16jul11- Psicologia no Cotidiano (Graciele Locks)

15/07/2011 15:30

 Medo: conhecendo o bicho-papão (parte 1)

 

Desde o nascimento experimentamos sentimentos fundamentais e que nos caracterizam como humanos: como o medo, nojo, surpresa, raiva, submissão, emoção e ternura. O medo nos surge como um dos principais e mais presentes no início de nossa vida. O bebê tem medo de separar-se; tem medo da destruição devido a sua deflagrada fragilidade e tem dentre outros, o medo do escuro que se relaciona aos medos anteriores e que conforme crescemos transforma-se em insegurança e medo do desconhecido. Mas afinal o que é medo e por que nos acompanha ao longo de nossas vidas? 

O medo é uma emoção de antecipação, e como toda emoção é subjetivo. Ele serve para informar a existência de um perigo em potencial. O medo é desencadeado quando percebemos um perigo, e esta percepção não é necessariamente realista, muito embora seja vista como inevitável. O fato de imaginar o que pode acontecer desencadeia a emoção. Isto pode ser encaixado em diversas situações de nossas vidas. Desde as intersubjetivas, interpessoais e até com relação as coisas que nos rodeiam.

Como ele pode nos advertir sobre a possível presença de um perigo, é desta forma que nosso organismo irá responder. Em algumas pessoas isso é funcional e vital para a existência humana, contudo em outras podem ser adversos os efeitos do medo. 

E o que fazer com o medo do meu filho?

As crianças não têm maturidade emocional e propriedade intelectual para medir o perigo.  A primeira coisa a se fazer é compreender que os medos são normais e que lidar com eles irá ajudar seu filho (e você) a crescer e desenvolver sua identidade no mundo; Tranquilizar e incentivar a criança a expressar e falar sobre seus medos e elogiar a cada pequeno progresso feito em relação ao objeto de medo; Explicar a diferença entre medo e cautela; Monitorar os nossos comportamentos, pois o medo pode ser aprendido por associação, e nossos comportamentos são modelos para as crianças; e, uma atitude fundamental, não punir, ignorar ou humilhar a criança pelo seu medo. Estas podem ser atitudes simples que irão contribuir para o desenvolvimento infantil sadio.

Deve-se, contudo, estar atento as nuances, quando mesmo com assistência a criança está sob uma ansiedade generalizada, parece perturbada, perde o sono, o apetite e tem seu funcionamento diário alterado um especialista deve ser procurado para não se prejudicar o desenvolvimento da criança.

 Na semana que vem: medo de gente grande - as fobias e como lidar com elas.

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