29ago15 - Comunidade (por Munir Soares)

28/08/2015 09:02
REBORDOSA NO REINO DA BABILÔNIA
O reino da fantasia é povoado por reis, rainhas, bruxas más, duendes, ogros, príncipes encantados, maçãs envenenadas e beijo despertador. No mundo real, no Reino da Babilônia, Sua Majestade Everaldo I começa a ser assombrado pelas poções mágicas manipuladas pelos bruxos da política. O caldeirão está fervendo. Dizem as más línguas, que a notícia, de que a vice-prefeita renunciaria ao seu mandato, teria provocado inusitado assanhamento na Câmara. Pelas esquinas fofoqueiras da terrinha, falou-se, até em golpe, com a ascensão do Presidente da Câmara ao trono do Reino da Babilônia, consequentemente, com a deposição de Everaldo. Teriam provas e votos para tanto. A renúncia da Ivete Scopel colocaria o Presidente do Legislativo em primeiro lugar na linha sucessória.
Como a vice-prefeita renunciou tão somente sua participação no governo de Everaldo, divorciando-se das ações do governo municipal, mas mantendo sua posição de Vice, jamais saberemos se a possibilidade do tal golpe existiu, ou tudo não passou de ilações dos Pinóquios do cotidiano.
Após a carta da vice, e a lacônica resposta do alcaide, na semana seguinte, um míssil teleguiado atinge a 19ª SDR, derruba o secretário Caporal, ricocheteia em Everaldo, e recoloca Candemil no palanque eleitoral. Estariam considerando Everaldo, carta fora do baralho?
O Rei da Babilônia sentiu o golpe, mas não beijou a lona, e já, no último sábado, no Bar do Chico (Brasão) foi categórico ao afirmar: “Sou candidato a reeleição, e não vou entregar a rapadura, assim, de mão beijada para o Mauro Candemil”. Palavras de rei e, convenhamos, de rapadura ele entende. Já, no domingo à noite, no restaurante MIX, com a presença real, a bancada do PMDB hipotecava solidariedade à campanha de Everaldo rumo à reeleição. La estavam os vereadores Valdomiro (Macho), Renato de Oliveira, Rogério Medeiros e Felipe Remor, além do prefeito e de seu irmão Antônio dos Santos. Lembramos, que há uma semana na Câmara, esses mesmos vereadores ajudaram a derrubar o VETO do senhor prefeito. Conclusão: O Reino da Babilônia está uma rebordosa.
 
 
 
CANDIDATOS EM ROTA DE COLISÃO
No PMDB = Everaldo e Candemil – dois nomes para uma vaga.
PSD – Ivete Scopel e Andrey Pestana = ambos disputarão a preferência do Diretório.
O PSDB, também, estaria atucanado. Vilsinho teria a preferência do atual diretório, mas o delegado e ex-prefeito Nazil Bento conta com o aval dos caciques do partido.
Lembrete: Quem desejar trocar de partido, para candidatar-se, o prazo final é 01 de outubro de 2.015. Um ano antes da eleição. 
 
 
 
NÃO ERA O ÍNDIO DO DIA
A festa estava programada para o CTG do Tio Preto. Tudo feito de acordo com o figurino, para recepcionar o governador do Estado e o candidato a vice-presidente na chapa do José Serra, deputado federal Índio da Costa, um cara de boa aparência, jovem, esbelto. Um bonitão, que levou ao local, centenas de belas mulheres, políticos da região e toda a mídia. O helicóptero pousou. De seu interior saiu a decepção, um homem baixo, entroncadinho, figura nada compatível com a imagem do candidato boa pinta. A grande imprensa, perplexa, recolheu os instrumentos de trabalho. As meninas recolheram o charme. O cidadão, que saltou da aeronave, estava mais para Cantinflas do que para Índio da Costa.
Nelson Mattos e Nazil Bento, que estavam presentes ao ato, não queriam acreditar no que viam...
___ Não acredito, será mesmo quem eu estou pensando?
___ Não há dúvidas, é mesmo o PISCO motorista da 19ª SDR, aquele nariz em forma de vírgula, é inconfundível, afirmou Nazil. 
___ Como ele foi parar naquele helicóptero? Cadê o Índio?
Era falar, ou montar num cavalo xucro. PISCO esclareceu tudo.
___ Eu só vim ensinar o caminho ao piloto. O Índio e o governador resolveram vir de carro com o prefeito.
E foi, assim, que o Antônio Carlos Araújo, vulgo PISCO, teve seus momentos de celebridade.
 
 
 
POMBAS E POMBOCAS
Desde o início de sua gestão prefeito Everaldo vem sendo atormentado por certo tipo de aves domésticas. Estrume de pombas, exalando fedor nauseabundo provoca debandada do pessoal da prefeitura, instalado nas dependências do Centro Administrativo Tordesilhas. Em 2015, a 18 meses do final do mandato, as pombocas voltam a assombrar as noites do alcaide. Com a indefinição sobre quem é o responsável pela iluminação da ponte Anita Garibaldi, prefeito Everaldo estaria se preparando para manter a iluminação da ponte, nem que seja com pombocas. Após criterioso levantamento do seu potencial energético todas as pombocas do reino serão utilizadas para iluminar a ponte. Fiat lux.
 
 
 
TRADIÇÃO E DEVOÇÃO
Na Semana do Patrimônio, professores da UDESC e técnicos do IPHAN promoveram uma série de palestras sobre tombamento das cidades históricas. Graças ao tombamento, Laguna foi beneficiada com recursos do PAC das cidades históricas. Algumas obras, como as programadas para os Clubes Blondin, Congresso, Operária e outros, só não foram adiante porque alguns órgãos municipais de planejamento dormiram no ponto. Aproveitamos a data para valorizarmos a história das ruas, e de alguns de seus personagens.
Da escadaria do Cine Mussi fitei a rua à minha frente, lá estava a estação ferroviária, bem ali, entre o Ponto Táxi e o supermercado Angeloni. Passageiros, indo e vindo, em viagens diárias. Trilhos permitiam que o trem levasse vagões de carga até o caís do Porto Carvoeiro. O Hotel Paraíso era o ponto mais alto da Rua da Praia.
Desfolhando o calendário, viajando no tempo, puxo pela memória, e vejo a nova estação rodoviária, e os dois postos de gasolina, localizados no espaço que seria, atualmente, entre o jardim do “seo” Estácio e a rótula das docas. O Posto ESSO, cujo dono era o Carlinhos Cabral, era gerenciado por Antônio Carlos Marega que já colecionava os adesivos com os bonequinhos do lubrificante Bardahl. O outro posto, Atlantic, se não estou enganado, era de propriedade do Nilton Cunha, pai do professor Sandro Cunha 
Na edificação onde, atualmente, está instalada a Loja Rainha, quase ao lado do cinema, ficavam os escritórios da Empresa de Navegação Carlos Hoepcke. Um dos navios da empresa, o vapor MAX que fazia linha regular entre Laguna e Florianópolis, levando cargas e passageiros, costumava atracar no cais, próximo ao antigo Mercado Público. O lagunense Comandante Moreira capitaneava a embarcação. Havia sempre um bom público, parentes, amigos e curiosos, prestigiando os embarques e desembarques. Os passageiros com destino à capital do estado vestiam-se com aprumo em obediência aos ditames da moda. Homens, fatiota completa, terno, gravata, chapéu, bengala e o indispensável guarda-chuva.
Certa ocasião, um comerciante residente no centro da cidade, ao pisar no convés do MAX percebeu que havia esquecido o guarda-chuva. Ir correndo até sua casa, impossível, o navio estava prestes a zarpar. Apelou para Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Rezou o responso e fez promessas caso alguém se lembrasse de lhe trazer o guarda-chuva. Mal acabou de rezar viu seu empregado correndo com o objeto na mão. Não havia dado tempo da intervenção divina, portanto, estava ele desobrigado de cumprir as promessas feitas ao santo.
O vapor se fazia ao largo. O guarda-chuva arremessado em direção ao navio pegou uma lufada de vento, abriu-se, e caiu na água. Não se brinca com Santo Antônio!
 

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