Opinião: Renasce a Esperança

01/07/2013 11:23
Desde o fim do regime autoritário em 1985, não se viu nada igual senão o movimento dos caras pintadas no impeachment do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Melo. Naquela época, a esquerda infiltrava-se nos movimentos sociais, e mediante estímulos partidários pavimentavam seu caminho de poder baseado na dignidade do trabalho e da ética na política. No exercício da democracia sob a égide da Constituição Federal de 1988, conquistamos cidadania, garantias sociais e respeito público e, sobretudo musculatura a nos opor contra a inflação desenfreada, alta carga tributária, gasto e desperdício de dinheiro público, por mais investimentos na saúde e educação, reforma fiscal e eleitoral, enfim, tínhamos condições morais de reivindicar o poder e implantar o verdadeiro socialismo – democrático, no afã de melhor distribuir a riqueza desse país.  A esquerda partidária da qual fazia parte, consumiu parte da vida de milhares de pensadores que desejavam um país mais justo e solidário, dentre eles, professores, profissionais liberais, artistas, escritores, parte da imprensa etc, os mesmos que, levados pela angústia de mudar o Brasil e os vícios do sistema, agora, voltam às ruas de mãos dadas com filhos e netos para protestarem, como se fosse o último grito de esperança à nova geração.   Uma verdadeira massa de manobra instigada pela mesma causa, desta feita enobrecida pela condenação de políticos corruptos pelo Poder Judiciário. O cenário político continua imutável, posto que o sistema e o poder político ensaiam pacto de “unidos venceremos”, editando regras que conciliam poder e impunidade, a exemplo da PEC 37. O fato é que, o brasileiro se cansou de tantas mazelas e manobras “institucionais” que ofendem nossa autoestima e capacidade de entendimento, e bastou apenas um movimento contra o aumento do transporte coletivo para eclodir o movimento nacionalista marcado como 19/julho/2013. Todavia, a liberdade de expressão e pensamento, por certo, não se confundi com violência, terror ou mesmo depredação ao patrimônio público, o mesmo que era praticado pela esquerda revolucionária que antecedeu a tomada do poder. Apesar de vivermos outros tempos, a democracia continua sofrendo uma erosão nas suas estruturas, comprometendo sua estabilidade em face do binômio poder – corrupção. Diante desse descontrole público que inibe o crescimento do país, a tecnologia da informação vista nas redes sociais, tornou-se uma ferramenta do conhecimento poderosíssima, capaz de mudar o rumo do Brasil, já que permite ampliar e potencializar a mente e o discernimento das pessoas.  Criou-se uma espécie de fórum da verdade, da liberdade, da solidariedade, capaz de convencer milhões em favor de uma causa comum. 
 
JULIO WILLEMANN – ADVOGADO 

—————

Voltar