31mar12 - Projeto que beneficia universitários carentes é aprovado por vereadores de Orleans

30/03/2012 20:58

 

Uma discussão acirrada sobre projeto que beneficiaria estudantes universitários, para despesas de alunos que estudam fora do município na UNISUL (Tubarão) e UNESC (Criciúma) – todos os anos são repassados – mesmo com a intransigência da base governista, que apóia o prefeito Jacinto Redivo, o “Tinto”, foi a tônica da sessão de segunda-feira última (26), na Câmara de Vereadores de Orleans. Edis ligados a atual administração não aceitavam mudanças na proposição original, oriunda do Executivo, mas, como detém a minoria, acabaram aceitando as considerações dos demais pares e o projeto foi aprovado.
O vereador Osvaldo Cruzetta, o “Vá”, saudou  os universitários que estavam presentes no plenário daquela Casa Legislativa, que pediam a sensibilização dos edis para aprovar o projeto. “Em 1996, eu era prefeito e o foi dado o primeiro passo para que se criasse a nossa universidade, naquela época. Eu e o professor Celso de Oliveira Souza (Secretário Municipal de Educação) estivemos em Florianópolis, no Conselho Estadual de Educação, pedindo a aprovação do curso universitário para nossa cidade. Muitos duvidaram. Mas nós pensamos no futuro. E hoje vamos votar aqui a aprovação de um projeto de 1% (em torno de R$ 17.000,00 mensais – sendo destes 60% para alunos carentes que residem aqui, 30% para pesquisa e 10% para deficientes) da receita líquida do município para bolsas para pessoas carentes (curso superior). Nós temos aqui no parecer a rejeição de vereadores que sustentam o governo, a rejeição dos 30% de bolsa de pesquisa, depois vem para cá falar em desenvolvimento do nosso município. Veja só a incoerência. Nós vamos votar com a pesquisa. Esperamos, base do governo, que o prefeito não vete esse projeto. Para depois chegar aqui na casa e nós termos que derrubar o veto dele. Nós vamos aprovar, mesmo contra a vontade da base do governo”, disparou Vá. Depois de ouvir discursos onde os aliados do prefeito cobravam a não aprovação do empréstimo junto ao Badesc, o vereador ainda enfatizou que  a oposição votou com muita coerência e sempre exigiu transparência. “Faltou do Poder Executivo essa transparência, que nos fez votar contra o asfaltamento da nossa cidade. Por que já em 1994 nós já fizemos as primeiras ruas asfaltadas. Nós votamos contra foi no financiamento. Votamos contra o empréstimo que iam fazer para deixar para o próximo prefeito pagar”, observou.
Em aparte, o vereador governista, João Tezza Francisco, o “Dão”, disse que os próprios alunos que administram esse dinheiro e nunca houve reclamação. “Agora, na questão das Bolsas de Estudo, tem sempre alguém reclamando (porque um ganha pouco, outro ganha muito). Eles reclamam das bolsas de pesquisa, porque muito poucos alunos devem receber. A denúncia tem que partir dos alunos quando se sentem prejudicados. A câmara não resolve isso”, disse. O também integrante da base de governo, o suplente Zalmir interviu e falou que a proposição que beneficia os estudantes iniciou no governo Valmir Bratti, mas foi aparteado pela vereadora Suzelei Brighenti Padilha, a “Lela” que concluiu que Becker estaria conduzindo as coisas. “Não estamos discutindo as bolsas, e sim o auxílio-transporte que já vem de longa data.  Eu mesma fiz um curso superior na UNISUL em Tubarão em 1996”, destacou.
Discussão foi acirrada, mas oposição não teve êxito em suas pretensões
Ainda na discussão sobre a concessão de bolsas de estudo e benefícios para os universitários carentes, o vereador Edésio José Marchioro, manifestou-se favoravelmente, mas fez algumas considerações: “Sobre o projeto citado pelo vereador Osvaldo Cruzetta das bolsas de estudo – nós somos favoráveis sim, mas somos favoráveis ao projeto original do prefeito municipal. Até porque na hora em que a Febave nos enviar qual porcentagem foi aplicada em bolsas de estudos, pessoas carentes e na pesquisa. Aí sim, talvez, nós votamos a favor. Porque ano passado nós aprovamos os 30% das verbas para pesquisa e até hoje não sabemos o que foi aplicado. E pela informação que temos, inclusive por professores da própria faculdade, não teve aplicação nenhuma, não teve procura”.
A vereadora Lela, em mais uma intervenção, explicou que na sexta-feira, às 16 horas, teve uma reunião com o professor Alcionei na sala de comissões da Câmara, onde foi discutida exatamente essa situação das bolsas de pesquisa. “Onde se provou que é muito necessário e inclusive há alunos carentes que participam dessa bolsa de pesquisa. Não vejo tanta necessidade nessas bolsas de pesquisa, temos mais alunos carentes que precisam de bolsas de estudo. Sobre o empréstimo, vereador Osvaldo, não veio em 2012. Entrou na casa em maio de 2011. Se o projeto não tivesse sido engavetado por seis meses, com certeza, a atual administração já estaria pagando as primeiras parcelas. Todos os outros prefeitos fizeram esse tipo de empréstimo e os prefeitos subsequentes que pagaram”, concluiu. Ainda sobre alguns questionamentos dos vereadores situacionistas que cobraram a não aprovação do empréstimo onde os recursos seriam aplicados na implantação de asfalto em algumas ruas do município, Osvaldo Cruzetta foi taxativo. “Quero discordar desse posicionamento. O ex-prefeito Valmir Bratti, na época, aplicou R$ 12.000.000,00 de recursos próprios do município. Nós pedimos informações para vocês de quanto vocês teriam aplicado nesses anos. Ninguém sabe. Votei contra financiamento e a favor do povo”, finalizou.
 

—————

Voltar