27jun15 - Tubarão: Vereadores excluem "identidade de gênero" e aprovam Plano de Educação

26/06/2015 13:44
Os vereadores suprimiram a identidade de gênero, o ponto mais polêmico, e aprovaram o Plano Municipal de Educação na sessão ordinária da Câmara Municipal na segunda-feira (22). Oprojetodelei Nº 153/2015, que aprova o Plano Municipal de Educação de Tubarão e dá outras providências, foi aprovado por unanimidadeem uma única votação e recebeu quatro emendas ao seu texto original. O plano tem vigência de 10 anos. Durante a votação, manifestantes estiveram na Câmara com adesivos com a frase “eu não quero a ideologia de gênero como meta para a educação”. Sob protestos de religiosos, os vereadores discursaram contra a proposta e defenderam a "família tubaronense".
 
 
 
Edson Firmino
“Quanto a discussão específica na questão da lei quanto ao que foi tratado sobre “gênero”, eu creio que os vereadores discutiram e estudaram bastante esse tema. A Noruega é o país com maior equilíbrio de gênero do mundo, mas 90% daqueles que fazem e trabalham com engenharia são homens, já 90% dos que trabalham com enfermagem são mulheres, e veja que é um dos países que mais incentiva a questão do gênero pontualmente. Ai se estudou e verificou-se que em 20 países onde não se trabalha o gênero, mais mulheres procuram a questão de ciências exatas, então trabalhar gênero não garante o equilíbrio desejado nem por aqueles que o defendem”
 
 
 
Zaga Reis
“Acho que tem que ser assim, a sociedade, os vereadores, o prefeito municipal tem que estar falando a mesma língua, isso é muito importante. Vocês podem ter certeza de uma coisa, nossa sociedade só vai mudar com o apoio de vocês”. 
 
 
 
Gelson Bento
“Eu como homem, como vereador, pessoa conservadora, jamais iria aceitar essa situação como estaria no projeto original, claro que teria que sofrer mudança, sim. Parabenizo todas as igrejas da nossa cidade, os bispos, os evangélicos, dizer que foi fundamental a participação das igrejas forçando a atenção mais redobrada dos vereadores dessa casa no sentido de fazer essas mudanças. Gostaria de dizer que tenho amigos de ambos os sexos, não tenho problema nenhum com eles, com sua escolha de vida, com suas opções, mas também incentivar para esse caminho eu não concordaria jamais”. 
 
 
 
Lucas Esmeraldino
“Com certeza foi uma grande vitória que obtivemos nessa noite. Na última semana recebemos várias ligações, e-mails, pedidos vindos de todas as partes, de todos os credos, de todas as classes, para que pudéssemos fazer algo para que essa ideologia de gênero não fosse aprovada no plano municipal de educação. Não era um pedido só do vereador Lucas, ou dos vereadores, e sim da maioria das famílias tubaronenses que não queriam e não querem ver seus filhos impulsionados e ensinados a receber orientação sexual. Respeito a opção sexual de cada um, vivemos num país democrático, livre de expressão, livre de opção religiosa e livre de opção sexual, o caso aqui não era só isso, havia uma espécie de imposição a uma ideologia que traria a essa opção sexual para as salas de ensino estimulando os alunos a descobrirem outra opção sexual que não é a natural. Não é porque estamos em tempos modernos que teremos que aceitar isso imposto aos nossos filhos. Tivemos uma vitória hoje nessa sessão, não uma vitória contra alguns movimentos, mas uma vitória em favor da família e daquilo que Deus criou”. 
 
 
 
João Gonçalves Fernandes 
“Quem ganhou foi a família, a brasileira ea tubaronense. Fez valer o direito cristão e familiar, aquilo que todos nós fomos ensinados. Claro que existem outras opções sexuais, nós convivemos com isso, mas a família é forte”. 
 
 
 
João Marcelo 
“Essa questão da ideologia de gênero, Tubarão é uma cidade conservadora, conservadora do lado bom, não é do lado pejorativo, é em respeito à instituição familiar, mas acho que há uma diferença de conotação sexual e de gênero propriamente dito, ali diz heteronormatividade, que é a diferença, homem e mulher, que é o que nós somos, nosso ceio familiar, passar pra homonormatividade que seria uma espécie só, isso compulsoriamente, ensinar isso as nossas crianças nas creches e tal é uma coisa tão controversa, uma coisa tão complicada no mundo inteiro, um assunto tão pouco explorado, seria até uma irresponsabilidade nossa assumir uma situação desse tipo”. 
 
 
 
Carlos Zampareti
“Hoje quando chegar em casa vou abraçar meu filho, ele não vai entender, tem quatro anos, e vou dizer, eu acho que fiz algo pelo seu futuro, votei pela família”.
 
 
 
Eraldo Pereira
“Lógico que nós vereadores somos defensores da família, uma família é formada por duas pessoas, que é o homem e a mulher, e ali se reproduz, mas quero dizer que aquele cidadão que teve a opção sexual diferente também é um cidadão, é um cristão, não vamos aqui generalizar e discriminar essas pessoas, lógico que nós somos defensores, queremos as nossas famílias. Lógico que eu não vou aceitar, que nenhum de nós vai aceitar que um professor lá na sala de aula vai explicar, fazer com que um homem seja uma mulher, que uma mulher seja um homem, isso nós não vamos admitir”.
 
 
 
Matusalém dos Santos
“Esse projeto foi bastante debatido na casa, as emendas foram todas objetos de consenso, as emendas vieram para o bem, mas nós não podemos esquecer que o projeto é grandioso, o projeto trata aqui de questões que estruturam a educação, que planejam a educação do nosso município para o futuro. O projeto está aqui cumprindo uma agenda nacional, ele é um projeto necessário para nossa cidade, é um projeto com muita coisa substancial e importante para estruturar a educação no nosso município. O debate é válido”. 
 
 
 
Evandro Almeida
“Nós nascemos meninos ou meninas, mas o desejo sexual vem quando começamos a conhecer o nosso corpo e temos o sentimento do que se quer. Tem muitos jovens, pessoas de idade que acabam até cometendo suicídio por causa da repressão, do medo de expor aquilo que está sentindo. Eu com meus 33 anos de idade, com um filho de 1 ano, estou preparado para isso, quero que ele siga aquilo que minha família seguiu até o momento, casar com uma mulher, construir uma família, mas temos que pensar no amanhã, no depois, temos que orientar o que é o certo. Agora a opção que ele venha escolher nós temos que estar de braços abertos e receber isso de uma forma que a gente possa continuar dando amor, dando carinho, e dizer a esse filho, a esse irmão, que o amor que a gente vai sentir é o mesmo”. 
 
 
 
Nilton Campos
“Eu questiono o Ministério da Educação de pressionar para incluir esse item no plano municipal de educação, porque tem tanta coisa mais importante para o Ministério da Educação tratar... Nós estamos com índices baixos a nível mundial, então o porquê se ater nisso, priorizando temas que no fundo seria de competência não das escolas, mas sim das famílias”.
 
 
 
Paulão 
“Foi feito aqui hoje a estrutura de um novo plano a partir das ideias que vieram de todas as matizes, religiosas, evangélica, católica. A escola ela não é um ambiente que vai definir a sexualidade de ninguém, não é e nunca foi, ai vem a questão da família, é o nosso primeiro grupo social e que ali são definidas muitas coisas. Nós não vamos perder tempo pra ensinar ideologia disso ou daquilo, até porque nenhum aluno é piolho para ir pela cabeça do professor, a gente tem a ambição de educar, ensinar, apontar caminhos, dizer ao aluno que ele pode ser um jornalista, um bom jogador de futebol ou basquete, é o mínimo que eu posso fazer, mas eu não vou determinar isso”. 
 
 

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