28jun14 - Opinião: A participação do jovem na política

27/06/2014 10:34
Por: Manoel O. Remor de Souza
 
A participação mais efetiva da juventude na política é uma questão que tem sido cada vez mais debatida, e desde junho de 2013, esta necessidade tem se tornado evidente. E tem se consolidado com protestos, algo que não considero muito eficaz devido a recorrência de violência e vandalismo, algo que alguns analistas apontam como causa, o nosso modelo de participação eletiva que depende de partidos, instituições que tem a credibilidade cada vez mais questionada. Existem muitas outras maneiras de se efetivar essa participação, como associações de bairro, de classe, e até mesmo em audiências públicas, das quais quando tenho oportunidade participo, e quando faço, geralmente, estão vazias.
A minha paixão pela minha cidade, Laguna, e ânsia de participação, que tem origem na minha infância, fez com que eu sentisse a vontade, e fizesse questão dessa participação, explico em seguida. Cresci em meio a uma miscelânea de ideologias e estilos diferentes, mas quase sempre, com ideais políticos e sociais, meu pai é advogado, e foi presidente municipal do PMDB e da OAB. O meu avô paterno um jornalista por hobby, e apaixonado pela cultura popular brasileira, e minha avó a primeira mulher a ser candidata na majoritária municipal. Meu avô materno, médico, conservador, e um dos fundadores do PSDB em Brasília, minha tia, filha dele, uma artista plástica e Petista fanática. Minha madrinha, juíza, com posicionamento forte voltado ao bem estar social, e reintegração de jovens na sociedade, tendo feito muitos trabalhos na área, e meu padrinho funcionário do Ministério do Meio Ambiente e do senado. E, em comum, todos eles têm paixão pela democracia, e por esta cidadezinha litorânea do sul de Santa Catarina, e foi assim, que surgiu meu interesse por política.
  Acredito na efetiva participação do jovem na política, de maneira organizada e ponderada, devemos discutir idéias que tenham por objetivo o bem comum e a qualidade de vida de toda a população. Diante disso, deve-se deixar de lado as divergências ideológicas e fortalecer as convergências, traçando e buscando metas comuns. Isso pode parecer utópico, mas como dizia Winston Churchill, “Sou otimista, não me parece nada útil ser outra coisa”. E, está na hora de os jovens, e não tão jovens assim, pensarem nisso. Para isso é necessário muitas mudanças, o que traz certa resistência para muitos, deixar velhas formas de política de lado, e acabar de vez com o ranço do coronelismo que ainda assombra esta nossa jovem democracia.
Para que mudanças sejam, realmente, possíveis precisamos sim de uma reforma política que, naturalmente, é algo que não ocorre do dia para a noite. Além de ser importante considerar, que a pequena distância que temos entre o atual modelo e uma ditadura militar, o que cria uma certa resistência, e fortalece o pensamento reacionário de muitos. Precisamos pensar em mudar muitas coisas, forma de eleição de Deputados e vereadores, que atualmente é com lista aberta, legenda, e sem o instrumento do voto distrital são nocivos ao desenvolvimento.
Portanto, meus amigos, se queremos mudanças efetivas, devemos participar de forma mais efetiva no processo, se incluindo, associando, convergindo ideias, e diminuindo as divergências, através do diálogo e do voto, e não “quebrando tudo”. Eu tenho feito minha parte, seja na roda dos amigos “Old School” do Chedão, da galera da Mercearia Ponto Final, passando por audiências públicas, associação de moradores, partido, e até com os amigos do Rap e do poker. Vamos todos fazer a nossa parte, seja apenas nas conversas informais, o que é excelente por incentivar o pensamento em outras pessoas e consequentemente surjam novas ideias, com participação efetiva em associações, partidos, enfim, vamos disseminar a ideia da mudança que tanto queremos e diminuir a distância entre o caminho que desejamos e o que acontece de fato.

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