12nov11 - Vereador tucano pede vistas do projeto da LDO

11/11/2011 16:34

 

O embate entre o vereador de oposição ao prefeito Tinto, o tucano Mário Coan e o líder do governo, João Tezza Francisco, o “Dão”, é uma novela que, a cada sessão tem um novo capítulo. Na segunda-feira não foi diferente. E o assunto, desta vez, foi sobre a questão da execução orçamentária, que segundo Coan, está deixando a desejar, pois promessas feitas pelo Executivo no ano passado, bem como aplicações em investimentos que constavam na programação, ficaram adormecidas. Com isso, o projeto da LDO – Lei das Diretrizes Orçamentárias, que entrou na pauta para segunda votação, acabou tendo pedido de vistas aprovado e retornou para as comissões de mérito para uma melhor apreciação.
Mário Coan tem mostrado, no exercício de sua função de vereador, que não está no Legislativo orleanense para brincar e sim para cumprir, na sua totalidade, o que o cargo lhe impõe. E isso, tem criado muitos constrangimentos ao líder do governo que, vez por outra, tenta apagar incêndio, mas não consegue debelar todo o fogo que o adversário político provoca. Na sessão de segunda-feira, mais um round entre os vereadores. O tucano, diante de críticas que os vereadores oposicionistas vem recebendo do prefeito Tinto, em suas incursões em entrevistas, na imprensa local, munido de fundamentos e documentação, informou aos presentes de que somente com a receita do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o município de Orleans, do ano passado para este, cresceu 21%. “Foi R$ 3.260.280,10, até este mês e o prefeito acha que a inflação e o óleo diesel, subiu tudo. Se a inflação foi maior, talvez o aumento do funcionário público, que foi mendigado demais, com a atualização conforme a inflação, deveria ter sido maior. Mas não foi. 21% é bem maior que 6% de algumas despesas que foram criadas. Até o momento, no município de Orleans, nestes três anos de administração, foram arrecadados mais de R$ 30 milhões por mês fora o Fundo Municipal de Saúde que está parado nas contas da Prefeitura Municipal. Deveria se perguntar como foram feitas essas aplicações de recursos para ver que benefício se teve. E, diferentemente, do que foi afirmado pelo prefeito na Rádio FM Luz e Vida, o prefeito anterior, Valmir Bratti, não deixou R$ 2,2 milhões de dívida com o Badesc para pagar. É um argumento tolo tentar jogar a população contra os vereadores, principalmente quando pegarmos as funções constitucionais de um vereador e que nós as estamos cumprindo de forma correta, que é fiscalizar os atos do Poder Executivo. E isso nós estamos fazendo. A Câmara teria direito a R$ 1,605 milhão do duodécimo dela para a manutenção desta Casa Legislativa. Mas, recebemos R$ 1.320 e devolvemos R$ 80 mil”, explicou.
O líder do governo, João Tezza Francisco, o “Dão”, procurou amenizar as críticas de Coan e, munido de algumas estatísticas disse que quando se fala que a arrecadação do município aumentou também as despesas tiveram crescimento. “Vou mostrar alguns comparativos. Quanto ao repasse do hospital, nos três anos anteriores, durante o governo do Valmir Bratti foi R$ 2.257,000,00 enquanto que, na administração do prefeito Tinto, de 2009 até 2011 foi bastante superior.Para o Instituto Francesco Zommer, nos três anos anteriores ao nosso governo, foi R$ 30 mil. Na atual administração R$ 299.500,00. Para a Unibave, na administração anterior nenhum real foi repassado e no atual governo R$ 394 mil. Isso para lembrar a todos que aumentou a receita e a despesa também aumentou bastante. A nossa Câmara de Vereadores, que merecia muito mais dinheiro e que bem está sendo administrado pela nossa presidente, no anterior recebeu R$ 2.017.000,00 e nós repassamos R$ 3.890.000,00, uma diferença de R$ 1.872.000,00 o que daria para adquirir sete caminhões trucados”, informou.
O vereador Osvaldo Cruzetta, o “Vá”, ironizou: “Gostaria que o vereador, que mostrou belos números aqui, nos mostrasse quando deu de receita há mais nesses anos todos e do ano passado para cá. Já que tem o montante das despesas deve ter da receita também”, sendo retrucado por Dão. “No momento não tenho nada em mãos. Trouxe esses números só para fazer um comparativo. Mas, falando com o prefeito eles devem ter esses números lá também”, acrescentou. Mudando o assunto, Dão dirigiu-se à presidente e comentou que, muitas pessoas pedem que voltasse ao plenário o projeto do asfalto. Peço para que todos os vereadores se conscientizem. A população tem nos procurado e nos pedido para que aprove esse financiamento para que se faça esse asfalto no Rio Belo, Rio Novo e Rio Pinheiros. Que todos pensem com carinho”, concluiu.
 
Pedido de vistas foi aprovado
 
Quando entrou na Ordem do Dia, em segunda votação, Mário Coan pediu a palavra no momento em que a propositura entrou em discussão. “Andei lendo a ata que definiu a LDO e constatei que foi esquecido de incluir duplicação da ponte da Coloninha, todos os asfaltos inclusive, as 400 casas populares prometidas pela administração, o asfalto, a escola da Barra do Rio Novo. Muitas coisas não estão incluídas no último ano do mandato do atual prefeito. Ele está fazendo licitação para adquirir novo veiculo, ao contrário do que prometeu em usar seu próprio carro.
Nós vereadores estamos fazendo papel de bobo apresentando emendas. Não vi as prioridades para as obras que estavam inclusas nas peças orçamentárias do ano passado. Precisamos rever essa situação e, por isso, peço que coloque em votação pedido de vistas para uma melhor avaliação”, sugeriu Mário Coan. A proposta do tucano foi avalizada pela maioria dos vereadores presentes e retornou para as comissões para uma melhor análise.
O vereador Osvaldo Cruzetta, o “Vá”, concordou com o apelo de Coan e lembrou que, no ano passado, asseguraram recursos para diversos investimentos e que não foram atendidos pelo Executivo. “Seriam recursos para beneficiar diversas ruas e não foram efetuados. Também para casas populares, para o terreno destinado à área industrial e até hoje não se viu nada disso. Queria estar parabenizando o prefeito e toda a sua administração mas, na verdade, não posso fazer isso, porque não posso concordar com a forma que está sendo explanada para todos nós esse governo”, comentou. Ele questionou sobre a tanta preocupação com a aprovação do financiamento do Badesc, em reta final de governo, para fazer pavimentação asfáltica. “O projeto que temos aqui é para quatro quilômetros e eles vão para imprensa dizendo que é mais de oito, quando não é verdade. Não vejo por que tanta ganância de até chegar ameaçar os vereadores de colocar suas fotos em outdoor na praça. O desrespeito foi total do Executivo para com o Legislativo Porque não se preocupam assim com o nosso agricultor?”, questionou Vá.
 

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