06ago11 - Comunidade (por Munir Soares)

05/08/2011 17:42

 A CEGONHA E OUTROS BICHOS

Ainda no final dos anos 60, início da década de 70, o teste de gravidez exigia uma série de procedimentos inimagináveis, pelos jovens de hoje. A moça, suspeitando estar grávida, corria ao laboratório de análises para um exame de rotina. E, que rotina. O bioquímico imediatamente chamava seu assessor para assuntos de gestação. E lá ia o cidadão, com a perereca na mão, caçar sapo macho no banhado. O batráquio tinha que ter, mais de 100 gramas de peso. Dizem que o bioquímico Ablair Pereira, tinha seu próprio ranário capaz de atender às pererecas necessitadas, de toda a região. Se fosse, atualmente, com certeza, sofreria alguma ação judicial, impetrada pela Associação das Rãs viúvas do brejo.  A urina (ou sangue) da suspeita era injetada no abdome, ou bexiga do sapo e retirada alguns minutos após. Constatada a presença de espermatozóides, sinal positivo, a menina estava esperando nenê. Pobre sapo, em algumas histórias infantis, com um beijo da donzela, ele acabava virando príncipe. Na vida real, virava cobaia para provar os frutos de uma transa, entre o Pinto e a Franguinha descuidada. A versão de que o sapo morria após o teste, é inverídica, o anfíbio é “reciclável” e, após dois meses, de folga, estava apto a receber nova dose, de urina.

Naqueles dias, o parto, em sua maioria, acontecia em casa. A chegada da Cegonha era precedida pela parteira. Uma senhora de aspecto misterioso, carregando uma maleta de couro na mão. As crianças da casa eram afastadas para um cômodo distante do quarto da parturiente. Os adultos falavam sussurrando, quase um cochicho. Seria para não assustar a Cegonha? Um choro de criança. Repetia-se o milagre da vida.

Após o nascimento, começava o “período de defeso”. A ex-parturiente entrava em Quarentena. Quarenta dias de abstinência sexual, e alimentando-se à base de canja de galinha. Com a franga de repouso, e o peru de fora, as galinhas iam para o sacrifício. Numa família com uma prole de dez filhos, comum à época, a esposa, somente durante o resguardo, consumiria canja de umas 200 penosas e mais algumas pombinhas, de sobremesa. 

Ultrassom era, ainda, ficção científica. Adivinhar o sexo do bebê exigia uma série de técnicas esotéricas, com base na fase da lua, formato da barriga, além de outras crendices. A cor do enxoval dependia do resultado dessas consultas.

Em caso de cesariana, o médico obstetra, no papel da cegonha hospitalar, além do exame pré-natal atuava como cirurgião e anestesista. Alguns, além da orientação sobre os cuidados com o umbigo do recém nascido, ainda acompanhavam as mamães, durante os primeiros banhos, da criança. Não consigo imaginar, o Dr.Aurélio Rotolo, cirurgião que trouxe centenas de crianças ao mundo, machão, descendente de sicilianos, trocando fraldas em bebês.

 

O Umbigo

O cordão umbilical, antigamente, era enterrado num cantinho qualquer do quintal. Equivalia a uma certidão de nascimento. Aqui, deixei meu umbigo,isto é,aqui, eu nasci. Os políticos, aproveitando-se dessa tradição, passaram a colecionar os “umbigos” dos familiares, e os enterrando em propriedade de eleitores de sua zona eleitoral. Astúcia da Raposa. Com essa plantação de umbigos, ia conquistando votinhos, aqui, e acolá. O umbigo utilizado como “célula tronco” eleitoral.

 

SITE MATERNIDADE

O menino ia nascer lá no norte do país. Os avós, aqui em Laguna, acomodaram-se diante da tela do computador. Iam assistir, maravilhados, ao nascimento do neto. A chegada da cegonha virtual, transmitida através da internet. Quanta mudança em pouco mais de 40 anos!

 

NOTAS DA TERRINHA

 

BINGO

Everaldo dos Santos (PMFB) presidente da Câmara foi à revelação da tarde domingo, como “cantador de bingo”, no lanche patrocinado pelos festeiros de N.S. dos Navegantes, do bairro Magalhães.

Previsão do tempo eleitoral: Donga adverte: Everaldo precisa colocar a cabeça no lugar, isto é, agir com os pés no chão, senão, corre o risco de não ser candidato a prefeito, nem de Laguna, nem de Pescaria Brava. O lagunense Eduardo Moreira, vice-governador, vai dar as coordenadas para a indicação do candidato a prefeito de Laguna, pelo PMDB. Além de Everaldo dos Santos, quem mais, o PMDB da terrinha, teria para disputar o pleito, com chance de vitória?

 

SOSSEGA, LEÃO

Souza Junior, o “Dão,” está recolhendo dados sobres os blocos e cordões que, através dos tempos, fizeram o carnaval de rua, da Laguna. Sobre o “Sossega Leão” lembro-me, que foi formado por um grupo dissidente do Cordão Carnavalesco “Xavante”. O Porta-estandarte Zequinha, e o percursionista Aurélio Tasso teriam liderado a dissidência. A sede do bloco era no início da rua Almirante Lamego, Campo de Fora. A partir desses dados minha memória entra em colapso, nem sei quantos anos o bloco desfilou. Já apelei ao professor Marega. Quem souber de alguma coisa, informe ao Souza Junior.

 

OLHA O RABO AÍ GENTE!!!

Disse Salmon Flores, semana passada na página do “CRI/CRI”. “Irregularidades na SDR – O ex-Secretário Mauro Vargas Candemil e o engenheiro Rafael Duarte Fernandes estão sendo citados pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (edital 091/2011), que apura irregularidades apontadas nas obras das escolas Domingos Barbosa Cabral, em Laguna, e Gracinha Augusto Machado e Álvaro Catão, em Imbituba (...) Também corre apuração sobre suposto superfaturamento da construção, e reforma da escola do Farol de Sta. Marta”.

 

RABO 2

Dizem, que a Escola Básica Saul Uysséa, de Cabeçuda, recentemente reformada, já estaria cheia de goteiras, precisando de reforma, de novo.

 

O VÍRUS DO YPIRANGA

A epidemia de corrupção, continua contaminando os Ministérios. Só não saiu mais gente ainda, por falta de “Transporte”. Bem que o pessoal do lote 25, da BR 101 avisou: Cuidado! Esta obra tem “Desvios”.

Na terrinha, algumas entidades vão ter que se explicar sobre aplicação de mais de 3 milhões de reais. Pergunta: quantas dessas entidades sob suspeição foram agraciadas pela Câmara de Vereadores, com o certificado de “UTILIDADE PÚBLICA”???

 

BOMBA!

Vereadora Jussalva Mattos, em pronunciamento retransmitido pelo radialista Sidney Silva, (Rádio Garibaldi), disse da tribuna da Casa, que vereadores teriam sido beneficiados com as tais verbas sociais, sob suspeita. Excelências teriam ficado com 50% do bolo. Vereadora coloca uma bomba no colo do presidente Everaldo. Ou apura, ou fica apurado.  Quem seriam os vereadores beneficiados?

 

“MAMÃE-BEBÊ”

Acontecerá amanhã, domingo (07), no Centro Cultural Sto. Antônio, o concorridíssimo lanche promovido pela Associação “Mamãe-Bebê”, entidade beneficente, que atua junto à Maternidade do hospital Senhor dos Passos. Ingressos esgotados há mais de 15 dias.

 

AS MADEIXAS DO PREFEITO

Agosto é mês de São Lourenço, o padroeiro dos ventos. Na Laguna, o nordeste varre a cidade de ponta a ponta, levantando poeira e erguendo a saia das moças. Nas esquinas, provoca redemoinhos. Um pé-de-vento, parece coisa do tinhoso, diziam os antigos.Até as pessoas caminham meio curvadas para frente, ao enfrentar a tormenta.

Dia de encontro político na histórica Laguna. O tradicional banquete, servido por damas da sociedade, aconteceria num hotel da praia do Mar-Grosso, onde a areia rolava de um lado pra outro, ao sabor da ventania. Nelson Mattos ciceroneava um importante político, prefeito da cidade de Camboriu. Uma liderança emergente, destinada a ocupar altos cargos na política catarinense, afirmavam os jornalistas especializados.

Leonel Pavan, o prefeito, conquistara o respeito da crônica política graças ao trabalho feito, à frente da prefeitura de Balneário Camboriu. Ao desembarcar na orla da praia, sentiu a força do nosso nordestão. Sua farta e bem cuidada cabeleira, arrepiou-se ao impacto da primeira rajada. Depois enroscou-se toda. Uma maçaroca capilar. Pavan recuou, cioso de sua imagem, jamais chegaria ao local do banquete, assim, com a cabeleira toda desgrenhada. Procurou uma farmácia. Nelson preocupou-se. Algum mal-estar súbito provocado pela ventania. Pavan foi recepcionado, festivamente, ao adentrar ao salão de festas, talvez por ter domado o vento nordeste. Ele parecia o ator Robert Taylor, cabelo engomado, “englostorado”, penteado perfeito, nenhuma melena fora do lugar. Sucesso total, graças ao conteúdo de dois vidros de laquê. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

 

PÃO-DE-LÓ DE FESTAS

Com a dona Fanny não tem nhenhenhém, preguiça, ou tempo ruim. Ela está em todos os eventos realizados na cidade. Pontualíssima, chega ao local, antes da carrocinha de pipoca. Seja em “chá de bebê”, velório, missa, lanches, ou carnaval. Na “Semana Cultural” não foi diferente. Como integrante da mesa diretora da Associação das Damas de Caridade, toda terça-feira, às 7 horas da manhã, está lá, ajudando a distribuir donativos aos associados carentes. Um sonho! 

__ Ser festeira de Santo Antônio dos Anjos. Nunca conseguiu. A idade e a dificuldade de locomoção não mais a permitem enfrentar a maratona.

Poderia ser nomeada “Festeira Honorária” e assistir às trezenas, ao lado dos demais festeiros.

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