12out13 - DIA DO PROFESSOR, ROYALTIES, PIB E O FUTURO

11/10/2013 09:52
No Dia do (a) Professor (a), 15 de outubro, uma reflexão sobre um futuro promissor que os R$ 368 bilhões dos royalties do petróleo e os 10% do PIB para a educação, aprovados pelo Congresso Nacional, poderão não garantir. Para tirar o professor, a Educação e o País do ostracismo, é preciso, também e fundamentalmente, mudar os rumos.
Dois colunistas da revista Veja (24/06/2013) – Mailson da Nóbrega e Gustavo Ioschpe – reforçam tal ponto de vista.
Argumentam que “nossos gastos, na área, passam os dos Estudos Unidos (5,5% do PIB), Japão, China e Coreia do Sul (todos com menos de 5% do PIB)” e que “não é correto financiar políticas públicas permanentes com recursos finitos e voláteis”.
Assim, elenquei oito mudanças que não precisam esperar pelos necessários recursos.
1- Inverter a aplicação dos referidos recursos ou mais se reproduz do que se superam as desigualdades escolares e sociais. Destinam-se 6 vezes mais para o ensino superior gratuito - cujos alunos, na quase totalidade, podem pagar - do que para o ensino básico, frequentado majoritariamente por alunos pobres, que ocupam, não por acaso, o 53º lugar entre os 64 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
2- Construir Projeto de Educação para o País ou as escolas continuarão se adequando às avaliações externas (IDEB e ENEM) que - em vez de apontarem deficiências e metodologias para saná-las – colecionam maus exemplos e ignoram o ‘saber ser e conviver’, com graves prejuízos para a formação, principalmente ética, dos alunos. Os métodos que garantem acesso e permanência, com sucesso (conteúdos e atitudes), de todos os alunos na escola devem estar claramente explicitados. 
3- Colocar fim no abandono intelectual e financeiro do (a) professor (a) ou nenhum Projeto Pedagógico se concretizará, e a profissão se extinguirá (apenas 2% dos alunos do Ensino Médio, e entre os de menor rendimento, pretendem exercê-la, conforme pesquisa da Fundação Carlos Chagas). No ranking de valorização do professor (Varkey Gems Foundation Teacher, outubro de 2013), o Brasil é o penúltimo, entre 21 países. A China é o primeiro. 
 4- Retomar a disciplina e os bons hábitos escolares e orientar ou acionar legalmente as famílias para que também retomem, ou também o “saber” e o “saber fazer” dificilmente serão concretizados. 
5- Substituir a aprovação compulsória dos alunos, inclusive nos três anos iniciais do Ensino Fundamental, por reforço escolar e epistemologia didática que favoreça o aprendizado de todos os alunos e não apenas de alguns ou repetência e evasão continuarão apenas adiadas e recrudescidas. 
6- Readequar as metodologias de ensino e de avaliação ou os alunos prosseguirão “memorizando para repetir”, enquanto o novo momento histórico exige “compreender para empreender com ética”.
7- Capacitar e apoiar os diretores ou eles permanecerão, majoritariamente, envolvidos com a burocracia e com a manutenção da escola em vez de liderarem, também, as atividades pedagógicas, que é o que impulsiona a aprendizagem dos alunos, conforme atestou a OCDE.
 8- Profissionalizar a gestão escolar ou projetos milionários - como os computadores em sala de aula e a escola em tempo integral - continuarão produzindo resultados nulos para a aprendizagem.
Sem todas estas ações, mais dinheiro significará, apenas, mais daquilo que já está ruim.
 
Prof. Maurício da Silva
Mestre em Educação
mauricio.silva@unisul.br
48 - 99863562

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