___ Em 2014 o Rei Momo vai ser a CONFER, que já está com as chaves da cidade nas mãos...
 
 
 
BURRICE OU ASNEIRA
Diz o ditado que errar é humano, e persistir no erro é burrice. Alguém da gestão passada colocou todos os bancos da avenida beira-mar, de costas para a praia. Os atuais dirigentes, persistiram no erro. Burrice ou asneira?
___ Tanto faz, ambas as palavras derivam de asnos...
 
 
 
CARNAVAL EM DOIS TEMPOS
Em despacho recente a diretoria do Galo Velho informou, com pesar, a aposentadoria do seu mais “veloz” atleta, Afonso Barreto. Enorme perda para a rinha do Galo. Afonso, contabilista de profissão, desportista e carnavalesco por vocação, durante muito tempo foi presidente do “Democratas”. A sua Escola, este ano, deve homenagear a cidade de Gramado (RS). Na ala “Festival do Cinema” Barreto, deve concorrer ao “Kiquito de ouro” como protagonista do filme “THE FLASH”, o homem mais rápido do mundo. Papel difícil, pois o folião Barreto, por sua conhecida vagareza, sempre começa o desfile ao lado do carro Abre Alas, e termina na rabeira, entre o pessoal da Velha Guarda.
Do outro lado da cidade, o “Xavante” sob o comando do Hênio, apresentará no sambódromo a história da Cerâmica. Segundo a Bíblia, o homem foi feito de barro, uma criatura que ganhou vida, graças ao divino sopro do Criador. Edésio e demais companheiros de sambódromo são fãs ardorosos da musa Gisele, do Xavante. Eles acreditam, que na Ala de Frente estará um carro, representando o Jardim do Éden, com Adão (que foi feito de barro), e a Eva (Gisele). Tudo bem original. Edésio e amigos, a pedido, deverão integrar o carro alegórico, fantasiados de Aves do Paraíso.
 
 
 
CAIM E ABEL
Corre pelos becos da terrinha a informação, de que uma reunião do PMDB local, convocada pelo presidente, não teria acontecido por falta de quorum. O boicote teria sido comandado por alguém muito importante na agremiação partidária local. Estariam se cumprindo as Escrituras???
 
 
 
 
PEDINDO BONÉ 
PSDB abandona o barco do prefeito Everaldo, mas vereador Vilsinho continua remando a favor do alcaide.
 
 
 
SINAL VERMELHO PARA OS TRIOS ELÉTRICOS
A sinaleira colocada na esquina do supermercado Tieli vai impedir o trânsito dos trios elétricos do Bloco da Pracinha?
 
 
 
JOGO DE BICHO
Sinais de fumaça nos dão conta de divergências entre o secretário Daniel Galo e o vereador Dudu Carneiro. Prefeito estava entre a cruz e a caldeirinha, até que alguém lembrou:
___ Quem tem votos, não é o Galo é o Carneiro, logo...
 
 
 
FIM DA CHARADA
Acho que encontrei a solução para a construção da penitenciária em Imarui. Prefeito alega que local é área de preservação permanente. Governo do estado, inicialmente, construiria blocos que abrigariam detentos condenados a prisão perpétua, isto é, em regime de “preservação permanente”.
 
 
 
DO FUNDO DO BAÚ 
 
 
História da semana: O SANFONEIRO SEM GAITA
Laguna vivia sua época mais romântica. Serestas ao luar, saraus ao som de bandolins e pianos animavam as tardes dominicais de muitas famílias. Nas domingueiras, nas sociedades recreativas, o arrasta-pé era na base das polcas, mazurcas e chorinhos. Foi nessa época, que apareceu por Laguna, um cidadão de nome Pedro Raimundo. Corria o ano de 1927. João Guimarães Cabral era o prefeito da Laguna. De imediato, Pedro enturmou-se com os boêmios locais. Em pouco tempo já fazia parte do conjunto musical “Choro chorado”. A terra Juliana curtia um ciclo de progresso. Porto em franca atividade. Uma boa frota mercante garantia o êxito do comércio exportador de produtos como camarão seco, banha, couro, farinha, etc. Laguna como o El Dourado da região sul, atraia muita gente, em busca de oportunidades.
Pedro Raimundo e Tancredo (DONGA) Mattos, naturais de Imarui, distrito de Laguna, estabeleceram-se por aqui, na mesma época. Cada qual com seu sonho. O Café Tupy era o ponto de encontro da sociedade lagunense. Alguns jovens, solteiros, ao redor das mesas, de tampo de mármore, comentavam sobre o grande acontecimento social da semana: o baile de aniversário da sociedade recreativa 3 de Maio, do bairro Magalhães. Não se falava de outra coisa na cidade. O companheiro Miguel Abrahão, de origem libanesa, que já era um comerciante bem sucedido, jactava-se com o sucesso que, com certeza, faria com as garotas do baile. Pedro Raimundo e Donga Mattos não tinham a mesma sorte, ainda não começara a chover em suas hortas. O que ganhavam mal dava para suprir as necessidades básicas. Eram frequentadores do clube, mas o tal baile exigia traje social completo, feitos sob medida e pagos no ato da entrega. Nem com choro chorado iam conseguir uma beca completa. Pedro Raimundo ficou abatido, definitivamente, ele era um Sanfoneiro sem Gaita.
Numa visita à alfaiataria do seu Jovino eles ficaram sabendo, que o Miguel Abrahão havia encomendado dois ternos de casimira inglesa. Chic! Convém lembrar, que o trio estava hospedado no Hotel Rio Branco. No dia do baile, Miguel esteve fora da cidade, completando um negócio. Retornou à noitinha. Banhou-se, barbeou-se, perfumou-se mas, ao abrir o guarda-roupa ficou estupefato: os seus dois ternos haviam desaparecido. 
___ Nenhum sinal de arrombamento. Uma brincadeira de alguém conhecido.
O tempo foi passando. A hora do baile chegando e nem sinal dos ternos, nem dos larápios. Olhando debaixo da cama pela milésima vez, encontrou uma xepa de cigarro Marusca, marca registrada da turma de Imarui.
___ Isto é coisa do sanfoneiro e do poeta Donga!
Foi para a porta do clube em busca da prova do crime e viu seu terno, bailando no meio do salão, abraçado a uma robusta e bela donzela. Por mais que gesticulasse e mandasse recado foi ignorado pela dupla de dançarinos. Não sei como a história terminou. Tempos depois, Pedro Raimundo, já como “Gaúcho Largado”, deu “Adeus Mariana” e partiu em busca do sucesso. Em 1943 já gravava seu primeiro disco em 78 rotações. Continuava com “Saudades da Laguna”. Miguel Abrahão continuou no comércio local e Donga Mattos como comerciante foi proprietário da “Camisaria Nancy”. Na política, foi vereador e o primeiro vice-prefeito eleito em Laguna.
 

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