06dez14 - Comunidade (por Munir Soares)

05/12/2014 11:33
EM CARTAZ: CINE MUSSI
Terça-feira 09 de dezembro de 2014 – Reinauguração do prédio do Cine Mussi. Há 40 anos, às terças-feiras, acontecia a sessão das moças. Horário: 20 horas. Senhoras e senhoritas pagavam meia-entrada. Elenco: Otto Siqueira, Noé, Antônio Gilson (Máquina 7), Lúcio e Bentinho. Direção: Carlinhos Mussi. Muito já foi dito e escrito sobre a importância do Cine Mussi na vida das pessoas moradoras da santa terrinha. Relevante foi sua cumplicidade nos romances de centenas de casais de jovens que, no escurinho do cinema, trocaram juras de amor. Namoros fugazes, furtivos e relações duradouras estiveram sempre em cartaz no Cine Mussi. Alguns inesquecíveis, românticos como Bogart e Ingrid Bergman em Casablanca, ou tempestuosos, sujeitos a chuvas e trovoadas, assim como Scarlett O`hara e Rhett Buttler em “O Vento levou”, nenhum, porém, que tivesse epílogo semelhante ao dos amantes de Verona, Romeu e Julieta.
Se tivessem feito alguma pesquisa entre os amantes cinéfilos sobre quais os melhores filmes de suas vidas, com certeza diriam: “E o vento levou” e Lawrence da Arábia, ambos com quase quatro horas de duração. Garantia de namoro seguro, sem sobressaltos, afinal de contas, toda donzela tem um pai que é uma fera.
No rádio, à época, a novela “O Direito de Nascer” era a campeã de audiência. Alberto Limonta iria, ou não, beijar a Isabel Cristina? Da sétima arte, década de fitas memoráveis: Ponte do Rio Kwai, Ben-Hur, Juventude transviada. Luzes da Ribalta (LimeLight) trilha sonora que ficou sendo a nossa música, Munir e Salete. Nas chanchadas da Vera Cruz Oscarito e Grande Otelo faziam graça. A mulher dos anos 50 (após a segunda guerra) ficou mais feminina e glamorosa. Vestidos com saias rodadas, coloridas, cintura bem marcada, salto alto, luvas, bolsas e outros acessórios luxuosos, como peles e joias. O corredor central do Cine Mussi era a passarela da moda. O desfile semanal nas sessões de domingo, às 18h30min, era imperdível. Na bilheteria norte, o vento nordeste provocava um redemoinho, que levantava as saias das moças, ante os olhos libidinosos da moçada. Coisa de filme impróprio para menores, que nem mesmo o Juiz de Menores, Waldemar Bagrinho, conseguia impor sua implacável censura. Como diria a Brigitte Bardot, “Deus criou a mulher”. Um filme novo todo dia. Os rolos das fitas vinham de Florianópolis, transportadas pelos ônibus da empresa Glória e Catarinense. Lúcio era o encarregado de recebê-los. Desde cedo, os aguardava na rodoviária, situada no centro da cidade, rua Gustavo Richard.
O prédio do Cine Teatro Mussi foi construído pelos irmãos Mussi (Dib, João e Carlos) acionistas da firma “Tecidos João Mussi”. O projeto foi de Wolfgan Ludwig Rau também autor da mais famosa obra literária sobre Anita Garibaldi. Dr. Rau, lagunense honorário, maçom e garibaldino. Faz parte de nossa história contemporânea.
O Cine Mussi ficou fechado durante muito tempo. Prédio foi adquirido pelo IPHAN que, posteriormente, elaborou o projeto de restauração, e buscou recursos junto ao Governo Federal.
No mesmo prédio funcionava o “Café do Comércio” do “seo” Pedro Bascherotto, local de encontro da sociedade lagunense: comerciantes, industriais, médicos, bancários, cartorários, despachantes aduaneiros, etc. Os irmãos Mussi, também, eram fregueses do cafezinho e dos pastéis da dona Rita.
Antes do início das sessões cinematográficas, o primeiro a chegar era o carrinho da famosa pipoca “Floco de neve”, com suas famosas promoções (Black Friday) para garotada. Quem encontrasse no saquinho uma letra das palavras “Floco de neve” ganhava mais um saco, grátis.
Para os garotos, que vendiam torradinha (amendoim torrado) na porta do cinema, a vida era mais difícil. Quem ficasse perambulando pelas ruas após as sessões noturnas corria o risco de perder a latinha, e ainda passar algumas horas na delegacia. O mesmo policial, cujo nome omitimos, era totalmente contra a troca de gibis à porta dos cinemas. Não sabemos se, por pura implicância, ou por temer a concorrência com os super heróis dos quadrinhos, eternos defensores da lei. Ele não só proibia o escambo como requisitava a mercadoria.
 
 
 
CAPÍTULO FINAL
Ouvi dizer, que a administração do novo Cine Mussi ficará a cargo do SESC. Não conhecemos detalhes do convênio nem de qual será a participação da Prefeitura, ou do IPHAN, na ocupação daquele espaço.
O que há de verdade, é que continuaremos de fora do circuito comercial de cinemas.
 
 
 
THE END
NA TELA DA TERRINHA
FILME DO MÊS: Barbas de molho
Assassinaram o camarão. E, assim, começou a revolta no fundo do mar. Na Laguna, o camarão desapareceu. Sumiu das lagoas. Fato bem que merecia uma audiência pública, com participação de todos os setores envolvidos, inclusive, consumidores. O siri da praia foi desaparecendo até que se escafedeu. Ninguém deu bola. Nas lagoas, a produção de siris já é bem menor. Ninguém liga. Agora, chegou a vez do nosso famoso camarão.
 
 
 
OBRAS
- Avenida Getulio Vargas (trecho Estátua/Supermercado Tibio) tem tanto remendo, que já recebeu apelido de “calça de Jeca de festa junina”.
- Secretário Renato sepulta as palmeiras mortas, e planta butiá na avenida beira-mar. Sombra, água fresca, e alguns coquinhos para chupar.
- Atenção Departamento de trânsito. Placa de “PARE” na junção da rua Raulino Horn com Jerônimo Coelho (Bradesco) está caída, virada pro chão. Os carros vindos pela Raulino Horn estão entrando direto, sem parar na esquina.
 
 
 
O PRESÉPIO
Estamos em dezembro. É Natal, mas os presépios estão em extinção. A invenção de São Francisco, aos poucos, vai caindo no esquecimento. O Menino Jesus, como no passado, não encontra um teto para nascer. Com a saída da dona Zeli, quem irá fazer o famoso e lindo presépio da Matriz Santo Antônio dos Anjos?
 
 
 
MINISTRO 
Ministro Joaquim Barbosa tem visitado Criciúma, rotineiramente. Será que encontrou alguma “mina”?
 
 
 
PRIVILÉGIO DA NOBREZA 
Ministro Teori Zawascki manda soltar Renato DUQUE, ex-dirigente da Petrobrás. Estanho pensei que Zawascki fosse produto de “limpeza”...
 
 
 
A PROMESSA
Após mais um derrota do Botafogo, torcedores do alvinegro deixaram a casa do Riguetto, e reuniram-se numa encruzilhada. Amarraram boca de sapo, e fizeram promessas. Tudo para evitar que o time fosse para a “segundona”.
___ Riguetto (da Celesc) prometeu um choque de energia no Glorioso. 
___ José Chede (o da bengala) garantiu que até a vitória final trocaria os ingredientes de seus quibes: ao invés de hortelã, galhos de arruda.
___ Nelson afirmou, com documento registrado em cartório, ficar um ano sem falar em política.
___ Grunner declarou, peremptoriamente: assistirei aos jogos, calado. Palavrão nem em pensamento.
___ Desembargador Júlio Knoll, além de uma nova peregrinação a Santiago de Compostela, vai ofertar uma nova camisa do Avaí ao garçom Jorge. Dessa vez autografada com tinta lavável.
“Dae” Chedão prometeu armar um presépio bem ali, no cantinho onde a turma do Botafogo se reúne. Era tarde demais, só deu tempo de colar a estrela, uma Estrela solitária.
 
 
 
TROCO
Diz o Edésio, que a culpa é do “Dae” Chedão. Ele negou-se a contribuir com um quilo de balas para a festa de Cosme e Damião. Em jogo de futebol, não tem santinho. Cosme ficou na defensiva, mas o Damião deu o troco. Com dois gols jogou o Botafogo no inferno, isto é, na segunda divisão.
 

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