29mar14 - Orleans Vereador entra em defesa de irmão: “Na minha família nunca alguém teve que comparecer a uma delegacia, a não ser para exigir os seus direitos”

A prefeitura e o povo de Orleans foram surpreendidos na manhã de segunda-feira (24) em uma operação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) denominada “Colina Limpa”. Na ação, três pessoas, da secretária da Saúde do município, foram presas: Hirânia Cascaes (secretária), Guido Pizzolatti (adjunto) e Márcio Coan (contador). O Ministério Público está apurando entre outras coisas, se houve fraude em mais de 30 licitações na cidade e quem são os responsáveis diretos. E se as festas oferecidas aos servidores foram financiadas pelo dinheiro da prefeitura. Na sessão da Câmara de Vereadores, ocorrida no mesmo dia (segunda), à noite, o Vereador Mário Coan, entrou em defesa do irmão que é contador.  “Na minha família nunca alguém teve que comparecer a uma delegacia, a não ser para exigir os seus direitos. O meu irmão nunca mexeu em nenhum centavo de recurso público, os ladrões de verdade eu não sei onde estão. Talvez o meu irmão faça um acordo de delação premiada e ai nós vamos começar a fazer justiça. Ladrão comum está preso, agora ladrão de colarinho branco está solto. E ai as pessoas que são funcionários públicos, que estão subjugados aos incompetentes, que muitas vezes ganham a eleição, corruptos, sem-vergonhas, mal-intencionados, que compram votos, que compram eleições, que querem comprar a cidade, estão soltos. Eu perguntei para o delegado: Você vai prender os ladrões de verdade ou vai prender o bobo do meu irmão que estava lá na sua função pública de receber uma nota fiscal? O funcionário público, coitado, comum, recebe papéis assinados, carimbados, ai o controle interno da prefeitura tem que verificar se o ato público está correto. O contador recebe uma nota fiscal carimbada, assinada por um agente político de um processo licitatório, ele faz o que? Ele paga. Quem é responsável por isso é quem prevarica, quem manda na cidade, quem é o prefeito, quem é o controle interno, esses sabem das coisas e não tomam providências”, desabafou o vereador. 

Emocionado Coan prosseguiu seu pronunciamento: “Eu digo para vocês, não deixo pedra sobre pedra se eu não rever isso. Tenho irmão em todo Brasil, gente de respeito. Minha mãe já morreu e ela disse uma coisa para nós quando saímos de casa “o alheio sempre aspira pelo seu dono, nunca coloquem a mão em um centavo que é dos outros”, e nós somos todos muito bem sucedidos, pena que meu irmão tenha que fazer parte, pela profissão que escolheu, do convívio de pessoas que são desonestas. Eu fiz uma CPI aqui, estou esperando o resultado, nós temos denúncia de enriquecimento ilícito, estou esperando resultado, fizemos denúncia de superfaturamento de obras, ainda espero resultado. Quebrem o sigilo fiscal do meu irmão, vocês poderão ter acesso a todas as suas contas bancárias. Agora eu juro uma coisa, quem fez essa sacanagem vai pagar, eu vou ter o prazer de no meu mandato chamar aqui, vou fazer acareação também aqui nessa casa, nem que eu monte CPI, eu quero ver quem é o correto, o honesto. Eu quero chamar de safado aqui no plenário. Agora o meu irmão vai ser vingado, porque ele está sendo preso por sacanagem de alguém, que embolsou dinheiro. Meu irmão não embolsou dinheiro”, finalizou o parlamentar. O irmão do vereador, contador Márcio Coan ficou detido na delegacia prestando depoimentos até quarta-feira (26).       

 

Mário Coan: “O meu irmão vai ser vingado, porque ele está sendo preso por sacanagem de alguém, que embolsou dinheiro”