23jul11 - Comunidade (por Munir Soares)

22/07/2011 18:46

 BARBA, BARBUDOS E BARBADAS

“O que Deus deu ao bode,

Catinga, barba e bigode”.

Barba era o sinal da maioridade masculina. No Brasil, há poucas décadas, a primeira barba só era aparada, com autorização paterna. Barba era símbolo de força, virilidade e respeito. Tocá-la, desrespeitosamente, era agressão máxima (cara que mamãe beijou pilantra nenhum toca a mão). Quase todos os personagens principais da Bíblia, eram barbudos (Noé, Abrahão, Moisés). E, Deus, tinha barba?

No mundo moderno, os barbudos mais conhecidos continuam sendo, Papai Noel e Bin Laden. Dom Pedro II, nunca rapou a barba. Foi o barbudo Marechal Deodoro da Fonseca quem proclamou a República e, na história recente do nosso país, tivemos na presidência, Lula, o sapo barbudo.

Barbada. Como diziam os antigos, barbada é mulher de circo. Atualmente, a terrinha que Cabral descobriu, que é o paraíso das “barbadas”. Um lugar onde todo mundo quer levar vantagem em tudo. Barbada, agora, é apelido de corrupção. No Ministério dos Transportes, políticos e empreiteiras fizeram “barba e cabelo,” e a presidente Dilma vai ter que ser de circo para afastar essa turma, do picadeiro.

___ Pergunta cabeluda. Quando começou a corrupção no Ministério dos Transportes?

___ Desde o “seo” Nascimento...

 

BARBA DE VELHO

Alguém colocou um vaso com flores, sob o busto de Giuseppe Garibaldi. Com certeza, uma homenagem ao bravo guerreiro mas, confesso, que senti um calafrio, uma espécie de mau presságio. À frente do busto está plantada uma árvore. A famosa figueira, que nasceu no casco do legendário barco Seival. A “árvore de Anita”, como é conhecida, mal cuidada, com aspecto de moribunda, vai enfrentando a inexorável ação do tempo. Galhos podres já foram decepados, enquanto as folhinhas verdes teimam em resistir às intempéries. Fiquei preocupado ao ver as flores diante da figueira, que já está com seus ramos cheios de barba de velho. Seria o começo do fim? Botei as barbas de molho. Ao pesquisar sobre “barba de velho” fiquei sabendo, que se trata de uma planta, da família das bromélias, inclusive comercializada como planta decorativa. “Barba de velho” não é parasita, nem prejudica a árvore, alimenta-se da umidade do ar. Se depender da “barba de velho”, a árvore de Anita estará salva, o problema é o abandono a que foi relegada pelo Poder Público e pelos órgãos de preservação cultural e ambiental.

 

BARBA DE VELHO- 2

Além de sua utilização como “recheio” de estofados a “barba de velho,” também, era usada como elemento decorativo em árvores de natal e presépios.

__ Suas propriedades medicinais são inúmeras, inclusive, como cataplasma na cura de hemorróidas.

__ Os passarinheiros garantem, que os ninhos para coleiros, feitos com barba de velho, deixam o passarinho bem animadinho.

Resumindo: na medicina “barba de velho” atua, de cabo a rabo...

 

“Árvore de Anita”

Aproveito a realização da “Semana Cultural” para continuar falando da figueira histórica. O barco “Seival”, construído no Rio Grande do Sul, fez parte da flotilha gaúcha, que invadiu Laguna e, aqui, proclamou a “República Catarinense” ou Juliana. Epopéia que propiciou o renascimento de Anita, a guerreira de dois mundos. Com o fim da guerra, Seival deu baixa e, rebatizado com o nada pomposo nome de “Garrafão” continuou sua vida civil, transportando mercadorias, do interior para o centro comercial da Laguna. Aposentado, sem condições de navegar, foi adquirido por um médico italiano, que pretendia levá-lo para a Itália. Certa noite, vândalos colocaram fogo no “Garrafão”. Só restou a quilha do barco. Da quilha, nasceu a figueirinha. Um piloto de nome Antônio Joaquim de Souza, que por aqui passava, notou a mudinha e a levou às autoridades. Posteriormente, a mando do superintendente Oscar Pinho, foi plantada no jardim Calheiros da Graça.

Mais tarde, já com a figueira crescida, o desembargador Boiteux percebeu um detalhe significativo. O tronco da figueira era bipartido e dele derivavam 4 (quatro galhos). O tronco representava Anita e Garibaldi e os quatro galhos, os seus quatro filhos.

 

SEM PENA

Encruzilhada:- Júlio César engoliu franco de macumba e despachou Patos e Gansos. Nem o Peru ficou de fora. Canarinho tá na muda.

 

NA MARCA DE CAL

Perder pênalti faz parte do jogo, mas bater quatro penalidades, sem acertar no gol é vergonhoso. Inaceitável. Vamos acabar com essa baboseira de que “pênalti” é loteria. Desta vez, a desculpa foi a moita. A grama fofinha estava incompatível com a qualidade das chuteiras dos nossos pseudos craques. Chuteiras coloridas, importadas, personalizadas, impermeáveis, bicos bordados com fio de ouro e com traves de fibra de carbono. Dizem, que o técnico herMano Menezes vai sugerir, que os pênaltis, passem a ser cobrados, com barreira, pelo menos assim, nossos milionários jogadores terão uma desculpa razoável. Na realidade, eles tem é medo de encarar a solitária figura do goleiro, de pé, defendendo sua cidadela de 7,32 metros de largura.

 

A CHUTEIRA

No campo das lembranças, o campinho da praça Polidoro Santiago é sempre revivido, com muito carinho e saudades. O futebol amador garantia a festa, no bairro de Magalhães. O público fazia um colar, em volta do campo. O gramado era um misto de buracos e touceiras de capim. A praça tinha vida, alegria, movimento. O time do Tupy, comandado por Afonso Barreto, ocupava o primeiro lugar na tabela. Naquele jogo decisivo, uma zebra, faltou um jogador importante, acho que foi o Jakson Calazans. Ariosvaldo (Ari) Moreira foi convocado. Problema: não havia levado chuteira.

___ Pega a chuteira reserva do Waldir Moraes. Com um jeitinho, serve.

Waldir Moraes, para quem não sabe,é o “Dido”, atleta com mais de 2 metros de altura. Filho do ex-jogador do Barriga Verde. Cid “Pata Grande”. Tal pai, tal filho, “Dido” calçava o número “45” bico largo. Ari, com seu pé “38” entrou no jogo, todo folgado.  Ganhou um calo e, mesmo com o “pé de palhaço”, fez um gol na disputa de pênalti.

Nos próximos jogos da seleção brasileira, Fred e Elano não poderiam jogar, calçando chuteiras do palhaço Tiririca?

 

EFEMÉRIDE

Comemora-se no próximo dia 28 de julho, os 180 anos de fundação da imprensa catarinense. O lagunense Jerônimo Coelho, em Floripa (Desterro) no dia 18 de julho de 1831, lança o jornal “O Catharinense”, Marco inicial da Imprensa de Santa Catarina.

Na praça do Rosário, junto ao busto de Jerônimo Coelho, teria sido encontrado um bilhete com o seguinte teor: Prezado conterrâneo Jerônimo Coelho. Meu calvário chegou ao fim. Após dezenas de anos, no maior abandono, a rua que leva o meu nome, no bairro Campo de Fora, finalmente, ganhou asfalto. O educandário, que tem o teu ilustre nome e que tantos serviços prestou à juventude desta terra, continua entregue às traças. Abandono total. Devemos, salvo melhor juízo, reeditar o “Catharinense” e lançar um manifesto de repúdio aos que abandonaram o “GE Jerônimo Coelho”. Conte com o apoio deste seu irmão de armas Almirante Lamego.

 

EM FAMÍLIA

Nelson Gomes Mattos comemorou seus 70 anos e sua entrada no rol dos aposentados. O cantor João Rodrigues iniciou a comemoração. Em seguida, a turma tomou conta do microfone. Gente alegre e festeira. Dona Nely, a matriarca, com 96 anos, deu um show de jovialidade e participação. Norton e Magda, um casal afinado. Nas canções italianas, tiveram a companhia musical do Jairo Carneiro. As músicas da “Jovem Guarda” movimentaram a galera, com destaque para desempenho de Nanci e Ana Claudia. Emoção, quando o aniversariante, declamou poemas escritos por Donga Mattos, seu pai, enquanto os demais filhos repetiam, de cor, o final de cada estrofe. Uma homenagem bastante significativa. Durante o jantar bati um papo com o Edson Mattos, parceiro de juventude. Freguês dos Cruzeiros Marítimos, ele já viajou mais que Marco Pólo. Eu e a Salete agradecemos o convite. Ao Nelson, sua esposa Neusa e demais familiares nosso abraço e votos de saúde e paz.

 

NOTINHAS 

Lote 25- Obras do trecho sul da BR 101 continuam abusando da paciência do povo. O trevo de Capivari atua como um gargalo, dificultando o tráfego na região. Hora de parar o trânsito na Ponte da Cabeçuda.

 

Confirmado

Divisa entre os municípios de Laguna/Pescaria Brava será mesmo no pontilhão que dá acesso ao Bananal. Escola da localidade pertence à Laguna. Batido o martelo.

 

NOVO PASSISTA NA PASSARELA

Nauro Pinho (PT), secretário municipal de Finanças já vestiu a fantasia de candidato a prefeito de Laguna. Inflação de pretendentes na ala do prefeito Célio Antônio.

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