23maio15 - Comunidade (por Munir Soares)

22/05/2015 09:35
A PARÁBOLA DO BEZERRO DESMAMADO
Os antigos cabos-eleitorais do interior tinham prazer em receber os candidatos e comitiva, em suas residências, oferecendo-lhes almoço, janta e, às vezes, no início da noite, um café com mistura, bolos e outras guloseimas. No último sábado, no Chedão, um desses ilustres cidadãos fez um desabafo público. Iniciou sua confissão, apresentando suas credenciais políticas. Filiado ao PMDB local, desde os tempos em que o partido, ainda, se chamava MDB. Eleitor de Everaldo dos Santos a quem, inúmeras vezes, o recebeu em sua casa.
Segundo ele, o governo do Reino da Babilônia assemelha-se ao caso daquele pecuarista, que ao perceber, que o bezerro estava grande demais, para continuar mamando, decide apartá-lo da mãe, isto é, acabar com a mamata. Nesses casos, o filhote é colocado num cercado à parte, mas ele não se conforma, e fica rodando, fuçando, buscando desesperadamente, um furo na cerca para retornar às tetas.
A eleição de Everaldo afastou os bezerros do PT das tetas da Barrosa, mas eles ficaram por aí, à espera de um furo para voltar a mamar. Este ano, Rei Everaldo abriu a brecha, e algumas cabeças do Rancho de Célio Antônio já retornaram ao antigo aprisco. Enquanto isto, peemedebistas históricos são deixados ao relento, como bezerros desmamados. (Ex-vereadora Zuleida M. Rosa já foi exonerada umas três vezes, e o ex-presidente da Câmara, José Paulo Rebelo, também, foi colocado na geladeira. Comprou até um acordeom para chorar as mágoas). Dito isto, o cidadão despediu-se, e partiu, após demonstrar todo o seu desagrado com a administração de Everaldo no Reino da Babilônia.
 
 
 
BABILÔNIA TEM SEUS DIAS DE SUCUPIRA
Todos os jornais da região deram a notícia, com destaque: Prefeito Everaldo, com apoio de alguns moradores, está pavimentando a Estrada Geral da Barbacena. Com certeza, pensei, seria desde a rodovia Francisco Pinho até a Igreja de São Judas Tadeu, beneficiando toda a comunidade. Ledo engano. Pavimentaram só o acesso, cerca de 800 metros, aproximadamente. A inauguração festiva do pequeno trecho levou ao local o prefeito, vereadores, secretários e alguns moradores. Tudo com direito a discurso e churrasco. Dirceu Borboleta e as irmãs Cajazeiras não compareceram ao evento em solidariedade a São Judas, que não teria aprovado a pavimentação “calça-curta”.
 
 
 
NO MEIO DO CAMINHO TINHA UM PÓRTICO
A badalada Avenida João Marronzinho enfrenta novos problemas. O Pórtico do “Laguna Internacional” atravanca o final da obra. A demolição do Pórtico não consta do projeto inicial.
___ E, agora José?
___ A Prefeitura banca a demolição?
___ O asfalto contorna o Pórtico?
___ Ou teremos outra estrada inaugurada pela metade?
 
 
 
NA FILA DO BOTO
Na pesca com auxílio dos botos, a fila é formada da esquerda para a direita. No Pontal, os pescadores vão chegando, e ocupando seus lugares. Quem chega atrasado, fica na reserva, logo atrás. O pescador da vez tem o direito de tarrafear até pescar duas tainhas quando, então, cede o posto ao reserva imediato. Em fila, na água, tarrafa na mão, eles aguardam a chegada dos botos, pacientes com um socó. Ultimamente, alguns desses pescadores colocam bancos de madeira na água e, de cima deles, tarrafeiam com mais apoio e melhores condições de arremesso.
___ Uma vantagem sobre os colegas?
___ Desvantagem para os botos? 
___ Quem sabe...
Semana passada a Polícia Ambiental determinou a retirada de todos os bancos existentes na área da pesca com os botos.
“Dae” Chede e seu empregado “Perninha,” que também pescam no boto, nos últimos dias, foram vistos tomando aulas de equilibrismo, com um ex-malabarista do Circo Biriba. Tudo no maior sigilo. Boca-de-siri. Edésio, na moita, descobriu tudo. A dupla vai tarrafear no Pontal, usando “pernas de pau”. A proibição fala em artefatos “fixos” e perna de pau é um prolongamento dos membros inferiores, portanto, móvel. A única dificuldade é que para subir na geringonça, o Chede precisa de uma “mãozinha” do “Perninha”...
 
 
 
AINDA A FEIRA DO BRÁS
Por favor, não confundam Feirinha do Brás, com o Brás da Feirinha do Ribeirão Pequeno, cujo padroeiro é São Brás. Estávamos na esquina do calçadão da Rua 15 de novembro, conversando, quando ele chegou. Falando alto, irritado com a presença da Feira do Brás (SP) em nossa cidade. Agressivo, falando de funcionários da Prefa, que haviam garantido que a tal feira não receberia o Alvará. No final de semana já estava operando. O cidadão em questão, comerciante e líder sindical xingou a Administração Municipal e, veladamente, chegou a falar em possíveis sanções contra o prefeito, etc., etc. Nada como um dia depois do outro. Vinte e quatro horas depois, após reunião com o prefeito, o ilustre e raivoso cidadão, mansinho, numa rádio local, elogiava a atitude do alcaide com relação às futuras feirinhas. E, na semana seguinte, no gabinete do Rei Everaldo, ele, novamente, participava de um encontro do prefeito com empresários chineses. Dizem, os fofoqueiros, que ele até prometeu estudar mandarim...
Será ele, outro bezerro desmamado, a reencontrar o caminho das tetas perdidas? “O Arnesto nos convidou prum samba ele mora no Brás...”.
 
 
 
ANIVERSÁRIO
O nosso garoto está crescendo, faz 15 anos neste domingo, 24 de maio. Nosso neto e amigo Miguel. Alegre, espirituoso, politizado e vascaíno roxo. Adora enfrentar as feras botafoguenses em seus próprios domínios, o “Chedão”, reduto do Roberto Righeto, Nelson Matos e os irmãos “Dae” e José Chede. Felizmente conta com a solidariedade dos cruzmaltinos, Edésio e o garçom Jorge.
Miguel entra no time dos adolescentes, e nós vamos continuar torcendo para que a vida lhe reserve um estádio lotado, de felicidades. Receba nosso abraço de carinho e que Deus te abençoe.
 
 
 
MAIS VALE UM PÁSSARO NA MÃO QUE O IBAMA NO PÉ
O freguês estava interessado em pássaros. Entendia do assunto, e sabia muito bem o que queria. O comerciante, vislumbrando bons negócios, esmerou-se no atendimento. Foi mostrando gaiolas, viveiros, alçapões e todas as espécies de pássaros constante de seu estoque. O comprador separou várias aves e puxou a carteira, de identificação. Era Fiscal do Ibama. O alvoroço tomou conta da mata, digo, do armazém, pois o homem do Meio Ambiente queria confiscar tudo, inclusive, o Sabiá de estimação, mascote da Casa.
___ E, o Curió, campeão de sua raça, com CD gravado, o que fazer para salvá-lo?
Num descuido do Fiscal a braguilha foi aberta, e o passarinho enfiado ali, sublocando a cueca. O Fiscal, desconfiado, já ia iniciar uma revista completa, quando a esposa do proprietário chegou disposta a agir em defesa do passarinho do marido.
___ Por favor, gritou ela, colocando as mãos no meio das pernas do esposo, tapando a gaiola improvisada.
___ Este passarinho é só meu, de estimação, alimentado com ração caseira e de uso exclusivo a serviço da patroa. É propriedade particular, mexer aqui, sem mandado, é invasão de propriedade.
O Fiscal recuou, e passou a catalogar outras aves, mais desprotegidas. O homem fez a limpa, e só não levou a periquita da vizinha, porque ela estava na muda, meio depenada.
No dia seguinte foi a vez da esposa do comerciante denunciar o Fiscal do Ibama à Polícia Ambiental por atentado ao Meio Ambiente.
___ O referido fiscal estava no Restaurante “PARDAL`s”, comendo Frango a Passarinho...
 

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