12abr14 - Comunidade (por Munir Soares)

11/04/2014 14:19
REVOLUCIONÁRIOS PERALTAS
Na semana que passou a imprensa brasileira foi pródiga em reportagens sobre o “Golpe de 1964”. Laguna, que já teve participação em marcantes episódios da história do Brasil, não passaria à margem dos atos e fatos, que culminaram com a consolidação da ditadura no Brasil.
 
 
 
A BOMBA
Alix Pedro Soares, funcionário civil da nossa Capitania dos Porto, em seu livro “Uma luz no caminho”, assim relatou o caso: “Estávamos de Comandante novo. O movimento político desencadeado no Brasil, na década de 60 trouxe desdobramentos, até mesmo a nossa Capitania”. Jânio Quadros renunciava. Políticos e militares eram contra a posse do vice-presidente João Goulart. Em Porto Alegre, Leonel Brizola cria a Rede da Legalidade, e com apoio do III Exército mobiliza-se para garantir a posse de Jango.
Diante dos boatos de que o governador do Rio Grande do Sul estava a caminho de Florianópolis, e de que havia tomado a Prefeitura de Criciúma, o Comandante da Capitania da Laguna determinou a derrubada da cabeceira da ponte de Cabeçuda. Alix e Manequinha encarregados de executar a missão foram até a localidade de Passagem da Barra, buscar o senhor Ciro, funcionário do porto e especialista em explosivos. Não concordavam com a empreitada, temerária e inoportuna. Precisavam pensar em estratégias para boicotar a operação, como por exemplo, exigir que a ordem fosse dada por escrito, e o documento, com firma reconhecida, fosse registrado em cartório. Como plano “B”, o técnico em explosões diria que o serviço não poderia ser executado à noite, por falta da segurança. Alívio e surpresa. Ao retornarem à Capitania só encontraram um sargento, sem farda, e os funcionários civis. O restante do grupo havia deixado seus postos. Uma retirada que impediu que a ponte da Cabeçuda fosse dinamitada.
 
 
 
GRUPO DOS ONZE
Criados por Brizola, seriam células comunistas para a difusão da luta armada. Em Laguna alguns pacatos cidadãos foram acusados de pertencerem aos tais Grupos, inclusive inocentes frequentadores dos aperitivos na Churrascaria Peralta. Em Curitiba teriam sido submetidos a cansativos interrogatórios. Segundo denúncias, no “Peralta”, símbolos do socialismo eram cultuados, abertamente. Só tomavam CUBA libre e caipira de VODKA. Um músico animava as tardes de sábado, tocando sua Balalaika.
Um fato sempre me deixou “encucado”. Por que fregueses assíduos como Sérgio Castro e Haroldo Fretta não foram enquadrados como “revolucionários peraltas”?
Ao sentirem o clima de beligerância nacional, espertos, mudaram seus hábitos. Trataram de tomar, somente, caipira com cachaça da marca “Sentinela”. Produto bem nacionalista. Cubra libre cedeu lugar ao “Rabo de Galo” tupiniquim (pinga com vermute Urú). Viva a revolução! Sérgio Castro que tinha, dizem, uma cacheada cabeleira, e era tão barbudo quanto os companheiros de Fidel Castro fez sua própria revolução capilar. Cortou a barba, e vendeu o escalpo para um fabricante de perucas. Calvície perpétua.
Verdades e mentiras sobre o movimento de 1964 em Laguna. Algumas prisões aconteceram, realmente, mas isto já é outra história...
 
 
 
BOMBA NO TANQUE – Pré-sal e corrupção
Grito do posto “Ipiranga” – Para os políticos corruptos, “Shell” é o limite.
___ Tentativa de barrar a CPI da Petrobrás? 
___ Um retrocESSO.
___ Ninguém vai “Texaco” para aturar essa roubalheira. Bardahl neles...
 
 
 
AEROPORTO DE JAGUARUNA
Uma esquadrilha de políticos prestigiou o ato de inauguração. Profecia: Políticos em campanha que participam de tais eventos, Não Decolam!!! Os pilotos lagunenses Romualdo e Miró não receberam convites. Azar do público que ficou sem ver suas piruetas.
 
 
 
O MAR NÃO ESTÁ PRA PEIXE
Falta de boia na boca da barra provoca colisão de barco; disputa pela retirada da carcaça de barco afundado. Pescadores e surfistas em campos opostos; água invade convés da balsa. E, a Casa do Mar, fechou?
 
 
 
CEM DIAS
O Mercado Municipal já está fechado há mais de 100 dias, e ainda sem previsão para o início das obras.
 
 
 
ENCARAR DE FRENTE
Na cidade de Kawasak, no Japão, há mais de 40 anos acontece a procissão do pênis. O Falo é carregado por mulheres e homens, vestindo trajes femininos. Festejado na entrada da primavera, e atrai fertilidade aos participantes. Em Laguna, o “Pinto loco”, versão caseira do pênis de Kawasak, é considerado de Utilidade Pública, e sua “procissão” ocorre no período carnavalesco. Aproveite, o ”pinto loco”, agora, é legal...
 
 
 
COM QUE ROUPA EU VOU
O guerreiro medieval, com suas reluzentes armaduras, na hora das “necessidades”, tinha sempre um servo a desatarraxar os parafusos de emergência. No caso de nosso personagem da semana, a situação é bem mais complicada. Refiro-me a um amigo do Roberto Righetto, conhecido pela alcunha de “NI”. Um cidadão que anda mais agasalhado que urso polar. Em pleno verão, normalmente, ele veste três camisetas, blusa, calça, cueca e duas meias, de cano longo. No inverno, seu recorde é de vinte e cinco peças, desde cuecões (dois) até máscara de ninja. Como torcedor, ao contrário do botafoguense Arno Grunner, não é “pé frio”. Detalhe: Ele sai do banheiro trajado dos pés a cabeça. Detesta corrente de ar.
Contam, que a esposa do “NI” tinha uma loja de confecções masculinas, e o marido usava quase todo o estoque, de uma vez. Mostrar os últimos lançamentos à clientela só se o esposo consentisse em fazer “strip-tease”. Mudaram de ramo, nada de artigos masculinos. Nos meios comerciais, “Ni” ganhou novo apelido, “Brechó”.
Ao saber que o “Ni” tinha apartamento na praia do Mar-Grosso, a pergunta era inevitável:
___ Com que roupa que ele toma banho de mar? 
___ Algum tipo de maiô dos anos 30?
___ É moderninho, enfrenta as ondas fantasiado de surfista, roupa de neoprene no corpo todo. Usa a prancha, como desodorante, só debaixo do braço. 
___ Como ele, o “NI”, faz amor? 
___ Assunto de alcova sempre é uma coisa muito íntima, que diz respeito somente ao casal, embora cada um tenha a sua posição.
Consegui apurar que o “Mi”, visando manter seu instrumento sempre aquecido, não vai para cama sem colocar um preservativo de astracã! 
___ Mesmo com muita roupa, o importante é não perder o bom humor, afirma o “NI”.
 
 
 
O SUSPEITO
A Balsa fez água. Suspeita-se de sabotagem. Chede (Dae) seria o principal suspeito. Consta dos autos do inquérito:
___ Dona Zaida, sogra do Chede, não conhece o Farol. O genro promete levá-la até lá,mas sempre acaba adiando o passeio. Enrola! Ultimato: 
___ Se eu não for, até o sábado de Aleluia, eu troco a senha do Cartão de Crédito. Os garçons, Jorge e “CI”, do Chedão, solidários, ameaçam fazer greve durante almoço de domingo. Tudo acertado, dona Zaida comprou até cesta de piquenique. 
___ E a pescaria com o Dr. Lúcio? 
___ Como conciliar as duas coisas?
Dois dias antes da viagem, a notícia de que a balsa estava fazendo água. Armação do genro? Mesmo desconfiada, a sogra, com medo, desistiu. Passeio novamente adiado. 
___ Cuidado Chede, praga de sogra pega. O Dr. Lúcio, teu cúmplice, ficou perdido no trânsito de Floripa. Só achou o caminho, seguindo um taxi. Na próxima pescaria vocês só vão pegar baiacu, destruidor de redes. Levem mudinha de arruda...
 

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