04fev12 - Comunidade (por Munir Soares)

03/02/2012 17:59

 

ALADIM E A TESOURA MARAVILHOSA
A terrinha, ao seu feitio, vagarosamente, vai mudando sua cara. Na praia do Mar-Grosso cresce a Cidade Nova, atualmente com mais de 40 prédios em construção. No Centro Histórico, mesmo com as limitações impostas pelo IPHAN, as lojas se modernizam internamente. O comércio fica mais competitivo, vende mais e aumenta o número de empregos. O bairro Portinho ganha novos empreendimentos, inclusive imobiliários, revendedoras de veículos, etc., tudo à beira da Calistrato Muller Salles, entrada (ou saída) da cidade à espera do recapeamento asfáltico. O município ficou menor porém, com grandes possibilidades de crescimento econômico e social.Precisamos eleger, em outubro próximo,um prefeito que, no mínimo, saiba colocar esta nova Laguna,no trilho do desenvolvimento sustentável.
Enquanto isto, aqui do Chedão, eu contemplo a rua 15 de novembro, mergulho no tempo até a época romântica dos “Alfaiates”. Um terno sob medida, personalizado, de corte moderno, caída impecável, é o que vestia o homem da época, bem ao sabor da sociedade de então. A alfaiataria era o ponto de encontro dos almofadinhas. O sucesso de um janota com as damas, em determinado evento social dependia, muitas vezes, da obra prima do alfaiate, um belo terno. Osmar Brum, durante décadas vestiu os dandis, de nossa cidade. A alfaiataria passou a ser um excelente negócio e novos profissionais, habilidosos, competentes, perfeccionistas, surgiram no mercado.
Aladim, com sua tesoura maravilhosa, montou sua alfaiataria na esquina da rua Duque de Caxias com 15 de novembro (atual Lanchonete Pardal’s) com uma equipe hilária, mas boa de agulha, composta por Marinho XIX, Victor Kjellin, Barravelha e Warner. Essa turma cortava o pano, passava e tomava “ferro”, sem jamais perder a linha. Confeccionava quatro ternos por semana (paletó, colete e calça). O ferro de passar era na base da brasa (ferro elétrico era ficção, coisa de Júlio Werner). Em dia, ou noite, de vento nordeste (fato comum na Laguna) a coisa era facilitada, bastava virar o buraco traseiro do ferro para o vento e deixar a brasa avivar, soltando fagulhas que corriam, céleres, pela rua XV, em direção ao Café Tupy. Nas tardes de calmaria o fogo tinha que ser soprado na base do fôlego e, não raras vezes, o bafo da turma transformava o dito ferro, em lança-chamas. Na hora do trabalho a perfeição era o lema e o produto acabado,digno de um príncipe.
Alguns fregueses eram disputados, uns, como o comerciante Mussi Dieb Mussi, pela quantidade de ternos que mandava fazer, quatro por mês, em padronagens diferentes, no mais fino tropical inglês; outros, como o senhor Carlos Remor pelas polpudas gorjetas que costumar dar a quem entregasse a roupa.Era sábado, a tesoura maravilhosa do Aladim talhara o Risca de Giz e os auxiliares completaram a obra. Uma jóia, que mesmo vestindo o manequim chamava a atenção dos transeuntes.
Carlos Remor ficaria satisfeito e retribuiria com a gorjeta de sempre. No palitinho disputaram o direito de fazer a entrega. Marinho e Barravelha foram os felizardos. Meio dia. Acabaram de tomar o aperitivo e rumaram para a mansão do Carlos Remor (atual agência da Celesc). Bateram à porta e foram atendidos pelo Antônio Carlos, o Totá. Entregar a ele a encomenda seria, com certeza, o mesmo que abdicar da gorjeta. 
___ Quem desejam os senhores, perguntou Totá, observando-os de alto a baixo.
___ Desejamos conversar como seu pai, assunto particular.
Totá pediu licença, encostou a porta e chamou o pai:
___ Tem dois senhores ali na porta, cheirando a álcool, querendo lhe falar.
Engoliram o bafo entregaram o terno e levaram a gorjeta. A cota para o baile no clube 3 de Maio estava garantida.
Tempos depois, Warner, bom de agulha, montava sua alfaiataria e levava Marinho XIX com ele. Nas horas vagas, Warner, também músico, comandava um conjunto musical em cujo repertório predominava canções cantadas por Elis Regina. Certa tarde, receberam a visita do “Dido”, marinheiro dos 7 mares, recém chegado da Polônia.
___ Warner, numa boate em Varsóvia lembrei-me de ti e do Conjunto, a música de Elis dominou a noite.
Marinho que tem a língua afiada de tanto lamber a linha para enfiar no orifício da agulha, entrou na conversa.
___ Não te lembraste de mais nada?
___ Do que deveria lembrar, indaga o “Dido”, disfarçadamente.
___ Ora, de pagar o terno de casamento, um jaquetão de 8 botões.
“Dido” não se perturbou, arrematando: fazer terno de casamento é colaborar com o “enforcamento” e agora, vocês vão querer que eu, uma das vítimas, ainda pague o carrasco? Disse e saiu, deixando Marinho falando com seus botões.
Atualmente, na maioria das cidades, alfaiate é uma profissão em extinção. Em Laguna, o Joãozinho Alfaiate foi o último a aposentar a tesoura, legítimo herdeiro dos mestres Valentim, Cazeca, Chicão, Jovino Mendonça. Aladim, Tofinha e tantos outros.
 
VAQUINHA
A hipotética transa do policial com a vaquinha colorida deu mais repercussão que as máquinas e tratores estraçalhando corpos em meio à retirada dos entulhos dos prédios que desabaram no Rio de Janeiro. Ministros e políticos podem receber gordas propinas nos bastidores do poder, farra com as tetas da Barrosa federal mais “fazer vaquinha” em praça pública deixa a opinião pública mais chocada. Um amigo nosso, gaúcho, garante que o policial estava apenas fazendo uma demonstração culinária, ensinando a arte de enfiar o espeto na picanha.
 
CRIME CONTRA O CONSUMIDOR
A Lei das Sacolas de plástico com o pretexto de proteger o meio ambiente vai é dificultar a vida dos consumidores e aumentar o lucro dos donos de supermercados. Por que banir as sacolinhas se mais de 90% dos produtos vendidos em supermercados são embalados em plástico? Mesmo os que são biodegradáveis (poucos) todos têm o mesmo fim: a lixeira comum. Que as sacolinhas sumam do mapa, depois que os fabricantes coloquem embalagens ecológicas em seus produtos. Hora de reagir contra os falsos ecologistas. Que tal oferecer aos consumidores, sacolas de papelão?
 
FECHADO! Por medida de segurança a “Vigilância Sanitária” determinou o fechamento do Hotel Rio Branco, no Centro Histórico. Não sei se existe no município algum albergue capaz de abrigar, temporariamente, os indigentes que procuravam abrigo noturno naquele local. Alguns dormem ao relento na praça da Matriz.
 
CONVITE
Promotores da Festa do Camarão, em Imbituba, visitaram o prefeito Célio Antônio e autoridades do Turismo local. Convite: conhecer e provar o já famoso Camarão da Ibiraquera. Sarrinho...
Por que o camarão da Laguna está sumido? Pesca ilegal, assoreamento ou defeso indevido?
 
BRAVO!
O Pré-carnaval de Laguna começou com atraso e com muito bate-boca. Curiosamente, a Escola de Samba que, por força das circunstâncias, desfilou às quatro horas da manhã, teria sido muito aplaudida, pelo Guarda-noturno.
 
FORA DO AR
O que está acontecendo com a Rádio Garibaldi? Seu programa de rádio-jornalismo do meio dia está fora do ar, há semanas. Sucessivamente, os titulares do programa, mesmo com bom índice de audiência, saíram do ar. Primeiro foi o João Batista Barreiros, em seguida, seu sucessor, Celso Fernandes e, recentemente o Sidnei Silva. Álvaro de Oliveira, que atuava em outro horário, também deixou a emissora e, dizem que saiu, atirando... Dr.Jacopo Tasso estaria pendurando as chuteiras? A Rádio estaria à venda?
 
TOUR MINISTERIAL
Mais um Ministro da Pesca que chega para fazer turismo na terrinha. Visita o Terminal Pesqueiro,vai até os molhes da barra, cumprimenta a famosa pedra do canal e vai embora. Eles vêm e vão e a pedra continua lá, obstruindo o canal.
 
RÁDIO FOFOCA
 
Política. 
Delegação do PMDB local teria viajado até Floripa. Objetivo: Levar ao vice-governador Eduardo Moreira, documento em que a Executiva do Partido ratifica o nome de Everaldo dos Santos, como candidato do partido à Prefeitura de Laguna.
Repórter enxerido sugere que o vereador Everaldo trate de costurar todas as alianças possíveis, com antecedência, caso contrário, corre o risco de nem ser o candidato a vice prefeito.  A “quinta coluna” está agindo...
* Fernando, vice prefeito, Júlio Wilemann, Sandro Cunha, Nazil e Tono Laureano apresentam-se como candidatos de oposição.                                    Prefeito Célio agradece quanto mais candidatos, melhor para ele.
* Aderbal (Lagunatur) ex-vice prefeito teria proposto uma dobradinha com a Tanara Cidade, PT, só que ela, de vice.
 
FRANCISCO DE JUECI
Filhote de pombinha rola estatelou-se contra a vidraça. Jueci, garçom do Chedão, administrou-lhe os primeiros socorros. Conversou com o pássaro e o colocou num buraco da árvore. Com a chegada da mãe, mais tarde, nova conversa ao pé do ouvido. Acho que se entenderam pois, em seguida, a pomba voou ao encontro do filhote. Patrick inaugurou aquário na Pizzaria Chedão. Dizem que o garçom já está ensaiando, o sermão aos peixes. 
 
NO BEIRA-RIO
Wladimir Stello, seu filho Pedro e os amigos Miguel e Eric foram assistir ao jogo do Inter x Once Caldas pela “Libertadores”. Vibraram com tudo, estádio, animação da torcida, e o jogo em si. O Once Caldas é da cidade de Manizales, Colômbia, terra natal da mãe do Pedro, a arquiteta Matilde.

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