28jan12 - Comunidade (por Munir Soares)

27/01/2012 10:40

 

ÚLTIMO BALUARTE
O famoso carnaval de salão de Laguna está agonizante. O Clube 3 de maio, no bairro Magalhães, teimoso se mantém como o último baluarte da folia na cidade Juliana. Os tradicionalíssimos clubes, Blondin e Congresso estão de vela na mão. Mendigando uma reforminha aqui, outra acolá. Só não receberam a “extrema-unção” por causa da animação da turma da terceira, que leva, semanalmente, um sopro de vida àqueles históricos salões. O clube “Ideal” da Rua Custódio Bessa há muito foi demolido. No Campo de Fora, na Rua Almirante Lamego tínhamos 3 sociedades recreativas, com nomes famosos: Anita Garibaldi, 7 de setembro e 14 de julho. Tiraram a fantasia há muitas décadas. “União Operária”, clube dos afrodescendentes, famoso no passado, enfrentou ondas de pessimismo, esteve momentaneamente, fora de combate. Resistiu e como a Fênix, ressurgiu das cinzas, mas, ironicamente, o pessoal que tem samba no pé, e leva a ginga ao desfile das escolas de samba, não consegue manter acessa a chama do carnaval de salão, na “Operária”. Todas as sociedades recreativas mencionadas foram contemporâneas. Sinal dos tempos. Carnaval de salão, “pedacinho colorido de saudade”.
 
Pergunta da semana:
O carnaval das Escolas de Samba, enfrentando os eternos atrasos na liberação das verbas, e com o pré-carnaval cada vez mais desmilinguido, poderá ter o mesmo destino do carnaval de salão?
 
Carnaval de salão.
Lembranças, daquela madrugada de quarta-feira de cinzas, em que o sol te pegou, de porre, abraçado a um poste, enquanto alguns jovens que passavam,tiravam o maior sarro, cantando em coro: “Você pensa que cachaça é água/ cachaça não é água não...”.
Pobre Pierrô. Sua Colombina saiu “sassaricando” com um “Pirata da perna de pau” e ele, terminou a noite, cantando a “Maria sapatão”.
 
BBB – Bordel do Brother Bial
Reviravolta no caso Daniel versus Monique. Estupro confirmado. Tudo teria começado com a mão “naquilo” e “aquilo” na mão. Quando chegou a hora de colocar “aquilo” “naquilo” a moça teria reagido com indignação:
___ Tu tens três horas para sair de cima de mim, senão...
... E o Daniel teria extrapolado o prazo, ficou fazendo hora, e não conseguiu controlar o ponteiro.
Foi expulso de campo, porque marcou o gol já na prorrogação.
 
E O NAUFRÁGIO?
De acordo com a mídia, na hora em que o navio foi a pique, o comandante Schettino estava no maior pique com uma loura da Moldóvia, república vizinha da Romênia. A julgar pelo rombo do casco, podemos afirmar, que foi uma TRANSA-Atlântica.
Uma perguntinha: por andavam os outros oficiais de bordo?
 
ATOS E FATOS DA TERRINHA
LOAS ao prefeito Célio. O jardim Calheiros da Graça, na Praça da Matriz Santo Antônio dos Anjos, ultimamente, tem recebido toda a atenção do poder público. Área limpa, canteiros bem cuidados. Até o chafariz continua bem pintado. Lembrete, no setor histórico do jardim onde fica a árvore de Anita, e o busto de Garibaldi, três luminárias estão apagadas. Deixaram nossos heróis, no escuro.
 
PREOCUPANTE
Caravanas de caminhões, até algumas carretas, chegam à praia do Mar-Grosso, utilizando a curvilínea estradinha da praia do Iró. Tráfego pesado e contínuo, transportando material de construção, pescado, suprimento para os supermercados, etc. Qualquer problema com essa estrada obrigaria os caminhões a utilizarem as vias públicas do Centro Histórico.
 
Até quando aquela estrada vai resistir? Construída no meio das rochas, entre as pedras do costão, e terreno do Tourist Hotel, haveria possibilidade de se construir outra pista?
Alguns dos candidatos à prefeitura teriam alguma sugestão?
Ex-prefeito Juaci Ungaretti, para calçar trechos da Avenida Calistrato Muller Salles (Portinho), teve que apelar para o pedágio. Benito José Remor (Russo) ficou encarregado de fiscalizar a arrecadação, e o andamento da obra. Mensalmente, o Russo colocava um painel na esquina do armazém do Dadi (boutique Sônia), com informações sobre o dinheiro arrecadado e o andamento dos trabalhos.
Poucas foram as reclamações. Tudo é uma questão de credibilidade.
 
POLÍTICA
DE VENTO EM POPA
Um passarinho me falou de uma importante reunião acontecida nas dependências do Iate Clube, reunindo o Dr. Eduardo Moreira (vice-governador) Célio Antônio (prefeito municipal) e outras importantes lideranças do PT. Prato do dia: Eleição municipal. Ingredientes principais: coligação do PT/PMDB com Tanara Cidade (PT) na cabeça e Everaldo dos Santos (PMDB) de vice. Boato? 
___ Todo boato tem um fundo de verdade, dizem...
 
CISMA
Alguns peemedebistas, da ala mais conservadora do partido, ainda sonham com a candidatura de Mauro Candemil, no entanto, concordam que o PMDB local não pode prescindir da força eleitoral de Everaldo dos Santos. Por via das dúvidas, o Everaldo deveria procurar uma rezadeira e tomar um banho de água-de-cheiro, com sal grosso.
 
BASTIDORES
Comenta-se, que o ex-prefeito Nazil Bento continua articulando pelos bastidores. Vai de Herodes a Pilatos em busca de apoios.
No PP, o vice-prefeito Fernando S. Lopes é o candidato natural à prefeitura de Laguna, mas ninguém acredita que o ex-prefeito Joãozinho embarque na mesma canoa. Complicado.
 
BEM NO OLHO
O “Nem” Chede especialista em pesca noturna de garoupa, semana passada deixou os amigos preocupados com a sua sanidade. Não é que o homem teima em dizer, que viu um arco-íris reluzente, às 3 horas da madrugada.
___ Não poderia ser um “Álcool-íris”? Até que poderia, problema é que o Chede só toma groselha.
Deixemos o “Nem” e suas visões noturnas, pois o caso de hoje é do tempo em que ele era, ainda, comerciante. Havia na cidade um personagem cuja profissão era pedir. O fulano cujo nome omitimos, era um pedinchão.Um profissional na arte de pedir. Exerce a pedinchice com insistência, arte e, às vezes, com impertinência. Para ele, pedir, e não levar era uma ofensa inconcebível à dignidade da classe, sinal de decadência na difícil arte de pedinchar. “Me dá um dinheiro aí,” era seu samba-enredo. Fazia ponto no Mercado Público. Um trocado para o remédio do filho, algumas moedas para compra de um quilo de peixe. Apostando na solidariedade humana, ele sempre vencia no cansaço. Pedinte é a pessoa que mendiga, um paria da sociedade, já o pedinchão é um artista, que usa a lábia antes de executar a “facada”.
Certa manhã, o “Nem” Chede estava parado diante da banca de peixe, quando foi abordado pelo pedinchão.
___ Bom dia, seu Chede, muito movimento no restaurante? Os turistas já descobriram que é o melhor da cidade? 
___ Médio, médio, resmungou o Chede, prevendo a facada iminente.
___ Não me consegues, emprestado, 5 mangos, quero comprar bagrinhos. Meu filho é louco por moqueca... 
___ Não tenho. Hoje é dia de pagar impostos, bebidas e esta faltando grana.
___ Aceito um “barãozinho” (um real atualmente). 
___ Não tenho? 
___ Nem para um cafezinho?
___ Nada feito. Estou duro. Disse o Chede, já sem paciência.
Fez-se um longo silêncio. O pedinchão,observa algo no bolso do Chede. Seria uma carteira?
___ O que é isto, indaga ele. 
___ Remédio que estou levando. 
___ Não sobrou troco da farmácia? 
__ Não, estou duro, já falei.
___ Que medicamento é este? Perguntou ele, meio desanimado.
Um colírio, responde o Chede.
___ Será o “Moura Brasil” ou “Lavolho”?
___ É “Lacril” resmunga o Chede, entre dentes.
___ Que bom, é deste que eu uso para a minha conjuntivite. Não dá para pingar duas gotinhas no meu olho?
Dizem que o Chede após lhe dar um banho de colírio que quase afogou a “menina dos olhos”, sacudindo o pedinchão pelo pescoço vociferou irado:
___ Tu devias ter vindo pedir, ontem...
___ Ontem, e por que, indagou ele, ainda meio engasgado.
___ Porque ontem eu havia comprado uma caixa de supositórios.
Olho por olho!
 
A VIAGEM
Depois do Antônio de Pádua e do meu companheiro de trabalho Geraldo Knaben, o “Divino”, o Dr. Erwin Rubi Peressoni Teixeira também iniciou a Grande Viagem. 
Dr. Erwin, juiz de direito aposentado, cerca de duas décadas no comando da comarca de Laguna, acordou cedo, naquele dia 19 de janeiro. Após o desjejum, e algumas baforadas de seu inseparável charuto, sentou-se ao piano, e executou trechos de uma tocata de Bach. Homem inteligente, culto, admirador da música erudita, tocava gaita, sax e piano.
Após ir ao supermercado comprar um pernil, visitou o mano Ralph, e manifestou vontade de dar uma voltinha no seu DKW. Carros antigos, outra de suas manias. Sentiu-se mal, foi ao médico e, ainda em observação, sofreu o infarto que o matou. 
Aos filhos James, Willian, Erwin e Cecília, o abraço do Helder, Rosélis, Brigitte e nosso, Munir e Salete.
 

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