26set14 - Tubarão: Professora desabafa sobre comida racionada para as crianças nas creches

26/09/2014 10:34
O descaso da atual administração de Tubarão com a educação, principalmente com as crianças de creches não é novidade para mais ninguém. São casos de banheiro transformado em sala de aula, refeições feitas em tanques de lavar roupas, falta de vagas em creches entre outros absurdos. Desta vez, uma professora de carreira, com mais de 20 anos de serviço público, cansada de como a Educação está sendo tratada resolveu procurar a reportagem do Jornal A Crítica para desabafar. A carta enviada por e-mail é bastante intensa. Por isso outros assuntos serão levantados nas próximas semanas. Porém, em um dos trechos da carta ela fala das refeições que são oferecidas aos alunos de sua creche. Pasmem, o caso está mais grave do que se imagina. A professora pede para ter seu nome mantido em sigilo, pois se diz perseguida pela Secretaria de Educação.
“Tenho 23 anos de prefeitura e é a primeira vez que presencio cenas que me deixam cada vez mais indignada. Nem sei mais o que fazer, por isso resolvi apelar pra este jornal, pois, sei da sua credibilidade. É a primeira vez que tenho que levar marmita de casa. Pois meu intervalo nunca é ao meio-dia como está no contrato. Até o café levamos de casa. Essa foi uma decisão da secretaria, ou seja, cortar a comida dos funcionários. Tudo bem respeitamos. Mas eles não dão o mínimo de condições de trabalho. Todo mês é feito rifa para comprar materiais de limpeza e até comida, pois o que é nos enviado não dá para o mês. O pior é que muitos pais não podem pagar nem R$ 10,00 que é o valor mínimo estipulado pela prefeitura”, desabafa a professora.
Essa determinação de cortar a comida dos professores e funcionários também afetou as crianças. “A comida é feita com a ordem de não sobrar. Ou seja, racionada. Se uma criança pede pra repetir, é dado o mínimo possível. Um ‘pingo’ de comida. E mais, o que sobra, quando sobra o que é raro, é colocado numa panela e feito sopa para servir para as crianças às 16 horas como jantar. Outro ‘pingo’ de comida. Isso nos corta o coração. As crianças não podem mais ver sopa na frente. Está tudo errado e tocado sem o mínimo de humanidade. Isso ocorre em todas as creches que eu sei, mas muitas professoras ficam com medo de falar e a maioria das diretoras trabalharam para o atual prefeito e por isso jamais falariam”, disse.  Isso já foi até falado na Câmara de Vereadores, mas pouco ou quase nada mudou.  “Existe também a falta de estagiárias nas salas de aula. Segundo informações que temos, o limite de contratação é de apenas 200,00 e a cota estourou. Se alguém ficar doente a professora vai ter que se virar. Nossa educação está um caos”, completa.
A pergunta para ouvir a versão da prefeitura foi enviada na terça-feira e até o fechamento desta edição, a resposta não havia sido encaminhada.

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