31ago13 - Presidente da Câmara afirma que Olávio está mal assessorado e aponta falhas na atual administração
30/08/2013 12:52
O entrevistado desta semana do Jornal A Crítica é o presidente da Câmara de Vereadores de Tubarão, Evandro Almeida. Com apenas 32 anos de idade e recém-casado, ele assume uma das funções mais importantes na cidade. Em 2008 obteve 2.382 votos. Foi também o mais votado do PMDB de Tubarão. Foi suplente de vereador pelo PMDB na eleição de 2004, alcançando a marca de 1370 votos. É filiado no PMDB desde 2003. Na Câmara de Vereadores de Tubarão foi o segundo secretário no ano de 2009 até março de 2010, quando assumiu como 2º vice-presidente até dezembro de 2010. Foi eleito em 2012 com 1350 votos. Ele fala do relacionamento da câmara com a prefeitura e é mais um vereador a questionar e criticar a administração do governo Olávio Falchetti. Na sua opinião, o prefeito está mal assessorado e a população é prejudicada pelo envio de projetos mal elaborados para a câmara. Entidades filantrópicas também tiverem parte da verba destinada reduzida enquanto que a Joana de Angelis continua recebendo 100% da sua totalidade.
Jornal A Crítica: Já se passaram oito meses. Qual é o seu parecer sobre os trabalhos do governo Olávio Falchetti?
Evandro Almeida: Minha avaliação é simples. Ele não está sendo bem assessorado. Até pelo fato de que muitas coisas estão pendentes e complicadas.
Jornal A Crítica: Quais seriam essas coisas?
Evandro: São projetos que chegam até nós vereadores, que não são bem elaborados, são mal explicados com os devidos fins. O próprio prefeito parece desconhecer o que estão nos enviando ou não. Pelo que tudo indica existe falta de informação do prefeito com o seu secretariado.
Jornal A Crítica: Isso significa que falta realmente harmonia entre os dois poderes?
Evandro: Com certeza acaba prejudicando nosso relacionamento.
Jornal A Crítica: Como está a questão das dívidas dos fornecedores da prefeitura?
Evandro: Na verdade tentamos conversar para chegarmos a um acordo, mas o prefeito não dá importância e não paga. Esse é um dos sérios problemas que enfrentamos aqui na câmara. Somos procurados constantemente por empresas que executaram algum tipo de serviço e não receberam. E nós ficamos sem ter uma resposta concreta sobre este impasse.
Jornal A Crítica: Qual é a arrecadação mensal da cidade de Tubarão?
Evandro: A arrecadação mensal gira em torno de R$ 10 a R$ 14 milhões. Acredito que em oito meses deste ano já foram arrecadados aproximadamente R$ 100 milhões.
Jornal A Crítica: Mas se foi arrecadado este montante, qual o motivo de tantas reclamações dos tubaronenses, principalmente na área da Saúde?
Evandro: Hoje vemos faltar muita coisa nesta área. Faltam remédios, faltam profissionais gabaritados, material de higiene e limpeza e até para procedimentos médicos.
Jornal A Crítica: O prefeito usa a imprensa para justificar a falta destes produtos para dizer que tudo esbarra na burocracia de licitações. Isso seria verdade ou apenas desculpa?
Evandro: Burocracia de licitação existe. Isso não posso negar, mas isso dura no máximo uns dois meses, mas não oito meses como estão dizendo. Um passa para o outro e nada é resolvido.
Jornal A Crítica: Então seria desculpa?
Evandro: Claro que sim. Desculpa e a falta de organização da administração pública na área da Saúde e em outras áreas também da qual temos conhecimento.
Jornal A Crítica: Alguns vereadores já reclamaram do descaso dos secretários com o poder legislativo, da falta de respeito e da morosidade em marcar uma reunião. Como está este relacionamento atualmente?
Evandro: Eu não posso reclamar. Todos que procurei fui atendido. Uns demoram mais, outros menos, mas consegui. Mas o que incomoda muito é a falta de resposta, às vezes imediatada. Até quero destacar o secretário Ismael que tem sido um ótimo profissional. Este merece nosso reconhecimento.
Jornal A Crítica: E o secretário de governo Matheus Madeira?
Evandro: Eu não procuro o Matheus. Não tenho nada para resolver com ele. Respeito como pessoa, mas nunca tive algum tipo de conversa política com ele.
Jornal A Crítica: Existem casos de muitos projetos serem enviados com alguns erros ou transparência?
Evandro: Sim. Bastante. Mas nós trancamos aqui para que possamos analisar com calma e frieza até para não entrarmos em alguma fria.
Jornal A Crítica: Isso prejudica a população por erros do executivo?
Evandro: Claro que sim. Mas não por nossa culpa, mas sim pelo poder executivo que não nos envia os projetos de forma correta como deve ser.
Jornal A Crítica: Como você analisou o fato do prefeito tomar como uma das primeiras medidas o pagamento das dívidas com a sua pedreira?
Evandro: Este foi o primeiro ato do prefeito, que inclusive está no portal da transparência, no dia 02 de janeiro o seu primeiro ato foi raspar o cofre da prefeitura para pagar a sua pedreira. Ele tinha isso como prioridade como quitar este débito, pagar o convênio da Creche Joana de Angelis.
Jornal A Crítica: É verdade que algumas instituições filantrópicas tiveram suas verbas reduzidas?
Evandro: Verdade sim. Temos a Aproet, por exemplo, que recebe agora apenas 55% de arrecadação do FNF (Fundação Nacional de Educação), diferente da dele que é a Joana de Angelis que continua recebendo 100%. Em época anteriores isso era feito de forma igual. Mas agora o prefeito dividiu. Por exemplo: uma entidade ganha 70%, ou 60% e por aí vai.
Jornal A Crítica: O que é feito com o restante desse dinheiro?
Evandro: Ele investe naquilo que lhe convém. Aquilo que é próximo do ‘rei’ tem prioridade. (Ironiza)
Jornal A Crítica: Você ouve muitas reclamações do atual prefeito?
Evandro: Nossa! Ouço todos os dias. Muitas pessoas nos param nas ruas ou aonde vamos e dizem estar arrependidas. Dizem que jogaram o voto fora ao acreditar numa administração que prometeu fundos e mundos e até agora não deu a resposta esperada. Tem muita gente sim, descontente.
Jornal A Crítica: Mas qual seria o motivo dessa má administração?
Evandro: Como eu disse anteriormente. Eu acredito que ele está mal assessorado. O prefeito disse que em seu mandato só teriam pessoas técnicas. Mas na política é preciso ter político. Pessoas que realmente entendam o que estão fazendo e por isso a resposta não aparece.
Jornal A Crítica: Qual é o repasse mensal da Câmara de Tubarão?
Evandro: Temos um repasse mensal de R$ 567 mil.
Jornal A Crítica: E quanto gasta?
Evandro: Gastamos com tudo em torno de R$ 350 a R$ 400 mil.
Jornal A Crítica: Você é o candidato do PMDB a deputado estadual nas próximas eleições?
Evandro: A executiva e o diretório e escolheram meu nome para concorrer esta vaga. Eu como estadual e Edinho Bez para federal.
Jornal A Crítica: E na região como fica sua aceitação?
Evandro: Estamos trabalhando desde já. Vamos conversar com o ex-prefeito Brunel, em Capivari de Baixo. Vamos até Braço do Norte falar com o prefeito Ademir Matos. Iremos a todos os municípios da região sul em busca de apoio. Já estamos arregaçando a manga e acreditamos numa votação.
Jornal A Crítica: A desfiliação de ex-militantes com décadas de PMDB não vai prejudicar a campanha do partido ano que vem?
Evandro: Acredito que não. Eles saíram e as coisas melhoraram. Desejo sorte a todos em seus novos caminhos e nós vamos trilhar o nosso, da maneira que achamos que está certa. Existia incompatibilidade de ideias e estas desfiliações na verdade só nos ajudou.
... “Existe falta de informação do prefeito com o seu secretariado”
... “Oito meses deste ano já foram arrecadados aproximadamente R$ 100 milhões”
... “Muitos dizem que jogaram o voto fora ao acreditar numa administração que prometeu fundos e mundos e até agora não deu a resposta esperada”
... “O prefeito disse que em seu mandato só teriam pessoas técnicas. Mas na política é preciso ter político”
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