28fev14 - Comunidade (por Munir Soares)

28/02/2014 15:48
OPERAÇÃO “QUEBRA-GALHO”
Pelas ruas da Babilônia os arautos ecológicos anunciavam aos quatro ventos: mutirão de limpeza da praça Vidal Ramos e poda das árvores do jardim Calheiros da Graça. Cedinho, a equipe verde da Fundação do Meio Ambiente estava a postos. Apesar das apregoadas mudanças, Laguna continua tendo seus momentos de Sucupira. No centro da praça, ao lado do chafariz (sem água) autoridades perfiladas, com direito ao hino da cidade e pose para fotos. Presentes ao ato: Vice-prefeita, presidente da Câmara, secretários e assessores. Detalhe: Secretário da Educação deixou o local antes dos flashes, e o prefeito, assinou o ponto, bem mais tarde. Ambos vestiram o abadá ecológico, a camisa verde. Nem é preciso dizer, que após as fotografias, muita gente debandou. 
A patrulha “verde” recolhia o lixo da praça, tranquila, até que surgiu o “Homem do facão”. Jako Siqueira, de arma em punho, com força e precisão, ia decepando todos os galhos que surgiam a sua frente. Ante a ação implacável do facão, pássaros procuraram refúgio na copa das palmeiras. No dia do aniversário da FLAMA, quem se “inFLAMA” é o Jako, da Defesa Civil. De repente, ouve-se o som mais temido pelos ecologistas, o ronco de uma moto-serra. E, o que era ainda mais preocupante, nas mãos do Jako... Iria começar mais uma edição do “massacre da serra elétrica”? Temi pela integridade física do meu Ipê, felizmente, protegido pela bióloga, que comandava o mutirão.
Foi apenas uma “operação Quebra-Galho”, pois somente o lado norte do jardim sofreu ação da brigada verde. Pontos críticos como a salvação da Árvore de Anita, e do Plátano sufocado pelo inço exigem uma política de preservação, mais enérgica e contínua. As palmeiras continuam necessitando de cuidados. Por que não se contratar um técnico, para cuidar das praças e jardins? O pessoal mais velho, da minha geração, ainda sente saudades do “seo” “Capivara”. 
 
 
 
___ “TROFÉU CASTOR” - A atuação do Jako, o “homem do facão,” foi documentada pelo fotógrafo Elvis Palma.
 
 
 
PRACINHA SITIADA
O arrabalde do Magalhães sempre curtiu a folia momesca. O Cordão carnavalesco Xavante, atualmente, Escola de Samba, foi o pioneiro do carnaval de rua. Como Bloco. O Magalha, também, “produziu” Acadêmicos do Samba, a Banda de Sapos, bloco Cacareco, Bandinha Palhaços de Momo (Banda maluca), Blocos infantis, Filhos dos Xavante, Aymorés e Aprendizes do samba. Até o Boi de mamão da Ponta das Pedras, caiu na fuzarca. O “Saímos sem querer” com seus humorísticos carros alegóricos, tinha seu “QG”, no Magalhães. Na praça Souza França ergue-se o “Bar Necrotério,” que viria se tornar local de encontro da boemia do bairro, Jacques Calil Bulos, Pirieu, Sílvio Moisés. Déo Palma, Dilton, Duda, Micoco, Ovinho, Haroldo Prates, Verdinho, Vermelho, Fenemê e outros. Daquele fogo todo, nasceu, há mais de três décadas o Bloco da Pracinha, que se tornaria no maior bloco de Santa Catarina, sem exagero. O Baile das Bonecas, o famoso “Arrasa Bicha” do Zé Mala, é criação do povo da pracinha. A corrida de São Silvelho tem a pracinha, como palco, assim como o Bloco do Barulho.
As novas leis do governo da Babilônia colocam o Bloco da Pracinha, na marginalidade, apesar de toda a sua herança cultural. Este ano, somente obteve direito de desfilar, com restrições, após assinar um “Termo de Ajustamento de Conduta”. A Pracinha está sitiada. Deve trocar de endereço, já a partir de 2015.
 
 
 
CONFETES, SERPETINAS E ABADÁS. É A TERRINHA QUE DANÇA
PROCURA-SE uma candidata a rainha do carnaval. Só havia uma moça inscrita para o concurso. Silverinho, convocado às pressas, saiu pela cidade, catando moças, o que, diga-se de passagem, não é sua especialidade. Fim do sufoco, mais duas garotas resolveram encarar o desfile. Num cantinho da “União Operária”, Rochinha, o Rei Momo, cantarolava uma velha marchinha “que rei sou eu/ sem reinado e sem coroa”. E, sem súditos. O sambódromo foi considerado área improdutiva.
 
 
 
DEVANEIOS
Nem babilônicos e nem faraônicos nosso negócio, agora, é Dubai. A ponte flutuante e móvel que fará a ligação Magalhães/ Passagem da Barra é novo sonho do prefeito Everaldo. Design futurista. Valor de 40 milhões. Antes teremos o “Teleférico” e as quatro pistas da avenida Marronzinho. 
___ A “TOMADA DA LAGUNA” está, definitivamente, sepultada?
___ Sinaleira. Como diria a vovó, a sinaleira do Tiele estava piscando mais que moça namoradeira.
 
 
 
SAÚNA
Na agência do Banco do Brasil da rua 15 de novembro, (antigo BESC) o pessoal que utiliza os caixas-eletrônicos está passando o maior sufoco. O ar condicionado deixou de funcionar há mais de 15 dias. Na fila, clientes reclamavam do calor.
___ Não reclamem, aproveitem que a sauna é de graça...
___ De graça, uma ova. Acabo de pegar meu extrato de conta, e o que está lançado, a débito?
___ Uso da sauna, cinco reais.
 
 
 
PORTO PESQUEIRO
Fábrica de gelo voltou a funcionar. Aumentou a produção de picolés de butiá.
 
 
 
O SACO E A SACOLA
Aposentar-se, para a maioria das pessoas, é ficar no ócio, coçando o Saco. O indivíduo puxa-saco, bajulador, enche o saco de todo mundo. Encher o saco no supermercado sai muito caro. Pesquisar preço é inútil, pois é tudo farinha do mesmo saco, e o que é pior, estômago de adolescente parece um saco sem fundos. Como diz o ditado: saco vazio não fica em pé. Fiz umas comprinhas no supermercado. A moça do caixa foi colocando tudo nas sacolas, inclusive um vidro (2 litros) de azeite de oliva. A pé, com a mão no saco, fiz uma parada num banco do cais, admirando a tranquilidade da lagoa Santo Antônio. Dali, segui até a rua Raulino Horn, ao trocar as sacolas de mão, o estouro. O saco do seu Angeloni furou. O vidro chocou-se contra a calçada. Quebrou, espalhando todo o conteúdo.
• Recolher os cacos. Haja saco. Nunca imaginei que um saco furado pudesse me deixar de saco cheio. As meninas da loja “Universo modas”, muito gentis vieram em meu socorro. Um conselho: Solicitar ao caixa de supermercado, mesmo que seja mulher, mais cuidado com o saco do consumidor. 
 
 
 
O ADEUS 
Faleceu Claudio Dias de Castro Ramos gerente da agência/Laguna, do Bco. do Brasil. Meu chefe e amigo de todos os funcionários. Competência e honestidade. Fiel aos seus princípios religiosos e humanitários. Exemplar como esposo e pai de família. Fez da sua existência, um exemplo de vida. Fixou residência em Laguna, ao lado da querida esposa Cecy, filhos e netos. Nossa saudade!
___ Secretário de Turismo confirmou recebimento de 500 mil do governo estadual e prometeu sonorização em todo trajeto dos blocos. Desde os tempos em que o carnaval era nas avenidas Senador Galotti e João Pinho já reclamávamos da falta de som no trajeto dos blocos.
 
 
 
CARNAGIL
Na mansão do Gil Ungaretti a sociedade lagunense botou o bloco na rua. Carlos Gonçalves e Haroldo Freta puxavam o “Cordão Unidos pela Babilônia”, cantando: 
___ É com esse que eu vou/sambar até cair no chão. É com esse que eu vou/ desabafar com a multidão”. A ala do “Galo Velho” soltou a franga. Tudo de acordo com o código de “postura”. Hino do bloco: “cococó, cococoró, o galo tem saudades da galinha carijó...”
 
 
 
BLOCO DO CHAPELÃO
Tem sua sede no bar do Chico (Brasão). Seu porta-estandarte é o jornalista Luiz Carlos Wilke. Mesmo tendo a coruja como símbolo,o bloco sai de dia, domingo de carnaval. Zalmir, Chico,Victor, Geraldo, Romeu Natal já tiraram suas roupas do Kabide. Todos fantasiados de Dominó. 
 

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