19nov11 - Orleans: Presidente da Câmara de Vereadores indignada: Prefeito Tinto se apropria de projeto iniciado pelo Legislativo

18/11/2011 17:58

 

Mais uma sessão da Câmara de Vereadores de Orleans aconteceu nesta semana, na noite de quarta-feira (16), em virtude do feriadão de 15 de novembro. Na oportunidade,  a presidente daquela Casa Legislativa, Suzelei Brighenti Padilha, a “Lela”, se mostrou indignada com as atitudes do prefeito Jacinto Redivo, o “Tinto”, que dessa vez, assumiu como própria a proposição, sem citar o seu nome. Lela também se manifestou a respeito do concurso público anunciando que mais um desembargador, após receber recursos dos advogados da prefeitura, manteve sustado o certame. “Muitas pessoas insistentemente nos tem procurado pedindo manifestação sobre a questão de nosso concurso público para a área da Saúde e que está suspenso por decisão judicial e não por essa vereadora, apesar de nunca termos acreditado pela forma como foi executado. Todos os passos de nosso concurso a população tem que saber em que pé está. Escutam, muitas vezes, alguma informação, mas o que pegamos é tudo direto do Tribunal ou do nosso Fórum. A última decisão que tivemos, não teve nada de novo. O concurso público continua suspenso. Houve uma decisão do relator em nível de TJ que não foram aceitas pelos advogados da prefeitura que entraram com recurso, mas outra decisão, de outro desembargador mantém suspenso o certame. Ele disse: Não vislumbro a possibilidade de acolhimento dessa retratação, o que popularmente chamamos de agravinho”, observou a presidente. Lela Padilha explicou aos presentes que, quando assumiu a Câmara, sempre priorizou a questão das escrituras das casas da COHAB, onde os moradores, desde 1988, estavam sem a documentação. “Nós procuramos bancas em Tubarão e a assessoria dessa Casa, e desde janeiro estamos tentando acertar as escrituras que àquelas pessoas não tinham. Houve um pronunciamento do prefeito dizendo que o Jardim das Orquídeas não tinha escritura. Tem sim. Quando entregamos o Jardim das Orquídeas entregamos com todos os registros que é a sua escritura. Talvez as últimas casas possam não ter, enfim. Continuamos com nosso trabalho até que surgiu um programa estadual que dava a oportunidade para que as pessoas do conjunto residencial João de Barro tivessem suas escrituras. E juntamente, com nosso Juiz de Direito, começamos a trabalhar. Fomos de casa a casa na COHAB e fizemos o cadastro de um por um. Tinha pessoas que não acreditavam e a gente os incentiva a acreditar. Esse é um dos maiores trabalhos nossos neste ano aqui na Câmara. Um senhor de 76 anos subia e descia as ruas da COHAB estimulando as pessoas a acreditarem. Já estávamos com quase tudo pronto quando fomos tomados de surpresa, quando naquele momento, para ser uma coisa mais rápida de até poder entregar neste ano, nós precisávamos da assinatura do prefeito que, muito prontamente, assinou e foi correndo para rádio e bateu foto. Eles são campeões em bater foto. Eu acho que a coisa mais feia é chamar pessoas nossas de chupim. Quem é chupim nessa história? Mas, enfim, continuamos, o prefeito e a primeira dama bateram foto e estava a coisa mais bonita no jornal. Mas, esqueceram da vereadora. Poderiam dar uma ligadinha para convidar para participar da foto e quem sabe no dia 26, quando as escrituras seriam entregues, a senhora estaria aqui conosco? Eu fiquei indignada. Liguei para o prefeito e questionei se ele sabia o que estava fazendo. Quem fez fomos nós. Na quinta de manhã eu o recebi aqui na Câmara. O prefeito me colocou como as coisas são. O poder de articulação do prefeito é fantástico. Eu não estava convencida de muita coisa. E tem muita decisão que tomamos aqui na Câmara, acho que temos de rever. E essa foi o convencimento do prefeito. Ele conseguiu certamente a convencer essa vereadora de ter firmeza e rever posições. Não tenha dúvida, a partir de agora a gente consegue enxergar muito bem. Enfim, no dia 26, os moradores do conjunto habitacional João de Barro receberão, seja da mão do João, do Pedro, do Paulo, seja de quem for. O trabalho aqui nós começamos, a Câmara se envolveu. Se o prefeito entregar, parabéns a ele. Hoje íamos lançar aqui outro projeto fantástico. Mas não vou abrir a boca. Quando já estivermos com o projeto pronto, não vou esquecer das fotos. Cada vez “que começarmos um trabalho, haveremos de ter muitos cuidados”, complementou. Diante das palavras da presidente, o líder do governo, João Tezza Francisco, o “Dão”, saiu em defesa do prefeito Tinto: “Quando foi lançado o projeto das escrituras do conjunto residencial João de Barro, eu falei aqui nesta Casa de que alguém estava colocando o carro na frente dos bois. Aquilo era um projeto que estava na Justiça com cobrança de precatórios onde o juiz Paulo chamou o prefeito para resolver o problema. Ele isentou o ITBI, que só ele podia fazer, a Câmara não, e que depois disso seria transferido os registros em cartório no próximo dia 26”, lembrou Dão. Por sua vez, o vereador Osvaldo Cruzetta, o “Vá”, lamentou os acontecimentos: “Fico triste como vereador, de ver as injustiças sendo feita aqui nesta Casa há muito tempo. Sou testemunha da vereadora Lela lá na COHAB para fazer essas escrituras acontecerem, pois até eu não acreditava. Faz muitos anos que não se conseguia isso. A vereadora tem os seus méritos sim e tem de se saber reconhecer isso. Ela foi casa por casa e a documentação estava na sala dela que, junto com o Juiz só esperavam pelo prefeito para que assinasse o ato. Só faltava o prefeito não assinar. E ele isentou porque já tem lei aprovada nessa Casa. O prefeito não fez nada mais do que a sua obrigação. Tem que ser inteligente o suficiente para reconhecer o trabalho dos outros. E fico mais triste ainda quando vão para as emissoras de rádio culpando os vereadores de serem contra o projeto do asfalto. Ninguém mais do que eu queria fazer esse asfalto na minha comunidade, Rio pinheiros. Fui a Brasília buscar recursos e veio R$ 250 mil através do deputado Pizzolatti. Está aí para ser aplicado e nem sei se vai ser devolvido como já aconteceu com os R$ 300 mil do dinheiro do teatro, que não aplicaram. Foi devolvido dinheiro de ruas que não conseguiram asfaltar, de posto de saúde que não conseguiram aplicar. Aí vem com financiamento de R$ 5 milhões, o primeiro projeto que chegou aqui foi neste valor. Aí a Câmara se assustou. Então pedimos informações para as comissões onde seriam asfaltadas, quais as ruas, quanto vai custar cada quilometro para sabermos e não votarmos de olhos fechados”, manifestou-se o vereador.
 

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