17ago13 - Vereador Neno diz que atual administração de Tubarão está lenta e falta capacidade para governar

16/08/2013 15:16
Eleito com 908 votos na última eleição, o vereador Vanor Rosa, o Neno da Farmácia, é o entrevistado desta semana no Jornal A Crítica. Ele fala da sua trajetória, bandeiras e dificuldades de trabalhar com o governo Olávio Falchetti. Vítima de um infarto recentemente, ele deve passar por um procedimento cirúrgico dentro em breve para colocar algumas pontes de safena. Nesta atual legislatura já apresentou cerca de 140 requerimentos, 10 indicações ao prefeito e foi autor de projetos como o benefício concedido ao idoso acima de 60 anos para utilizar o transporte público gratuitamente. Defensor dos servidores públicos, busca a valorização da categoria. Luta por melhorias na saúde. Cobra a reforma e ampliação de creches, principalmente no bairro Morrotes e alimentação especial para crianças com intolerância a algum tipo de alimento. Aos 68 anos, esbanja carisma e vontade de trabalhar.
 
 
Jornal A Crítica – Como o senhor avalia estes primeiros sete meses de mandato na Câmara de Vereadores de Tubarão?
Neno – Eu avalio meu trabalho com muito positividade. Sempre procurei trabalhar honestamente e atender na medida do possível, os anseios da população tubaronense. É sempre um aprendizado em nossa vida. E eu estou aprendendo mais uma vez.
 
 
Jornal A Crítica – É a primeira vez que consegue uma cadeira no poder legislativo?
Neno – Não. Já fui vereador de 2001 a 2004. E neste segundo mandato chego com mais confiança e mais experiente também. Assim acho que podemos trabalhar de uma forma ainda melhor. 
 
 
Jornal A Crítica -  Quantos votos recebeu na época?
Neno – A eleição foi em 2000. Recebi 1333 votos. Fui o quarto mais votado naquela legislatura.
 
 
Jornal A Crítica – Qual é a sua principal bandeira?
Neno – Eu trabalho por todas as áreas, mas minha luta atual e que ainda deve durar por muito tempo é na área da saúde, pelas pessoas carentes e idosos que precisam de atendimento médico e remédios.
 
 
Jornal A Crítica -  O que o senhor tem feito por estas pessoas?
Neno – Nossa luta é diária e constante. Mas, recentemente pedimos academias ao ar livre e recebemos a notícia do deputado Manoel Motta, que em breve a cidade ganhará nove. Agora só falta o entendimento com o prefeito Olávio Falchetti para destinar as áreas municipais. Com certeza muitas pessoas serão beneficiadas com isso. Busco também melhorias nos postos, serviços e remédios.
 
 
Jornal A Crítica – Já tem locais escolhidos para receber estas academias? 
Neno – Sim, tem sim. Eu escolhi o bairro Morrotes e o São Cristóvão. Outros bairros escolhidos por outros vereadores também vão receber.
 
 
Jornal A Crítica – Sua campanha foi feita basicamente sem recursos. De que forma o senhor conseguiu se eleger?
Neno – Foi um trabalho feito mais na garra e no amor. Na verdade uma campanha não começa apenas em tempos de eleição. Ela precisa ser desenhada muito antes. E eu venho sempre cultivando amizades, prestando serviços voluntários. Acredito  que tenho muitos amigos e pessoas que acreditam no meu trabalho e na minha honestidade. Consegui 908 votos sem dinheiro, hoje em dia não é fácil. Muitos vereadores gastam uma fortuna para conseguir uma cadeira. Eu consegui na raça e na vontade.
 
 
Jornal A Crítica – A Saúde é o setor que mais recebe crítica nesta atual administração. Qual é o seu ponto de vista sobre este assunto?
Neno – O povo está sofrendo mesmo. Sofrendo como há anos não vinha sendo tratado com tanto descaso. Isso chega a me doer em ver pessoas que ficam sem médicos, sem consultas e sem remédios.
 
 
Jornal A Crítica – Qual o tipo de reclamação mais frequente que chegam até o seu gabinete?
Neno – São inúmeras, todos os dias. Faltam medicamentos. Faltam médicos. Falta material de trabalho. Falta quase tudo. Está um caos e muita coisa precisa ser feita. Não podemos é continuar desta forma. O povo não merece.
 
 
Jornal A Crítica – Qual seria o motivo de tamanho descaso com a Saúde em Tubarão?
Neno – Falta de vontade mesmo. Eu coloquei um projeto na câmara para que fosse publicado no site da prefeitura os medicamentos à disposição da população e foi vetado pelo prefeito. Recebi a notícia quando ainda estava internado depois de ter sofrido um infarto. Mas os vereadores viram que este projeto era importante e derrubaram este veto. Pra vetar alguma coisa eles são rápidos, mas para melhorar esta questão da Saúde demora uma eternidade.
 
 
Jornal A Crítica – Isso significa que está difícil o relacionamento com o prefeito Olávio Falchetti?
Neno – Digamos que sim. Porém, mas difícil ainda, está nosso entendimento com o seu secretariado. Eles quase não nos atendem e fazem pouco caso de alguns vereadores. Isso é motivo de muita indignação aqui na câmara.
 
 
Jornal A Crítica – E a sua relação pessoal com o prefeito?
Neno – Eu mesmo já disse para ele que não fui e não vou visitá-lo em seu gabinete. Não concordo com muitas coisas que eles estão fazendo. Eu sou muito sincero. A única vez que fui chamado no gabinete do secretário de governo, Matheus Madeiras, foi pra receber a notícia do veto do meu projeto. Isso me deixou muito chateado. Só queria uma explicação óbvia para isso. 
 
 
Jornal A Crítica – Qual é a sua opinião sobre a atual administração do poder executivo?
Neno - Está muito lento. A reclamação é geral. A cidade precisa acordar. Na campanha ouvíamos muitas promessas e hoje pouco é feito. Pouco mesmo. Tem que ter mais agilidade, mais empenho e vontade. Falta capacidade. Tudo o que pedimos é uma burocracia sem tamanho.
 
 
Jornal A Crítica – Há falta de muitos materiais e trabalhos o prefeito atribui sempre pela morosidade de licitações. Isso seria verdade?
Neno – Eu não acredito. Não acredito mesmo que uma licitação leve sete meses. Estamos em agosto e as reclamações só aumentam. Isso prova que pouco tem sido feito.
 
 
Jornal A Crítica – Diante de todos estes impasses pode-se dizer que o poder executivo e o legislativo não trabalham em sintonia?
Neno – Eu começo a acreditar que agora eles (poder executivo) querem uma aproximação. Caso contrário muita coisa não iria passar na câmara. Eles estão sentindo que precisam de nós vereadores para que a cidade siga o caminho certo. Alguns secretários também começam a mandar projetos mais detalhados. Antes vinha apenas superficialmente. Agora eles viram que o trabalho aqui é sério e exigente.
 
 
Jornal A Crítica – Como vereador, o senhor observa que pessoas que votaram no Olávio hoje não votariam mais?
Neno – Vejo muita gente arrependida. Muita gente mesmo que não vota mais no Olávio. Só se ele mudar radicalmente para melhor. Assim como está acho difícil ele conseguir uma reeleição. Se bem que ainda é cedo. Mas quem vota, quer mudança e não vemos isso.
 
 
Jornal A Crítica – Recentemente o senhor sofreu um infarto. Seria o estresse da própria política?
Neno – Eu gosto muito de política. Isso me faz bem. Gosto de ajudar. Isso foi um problema que pode acontecer com qualquer um.
 
 
Jornal A Crítica – Depois desse susto a intenção é largar a política?
Neno – Não. Isso também faz parte da minha vida. Minha intenção é seguir em frente e continuar. Em breve passarei por uma cirurgia para a colocação de três a quatro pontes de safena, mas tão logo tenha alta eu volto a trabalhar normalmente.
 
 
Jornal A Crítica – Qual é a sua mensagem para o povo tubaronense e o seu eleitorado?
Neno – Quero agradecer primeiramente ao Jornal A Crítica por esta oportunidade. Seus proprietários e colaboradores. Parabenizar pelos 18 anos de um trabalho importante para a sociedade. Agradecer meus eleitores e ao povo que confiou e confia em mim. Quero dizer que vou lutar sempre pelo bem de todos com muita honestidade e transparência. Quero pedir para que orem por mim para que tudo dê certo nesta operação. Desejo que todos fiquem com Deus.
 
 
Pleito: “Pedimos academias ao ar livre e recebemos a notícia que em breve a cidade ganhará nove”
 
Eleição: “Muitos vereadores gastam uma fortuna para conseguir uma cadeira. Eu consegui na raça e na vontade”
 
Veto: “Eu coloquei um projeto na câmara para que fosse publicado no site da prefeitura os medicamentos à disposição da população e foi vetado pelo prefeito”
 
Secretários: “Difícil está nosso entendimento com o secretariado. Eles quase não nos atendem e fazem pouco caso de alguns vereadores”
 
Prefeito: “Eu já disse para ele que não fui e não vou visitá-lo em seu gabinete”
 

—————

Voltar