Opinião: Desabafo II

26/07/2013 18:57
“E quando fecharem as escolas, contem nas ruas, nas calçadas, nas praças, não deixem ninguém jamais calar um contador de histórias.” Danilo Furlan
Quando li esse incentivo de um grande contador de histórias na rede social sobre a falta de consideração e respeito ao Projeto Viajando com as Histórias do Baú reforcei ainda mais o que penso sobre a importância de contar histórias.
Contar histórias é transformar, construir, resgatar valores e perpetuar a memória. A muito tempo atrás, tempo aqui, considerado em distância e espaço, existia o contador de histórias. De geração em geração chegando até nós, descobriu-se que os homens reuniam-se entorno de uma fogueira e compartilhavam saberes, leitura do mundo, ensinamentos e aventuras.
Por isso, me indaguei ao tentar-me responder o que é uma atitude louvável? Segundo a Diretora Presidente da Fundação de Educação Lúcia Helena, em resposta a imprensa diz que:
“Quando essas duas professoras foram impedidas de trabalhar, na verdade pedimos apenas que explicassem melhor este projeto. Temos um planejamento da grade escolar feito todo começo de ano. Temos que saber o que está sendo feito nas escolas. Em nenhum momento fomos procurados por estas duas profissionais para nos explicar sobre este projeto. Sei que é um trabalho de boa intenção, mas como secretária tenho que dar explicações ao prefeito e ter conhecimento do que ocorre nas escolas”, explicou. “Elas além de não nos procurarem foram para a imprensa. E isso não foi uma atitude louvável”, emendou Lúcia Helena.  
Leia mais: https://www.jornalacritica.com.br/news/tubar%C3%A3o%3a-projeto-conta%C3%A7%C3%A3o-de-historias-volta-a-causar-pol%C3%AAmica-entre-secretaria-e-professoras/”
Quantas incoerências diante de algo que não necessita de segundas explicações.
Em alguma agenda que se encontra na Secretaria de Educação consta que no dia 23 de janeiro de 2013, aproximadamente às 18 horas, depois de um grande “chá de cadeira”, fomos (Fábia Barbosa Pedro e Adriana Medeiros) atendidas pela Secretaria desta pasta para explicarmos o Projeto Viajando com as Histórias do Baú. Além das argumentações sobre o projeto levamos um portfólio de todo o trabalho realizado ao longo de quatro anos. O próprio projeto escrito e centenas de fotos explicavam como era realizado. Lembro-me, muito bem, das palavras da Senhora Lúcia Helena de que sabia o quanto era importante, porém precisa realizar um diagnóstico nas unidades escolares para saber da importância do Projeto para a Rede Municipal. Lembro também, que depois de tantas argumentações, fez calar-me com o seguinte ditado popular: “Mocinha, manda quem pode e obedece quem tem juízo”. O conceito que tenho de atitude louvável, segundo os ensinamentos informais e formais que tive, denuncia que isso NÃO é uma atitude louvável.
Continuando, em momento algum fomos chamadas ou procuradas na Secretaria de Cultura, onde realizamos nosso trabalho para pedir maiores explicações. Nossa parceria faria bem aos milhares de alunos da Rede Municipal de Tubarão. Atitude louvável!
Em outro capítulo, afirmo que prestar contas ao Sr. Prefeito a respeito do Projeto seria mais louvável do que a proibição de levar o Projeto até as escolas municipais. Ter um planejamento a fim de acompanhar o trabalho nas Unidades Escolares também perpassar por compreender o papel da contação de histórias no espaço escolar, fato que falei já no primeiro parágrafo sobre a importância de contar histórias. Agora, pergunto-me se os profissionais das escolas da Rede Municipal não planejam atividades prazerosas e especiais para seus alunos? Conhecendo-os muito bem, sei que fazem isso. Contação de histórias dá prazer e faz bem a todos: bebes, crianças, adolescentes, adulto, idosos e como diz o contador de histórias Ilan Brenman até mesmo a reis e rainhas.
 
Fábia Barbosa Pedro
Contadora de Histórias
Tubarão/SC

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