03set11 - Assunto Colégio Henrique Fontes gera auditoria na Secretaria de Educação em Florianópolis

02/09/2011 18:36

 A questão levantada na edição do Jornal A Crítica em 27 de agosto passado está rendendo. A Secretaria de Estado da Educação está estudando a situação onde, o Colégio Henrique Fontes de Tubarão, tradicional escola estadual, coloca-se na rota investigatória, como mais um absurdo que ainda não foi tornado público pela Imprensa. O assunto está ganhando vigor na esfera governamental e pode vir a dar problemas, pois o Ministério Público Estadual passou a se interessar pelo assunto.

 Na verdade, o que ocorreu é que compras foram feitas em nome da escola, e alguém ordenava os pedidos, que eram feitos em lojas comerciais da cidade. Para exemplificar, segundo pessoas que relataram o fato e que não querem se identificar, em uma Loja que confecciona abrigos, o gasto supera R$ 5 mil. Cientes de que algo não está certo, alguns pais passaram a estranhar o silêncio da direção da GERED, APP e da SDR.  Uma fonte aponta que a APP do Colégio, teria gasto além da conta e que hoje não funciona. Para relembrar o leitor, segundo as informações, as irregularidades ocorreram sob os auspícios ou não da ex-diretora Fabíola Cechinel. “Tem que ser severamente apurada a situação e que se dê a devida publicidade. Os pais devem fazer uma marcha irônica para protestarem pelo silêncio, pois não sabem mais a quem recorrer para que a verdade apareça”, diz uma professora e mãe de aluno.

O atual diretor do Henrique Fontes, Amilton Barreto de Bem, disse que apenas confirma e assina embaixo a versão da professora Cristina Meneghel, gerente da Gered. “Fiz uma auditoria e conclui que a situação é gravíssima. Não quero ficar com essa herança. Estamos preocupados em fazer esse resto de ano letivo da melhor maneira, pós-greve”, enfatizou.

A gerente da GERED, Cristina Meneghel, reconhece que é necessário apurar os fatos “Não existe auditoria. O que foi feito pelo diretor atual é um relatório, que eu juntamente com o Secretário Regional, Haroldo Silva, lemos em conjunto e pelo seu conteúdo, optamos em enviar ao Departamento Jurídico da Secretaria Estadual de Educação”, explicou, sem saber ou omitir que o caso está sendo apurado pelo departamento jurídico da Secretaria de Estado da Educação em Florianópolis.

Afora os problemas relacionados a dinheiro, durante a sua gestão houve irregularidades administrativas que foram resolvidas após denúncias feitas ao Ministério Público e à Ouvidoria. Segundo relatório realizado pela atual Direção, as dívidas estão em torno de R$ 100 mil e existe expectativa de surgirem mais despesas.

Os professores pediram providências junto à Gered e à SDR. O relatório foi levado em mãos pelo atual Diretor ao Departamento Jurídico em Florianópolis e foi devolvido à Gered com o pedido para que fosse colocado na linguagem jurídica. Essa atitude causou revolta aos professores tendo em vista que o referido Departamento conta com advogados que podem fazer isso. De volta à Gered, o relatório foi engavetado, o que levou os professores a entregar uma cópia ao SINTE para providências.

O que foi feito até agora foi um grande descaso para tal situação gerando revolta a todos. A ex-diretora foi premiada com um outro cargo e vale ressaltar que durante a sua gestão, foi para a Itália fazer um curso, onde ficou por 6 meses, deixando dívidas na escola e o telefone cortado por falta de pagamento. Em 2010, ficou o mês de janeiro novamente na Itália, voltando em fevereiro. “Se não houve nenhum investimento pedagógico e nem na estrutura física, teria sido aplicado esse dinheiro em terras italianas?”, perguntam os pais e professores.

 

 

 

Comunidade escolar quer explicações

 

O jornal A Crítica recebeu questionamentos sobre o assunto e mostra aos leitores as perguntas que devem ser explicadas, não só pela SDR de Tubarão, como também pela Secretaria de Estado de Educação, cujo secretário é o deputado Marco Tebaldi. Fabíola Cechinel assumiu a Direção da EEB Henrique Fontes de 2003 a 2010. Uma gestão em que não havia prestação de contas à comunidade escolar e muito superficialmente aos professores e funcionários. Não foi uma gestão democrática, pois sempre foi centralizadora e teve conflitos internos com assessores.

Questionamentos e o que a comunidade escolar deseja saber:

1) O que foi realizado com o lucro obtido nas festas juninas nestes 8 anos?

2) Onde foram aplicados os valores obtidos das contribuições espontâneas arrecadadas mensalmente dos alunos?

3) Onde estão os valores arrecadados dos pais para a colocação de ar condicionado nas salas de aula e que não foram comprados?

4) Por que os materiais didático-pedagógicos comprados pela ex-diretora não foram pagos, o que resultou na apreensão dos mesmos por quem os vendeu?

5) Por que a ex Diretora comprou quadros de fórmica e pincéis para as salas de aula dizendo que utilizou dinheiro de festa junina e não pagou, sendo que o vendedor foi cobrar da atual Direção?

6) Onde a ex-diretora guardou o dinheiro da matrícula de dezembro/2010, em torno de R$ 7.000,00?

7) Por que a escola foi entregue à atual Direção completamente depredada?

8) Que investimentos a ex-diretora realizou na escola?

9) Por que os salgadinhos comprados para a cantina da escola não foram pagos no Valor de 3.000,00 reais? Foi a ex-diretora que efetuou a compra.

10) Presentes que foram dados aos funcionários no Natal/2010 (agenda) não foram pagos. A ex-diretora comprou e não pagou.

11) Por que muitos profissionais e serviços foram contratados pela ex-diretora para realizarem serviços para a escola e não foram pagos devidamente? São eles: móveis para a secretaria, construção da guarita, mão-de-obra da pintura em algumas salas de aula, já que a tinta o Governo do Estado forneceu?

 

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