26set14 - Comunidade (por Munir Soares)

O CANDIDATO I

Pelas ruas da tricentenária terrinha os “carros pintados” percorrem todos os rincões do município, levando a derradeira mensagem dos seus candidatos. Para muitos deles, o jogo termina no dia cinco de outubro, sem prorrogação. O som em altíssimos decibéis azucrina a vida dos eleitores que, no final de semana, procuram a paz de um bar para filosofar, beber e comer, livremente, democraticamente.

___ Na democracia, o voto livre, soberano, é a arma que o cidadão tem para mudar os rumos da política de seu país.

___ Infelizmente, muitos abrem mão desse direito, e vendem seu voto.

___ Uma atitude condenável que nos leva a uma reflexão:

___ Quem compra o voto do eleitor?

___ O cabo-eleitoral. 

___ Comprar voto, também, não é crime eleitoral? No entanto, a sociedade que condena o eleito, e que vende seu voto é muito mais condescendente com a figura do cabo-eleitoral, o comprador de votos.

___ Quem fornece propaganda e dinheiro ao cabo-eleitoral?

___ O candidato!

Completa-se, assim, o ciclo da corrupção eleitoral – candidato, cabo-eleitoral e eleitor. Raramente os corruptores são apanhados em flagrante. Parece a escuridão, quanto maior, menos se vê.

___ Comenta-se, pelos labirintos da política local, que um cabo-eleitoral da terrinha teria recebido R$ 100.000,00 para fazer a campanha de um deputado. Tudo em espécie, uma notinha em cima da outra.

 

 

 

O CANDIDATO II

O caso narrado a seguir teria acontecido em um município vizinho. O cidadão em questão, era uma figura super querida naquela localidade. Alegre, descontraído, prestativo. Pau pra toda obra. Convidado para todos os eventos, esportivos, sociais, culturais ou beneficentes. Membro ativo de sindicatos e de associações de bairro. Conhecido por todos como Chico Tabaco. Convidado para filiar-se a um partido político, e disputar uma vaga de vereador, relutou, mais acabou cedendo, afinal, era bem conhecido no município, amigo de todos e com muita penetração no eleitorado feminino.

Amigos, amigos, votos à parte. Bertoldo, seu compadre, foi logo avisando:

___ Preciso de uma dentadura nova. O Jovêncio da Candinha já me prometeu até implante dentário. Era justo, pensou o candidato, eleitor “mordedor” tinha que estar com o instrumento de trabalho, em dia.

Era, apenas, o começo da jornada eleitoral. Os pedidos iam chegando: tijolos, vaso sanitário, bujão de gás, cesta básica, pagamento de fatura de energia elétrica, gasolina, e até prótese nos seios. Cinco votinhos pelas duas bolotas de silicone. Chico Tabaco não era homem de fugir da luta, mesmo de saco cheio iria até o fim, de cabeça erguida.

Naquela tarde, em que o candidato resolvera botar suas contas em dia, verificar a situação das fianças foi surpreendido com a visita de diversas senhoras da “Liga da Pureza e dos bons costumes”. Uma associação religiosa, da linha mais conservadora da Igreja. As piedosas mulheres apresentaram ao candidato sua reivindicação: um data show – projetor Full HD/ para enriquecer suas palestras. O candidato postou-se, de pé, diante das mulheres, dizendo:

___ Minhas senhoras, vocês vieram logo no dia que o Tabaco tá duro!

 

 

 

A PRIMAVERA

No dia 21 de setembro comemorou-se o Dia da Árvore. Em Florianópolis, a secular figueira da praça XV recebeu um banho de saúde. Totalmente rejuvenescida, prontinha para mais um século de vida. Na Laguna, praticamente todas as árvores da praça Vidal Ramos, no centro histórico estão sendo sufocadas pelo inço. Morte lenta mas, inexorável. O exótico plátano, de folha idêntica a que é estampada na bandeira do Canadá está agonizando. Além do inço, uma outra planta ficou raízes no interior do tronco apodrecido. Três em um. A Secretaria do Meio Ambiente não poderia adotar a “Árvore de Anita”, símbolo vivo de uma epopeia lagunense? Secretário de Obras, o Renato, que faz um bom trabalho à frente da Pasta, estaria disposto a dar um tratamento de choque no jardim, mas estaria tendo dificuldades em convencer os órgãos ambientais. O cravo briga com a rosa, e quem cai do galho é a camélia.

 

 

 

PALMEIRAS A BEIRA MAR

Já saiu o laudo médico. As palmeiras da orla da praia do Mar-Grosso estão mortas. E, por que ainda estão, de pé, como fantasmas? Dizem, que a compra das tais árvores teriam sido financiadas pela Caixa Econômica Federal (governo Célio Antônio). Uma cláusula contratual determinaria que as palmeiras teriam que ser cremadas.

___ E, por que o Secretário Renato ainda não as encaminhou para a fogueira?

___ Porque a Prefeitura deve publicar edital, criando uma empresa para fiscalizar todo o processo crematório. O fogaréu têm que ser transparente.

 

 

 

 

NOS TRILHOS

A Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina, ligando Imbituba às minas de carvão de Criciúma, iniciou operações em 1884. No mesmo ano foi construída a estação na localidade de Bifurcação, atual Barbacena. Uma comunidade mais do que centenária cujo povo teve que conviver com a poeira e lama todo esse tempo. Promessas vãs. Até São Judas Tadeu já estava ficando desesperado. A irmã Maria continuou rezando. Esta semana, a prefeitura teria iniciado a pavimentação a lajota da estrada geral da Barbacena. Se não é o asfalto esperado, pelo menos, é o fim da lama e do pó sufocante. Mérito ao prefeito Everaldo dos Santos. Esperamos que a obra continue após as eleições.

 

 

 

PERIGO NA HORA DO APERTO

Desde 1.880 que o pescado, no varejo, é comercializado no mesmo local, caís da rua da Praia. Com o fechamento do mercado público, para reforma, as peixarias mudaram de endereço, as bancas externas foram retiradas. Duas canoas ancoradas nas docas garantem peixe fresco aos consumidores. Reclamação. Pescadores, aposentados frequentadores da praça Paulo Carneiro e motoristas de taxi ficaram sem o sanitário público, que funcionava no mercado. Enquanto os órgãos públicos não mandam instalar uns dois sanitários químicos (pipi móvel) a turma vai-se aliviando da maneira que pode, isto é, mijando na lagoa ou ao lado do mercado. Resumindo: o pessoal está “pedindo penico”...

Pois bem, nos últimos dias, até este jeito clandestino de fazer pipi, ficou ameaçado pelos biguás. Os biguás são pássaros de apetite insaciável, devoram tudo que cai no mar, ou balançam acima d`água. Contaram-me que, na semana passada, o secretário do Bernardo (comerciante do ramo pesqueiro), quase teve sua minhoca devorada por um esfomeado biguá. Desde então, de cócoras na canoa, só faz xixi na cuia. Coisas da Laguna.

 

 

 

FATOS DA TERRINHA

 

Tomada da Laguna

Secretário de Cultura dá sinal verde. Instituto Anita Garibaldi estaria autorizado buscar recursos para a encenação da Tomada da Laguna. Evento seria em julho de 2015 em seu local de origem, docas do centro histórico.

 

 

 

Legal, porém, injusto 

No concurso para membro do Conselho Tutelar, os primeiros colocados na prova escrita podem ser preteridos, se a maioria dos Conselheiros optarem por outro candidato, mesmo que ele, o escolhido, tenha sido um dos últimos colocados na prova escrita.

 

 

 

NA TELINHA

A próxima novela das 21 horas da Globo vai-se chamar BABILÔNIA. Dizem que o prefeito Everaldo poderá integrar o elenco global. Vilão ou mocinho, eis a questão... 

 

 

 

ELEIÇÃO

Baixaria no horário político. Entre tapas e beijos, Dilma e Marina vão chegar ao 2º turno, em-patadas. Socialismo – Luciana Genro seria “Cunhada” em Cuba?