31out15 - Orleans: Mesmo com prefeito médico, administração pública vira as costas a Rede Feminina

30/10/2015 10:34
A presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Orleans, Mirelle Debiasi, participou da sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Orleans na segunda-feira (26). Ela comentou as dificuldades enfrentadas pela entidade, por falta de recursos e de apoio do poder público. Atualmente a rede conta com 36 voluntárias. "Nosso trabalho é dividido em várias equipes para realização do exame preventivo do colo do útero, visitas aos doentes do hospital, grupo de apoio, brechó solidário, encaminhamento para mamografia, atendimento médico na própria sede, atendimento psicológico, palestra em empresas, escolas, clubes de mães e igrejas e também o grupo da missa na capela do hospital. A Rede Feminina de Orleans recebe auxílio de R$ 1 mil mensalmente da prefeitura, valor este que não é suficiente para suprir todas as necessidades. Não possuímos telefone fixo, nem carro, e há despesas com material de escritório, faxineira, material de divulgação da prevenção, reparos eventuais, lanches para grupo de apoio que se encontra toda segunda-feira. Atendemos em média 250 mulheres por mês e eu pergunto para vocês: Com essa demanda, uma entidade pode sobreviver com R$ 1 mil por mês? Precisamos também de uma enfermeira contratada para trabalhar exclusivamente na Rede Feminina e estamos nessa luta há mais de três anos”, mencionou. Em apoio à entidade os vereadores aprovaram por unanimidade a Indicação de autoria do presidente da Câmara, vereador Mário Coan (PSDB), que solicita ao Poder Executivo repasse, através de convênio, para a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Orleans no valor de R$ 20 mil para auxilio no funcionamento da entidade e que disponibilize uma linha telefônica para a entidade. O vereador Osvaldo Cruzetta (Vá) ficou triste ao ouvir o pronunciamento da Mirelle, em relação ao descaso da prefeitura para com a entidade. “Não dá para acreditar que nos tempos de hoje a rede não tenha um carro, um telefone, um médico. A Secretaria Municipal de Saúde tem tantos carros andando para tudo que é lado, pelo menos poderiam dar o atendimento necessário que vocês precisam. Não se tem uma enfermeira para dar atendimento? Nós temos tantas enfermeiras no SUS que poderiam ser designadas para fazer esse serviço. Isso que nós temos um prefeito médico...”, lembrou o edil. João Tezza Francisco (Dão) também achou vergonhosa a situação e aproveitou para citar as diárias gastas pelo Executivo Municipal. “Repassar R$ 1 mil para a Rede Feminina é vergonhoso, enquanto tem secretários que gastaram em 2014 - R$ 32 mil em diárias, foram sete (7) viagens a Brasília, está lá no portal da internet para quem quiser ver”, enumerou. Kiki Berger também lamentou o parco recurso da prefeitura que é repassado para a entidade. “O que me deixa triste é esse repasse de apenas R$ 1 mil por mês, e saber que o recurso público é tão mal administrado. Para vocês terem uma ideia foi repassado R$ 140 mil para fazer uma sala de cinema na garagem da prefeitura, que não foi construída, isso acaba revoltando a gente. A sala de cinema não foi construída e o dinheiro foi gasto, e vocês que prestam um excelente trabalho precisam mendigar R$ 1 mil mensais”, vociferou o parlamentar. O presidente da Casa, Mário Coan, ratificou sua indicação, onde solicita ao Poder Executivo que repasse, através de convênio, para a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Orleans o valor de R$ 20 mil para auxilio no funcionamento da entidade, valor este que a Câmara de Vereadores economizou, e que será devolvido para a Prefeitura, mediante a elaboração de um projeto de lei autorizando essa transferência a Rede Feminina de Combate ao Câncer. “Eu penso que, uma pessoa que deixar de ser tratada no tempo certo custa mais de R$ 36 mil ao próprio sistema público e quando descobre tardiamente, na verdade o índice de sobrevivência é muito baixo, e quando se descobre preventivamente o índice de cura é elevadíssimo, passa de 90%, então eu acredito que só por isso se justifica a aplicação desse recurso público”, finalizou Coan.  
 

—————

Voltar