24ago13 - Poucas famílias aceitam doar órgãos de um parente e vidas deixam de ser salvas

23/08/2013 17:16
A falta de informação ou até mesmo tradições religiosas ainda deixam de salvar muitas vidas. Poucas famílias aceitam doar órgãos de um parente quando morre. Esta realidade também não é diferente em Tubarão. Ainda existe muita resistência pelos familiares em fazer a doação. Pelo menos esta foi a informação prestada pela assessora de imprensa do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Chirle Ponciano. 
O HNSC está credenciado apenas em fazer a retirada de córneas quando autorizada pelos parentes. “Quando uma família doa os demais órgãos, a chamada captação múltipla, nós acionamos o Hospital Santa Isabel de Blumenau, na qual mantemos uma parceria e eles se encarregam de fazer o procedimento”, disse.
Mesmo sendo comprovado que outras pessoas podem ser salvas recebendo órgão de um doador, o número de doação caiu bastante  em 2011, 2012 e este ano também. “Está cada vez mais difícil conseguirmos doações. Muitas pessoas, a maioria com pouca informação, acredita que o cadáver vai ficar deformado. Mas hoje existem técnicas imperceptíveis para evitar qualquer constrangimento ou deformação. Infelizmente vidas deixam de ser salvas por esta rejeição dos familiares. Precisamos mudar esta mentalidade”, frisou.
A doação de órgãos acontece após autorização da família. Coração, pulmões, fígado, rins, córneas e ossos podem ser doados de uma pessoa que teve o diagnóstico de morte encefálica, que é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos diferentes examinam o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar, que é interpretado por um terceiro médico para total segurança da morte encefálica.
No Brasil, para ser um doador não precisa deixar nada por escrito em documentos. Basta conversar com a família e avisar que é um doador de órgãos.  
A reportagem do Jornal A Crítica entrou em contato também com a assessoria do Hospital Socimed, na tarde de quinta-feira (22) e até o fechamento desta edição, ninguém havia retornado com as informações sobre este procedimento naquela instituição.
 
Número de doação no HNSC caiu bastante nos últimos três anos 
 
 
Chirle Ponciano diz que família não doa porque acha que o cadáver ficará deformado. A lei é clara quanto a isso: os hospitais autorizados a retirar os órgãos têm que recuperar a mesma aparência que o doador tinha antes da retirada

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