27ago11 - Comunidade (por Munir Soares)

 O DIA EM QUE O PESCADOR “SE FERROU-SE”

Cidadão probo, inteligente, polido, cortês, elegante, vaidoso. Marcou presença, na vida social da terrinha. Como advogado é um profissional ético e competente. Também trabalhou no magistério como professor. Defeito?

__ Ser flamenguista. 

Esporte?

__ Pescaria.

Nunca foi um pescador “pé-de-chinelo”, desses que misturam iscas com chumbada, e ainda empatam anzóis, com auxílio dos dentes. Tesoura, alicate, luvas, álcool, escova e pasta de dente, compunham seu “kit” pescaria. Era importante manipular a minhoca, com todo o asseio. Seu principal companheiro de pesca, fora escolhido a dedo: um motorista de táxi; unia o útil ao agradável, pagava a corrida e garantia a companhia de um parceiro de pescaria, que não dormia no ponto. Foram anos de convívio.

O tempo e o vento vão nos conduzindo pelo mar da vida. A pesca nos costões, lá pelas bandas da Galheta, já não o seduzia tanto. Seu parceiro motorista já seguira, de caniço e samburá, para as águas serenas e eternas da enseada do Senhor. Quem gosta de pescar, jamais perde a cisma, principalmente, quando se tem a poucos metros da casa, uma praia e a imensidão do mar. A pescaria de linha, na beira da praia do Mar-Grosso é uma atividade solitária, porém, tranquilizante e poética. Nosso pescador, que continua se vestindo com todo aprumo, chega ao local, ainda, no lusco-fusco. O sol nascente, ainda boceja, lá por trás da ilha dos Lobos. A praia está deserta, uma faixa de areia de 2.500 metros de comprimento. Um bando de ruidosos trinta réis passa, quebrando o silêncio. Uma onda que retorna apressada abandona na areia, um dorminhoco siri. É o despertar da natureza, anunciando o alvorecer de um novo dia.

Vestindo uma roupa de neoprene, dessas usada por surfistas, ele arma a cadeira, deposita a maleta na areia, empunha o caniço, arremessa a linha e prepara-se para mais uma jornada de paciência. Tinha peixes, espertos, comiam a isca sem beliscar o anzol. Quem sabe, fosse necessário arremessar mais longe, para além do lagamar. Ele penetrou no mar, pulou as primeiras marolas, balançou a vara, a carretilha liberou a linha. A chumbada tentou voar, mas ficou presa em alguma coisa às suas costas. Ferrou-se, ou, como diria o caboclo, “se ferrou-se”. O anzol enterrou-se, firmemente, em sua roupa de surfista. Tentativas para libertar-se, foram inúteis. Tirar a roupa, naquele frio, era muita mão de obra. Cortar a linha? Eram soluções desmoralizantes, que atentavam contra o currículo e fama de tão experiente pescador. Iria tornar-se personagem caricato de estórias de pescador.

Muitos são os “atletas” que fazem suas caminhadas na praia, bem cedinho. Um deles achou estranho, ao ver aquele pescador dando voltas em torno de si mesmo, como se fosse um cãozinho, tentando pegar o rabo. Aproximou-se. O reconhecimento foi mútuo. Em poucos minutos o “peixe” foi libertado.

Eu, apenas, vendi o peixe. 

__ Quem é o pescador?

__ Adivinhem!!! 

FIGUEIRENSE x AVAI

Atração extra. Na preliminar do clássico teremos uma disputa de pênalti, inédita, entre a Ministra Ideli, e o ex-deputado Cláudio Vignatti. Acertando suas diferenças. Cinco penalidades, cada. O objetivo não é fazer gol, e sim, derrubar o adversário.

OPERAÇÃO CATA-VENTO

Novamente, surge empresa interessada em produzir energia eólica, em nosso município. È a força do vento nordeste, girando os cata-ventos. Para evitar os percalços de sempre, seria interessante, se os interessados no projeto, já trouxessem, em mão, a autorização expedida pelos órgãos ambientais.

MARQUEM A DATA

Saneamento básico. Rede de esgoto. Casan informa que as obras em Laguna, deverão ser iniciadas no mês de outubro. Deste ano. Anotem!

E A CÂMARA?  

- Quando o plenário vai decidir sobre o número de vereadores? Treze é um bom número. Com mais edis o Poder Executivo terá mais dificuldades em exercer seu poder de pressão.

CÂMARA - 2

O assunto “cachorrada solta” voltou a ser debatido na Casa do Povo. Informo, a título de subsídio que, no Centro da cidade, três belos gatos acabam de integrar-se à manada canina. Bom para quem se enGata em cachorro.

NA CONTRAMÃO

Recentemente, o “DC”, coluna do leitor, publicou mais uma espetacular foto da Pedra do Frade. Fiquei sabendo que, devido ao péssimo estado da estrada que liga o Laguna Internacional, praia do Gi, à Pedra do Frade, os turistas estão utilizando a estrada que leva da Praia do Sol ao morro do Gi.

NA MÃO

A draga, que opera na lagoa, estaria parada por falta de lugar onde colocar os dejetos retirados. Pergunta-se: aquele material não poderia ser colocado no leito da estrada, que liga o Laguna Internacional à Pedra do Frade?  A indagação é do colega ZIQ, que, diariamente, utiliza aquele trecho, quando se desloca até o Sítio Paraíso (Recanto).

OPERAÇÃO “Gasparzinho”.

Como das outras vezes, os fantasmas da Assembleia vão dar o maior “lençol” nos seus marcadores. Os “gasparzinhos” até que são econômicos. Não cobram diárias, hora extra, ou vale alimentação. São invisíveis, mas estão firmes, no “ponto”.

Contam que um fantasminha, ao chegar à Assembleia perguntou, discretamente, se o presidente da Casa era o Júlio Garcia, ou o Jorginho Mello?

GALHOS E TRONCOS

A novela que se repete. Todos estão cansados de saber, que quando chove muito na cabeceira do rio Tubarão, e afluentes, a força das águas acabam arrastando todo tipo de dejetos, principalmente, galhos e troncos de árvores, até a praia do Mar-Grosso e Lagoa Santo Antônio. Tudo galho seco, produto das destocas e queimadas feitas pelos proprietários rurais, rio acima, deixados nos terrenos à espera da condução, isto é, a enchente do rio. Vai continuar acontecendo. Sugestão: mediante assinatura de um convênio entre a Polícia Ambiental e as prefeituras dos municípios banhados por esses rios, a Ambiental fiscalizaria as propriedades rurais rio acima, multando os donos de terras, que mantenham esses entulhos estocados em suas propriedades.

Curiosidades:  

Antes de 1880, o Ouvidor Pardinho (nome de rua) ordenou, que a Câmara tivesse cuidado, com a limpeza da boca do rio Tubarão. Auxiliada pelo povo e embarcações, desviasse sempre as madeiras, que as águas trouxessem (...).

COISA ANTIGA!!!!

QUE BELEZA

O conterrâneo Carlos Augusto Baião da Rosa deu a minha esposa, Salete, de presente de aniversário, uma verdadeira jóia. Um livro fotográfico sobre o Fharol de Santa Martha, de autoria do jornalista e fotógrafo Eduardo Tavares, com trabalhos premiados no Brasil e no exterior. Texto poético, primoroso. Fotos maravilhosas, que captaram não só a indescritível beleza do lugar, mas a própria alma do povo do Fharol. A vila pacata, de ontem, e o paraíso turístico dos dias atuais. revivida em 60 páginas. Não sei, se o prefeito municipal, já adquiriu a obra, que merece ser distribuída nas escolas, bibliotecas, e portais turísticos, Um Fharol captado pelas lentes do coração.

UM DIA A CASA CAI

A comunidade católica da terrinha, fundada sob a proteção de Santo Antônio dos Anjos, adora uma carreata de imagem sacra. Alguns santos já têm mais quilômetros rodados, que São Cristóvão, padroeiro dos motoristas. Na semana que passou, foi a vez de Nossa Senhora da Glória liderar as carreatas, com seus braços abertos, por ruas, bairros e morros.

O trânsito, por mais cautela que se tenha, é sempre muito perigoso, sejamos criaturas normais, ou santos. Domingo passado, no alto do Morro, devotos aguardavam a chegada da imagem itinerante da Virgem da Glória. Hinos de louvor foram interrompidos por um sonoro e uníssono: ÓÓÓÓH! A imagem despencou do andor, estatelou-se de costas no chão, partida em dezenas de pedaços, diante do olhar incrédulo dos fiéis.

___ Seria algum sinal? Uma advertência da Mãe de Deus ao seu povo, exclamava uma senhora, enquanto rezava, e tentava proteger a imagem caída, cobrindo-a com seu xale.  

A imagem acidentada é a mesma, que tem lugar garantido, na parte superior do altar-mor da Matriz de Santo Antônio dos Anjos. Acidentes acontecem mas, seria interessante, que a Paróquia nomeasse uma Comissão de “anjos da guarda”, destinada a proteger o patrimônio da tricentenária Igreja, inclusive, fiscalizando o uso indevido de seus bens culturais, antes que a casa caia. O IPHAN poderia dar uma mãozinha nesta questão.

VIAGEM

Vice-prefeito, Fernando S. Lopes (PP), em nome do governo municipal seria enviado ao exterior, com a missão de fechar um pacote turístico.

Qual é o país? 

___ Ignora-se. 

Sabe-se, apenas, que o avião fará escala em Trípoli e Bagdá. Mui amigo!