Coluna: Comunidade - Munir Soares

15/10/2010 19:04

MERGULHO NO PASSADO

Histórias e fatos da Terrinha.

A briga pela presidência do Brasil está ficando mais interessante. Serra e Dilma tiram a pele de cordeiro e se digladiam com unhas e dentes. Acabou a fase de paz e amor. Michel Temer presidente do PMDB, vice de Dilma, foi deixado de lado durante o primeiro turno. O PT de salto alto deixou Temer na reserva. O líder peemedebista reclamou e deve ser melhor aproveitado neste segundo turno. A coisa apertou. Hora de calçar a sandália da humildade. Serra, também, deve dar mais visibilidade a Fernando Henrique, Itamar Franco, Aécio Neves e Alckmin.

Dilma em visita à Basílica de Aparecida, durante a missa, atrapalhou-se com as mãos, ao fazer o “Pelo sinal...”. Pecadinho eleitoral. Ainda bem, que os marqueteiros não a levaram para segurar a corda, durante o cortejo do “Círio de Nazaré”, três quilômetros e meio de caminhada.

Aqui, na Laguna, o prefeito Célio Antônio saiu à francesa. Com autorização da Câmara vai visitar Paris, em viagem oficial. E, a eleição da Dilma? Campanha deverá ser feita, via satélite. E, o Fernando Lopes (PP), prefeito em exercício, vai aproveitar oportunidade para decretar a “Queda da Bastilha”? __ Como diz o ditado, se o leão saiu, o mato é nosso...

E, o palhaço o que é?

___ Deputado Federal! 

___ Chega de viver na lona.

Quando querem fazer manifestação contra os políticos, manifestantes colocam nariz de palhaço. Agora, que o Tiririca foi eleito, querem pegar no pé do palhaço. Entrevista com Tiririca.

___ Qual a primeira coisa que vais fazer na Câmara?

___ O mesmo que a maioria faz: “Tirar a máscara”.

___ Por que a sociedade teme o candidato Tiririca? 

___ Porque muita gente instruída ainda confunde “Saltimbanco” com “assaltante de banco”.

___ Qual sua maior preocupação ao iniciar o seu mandato?

___ Ter cautela e seguir o conselho do palhaço Carequinha:

“O Bom menino não faz xixi na Câmara”...

 

Enquanto isto, na terrinha, ainda um pouco abandonada pelos poderes públicos, vamos relembrando algumas histórias de sua gente.

 

BÓIA GARANTIDA

Acontece cada coisa estranha com os pescadores da Laguna que, quando o cronista coloca no papel, todos pensam que é mentira. Vejam o caso daquele tarrafeador que, ao retornar da praia do Gi, percebeu que o pneu da bicicleta estava vazio. Graças ao ar armazenado no ventre do Baiacu, ele manteve a câmara de ar inflada, até chegar em casa. Pelos serviços prestados o peixe foi devolvido ao mar.

Posteriormente, tivemos o incrível caso do Paloma. Pescava com dois caniços, um de dada lado do molhe norte. Como a água passa de um lado para outro, por entre as pedras do promontório, o Paloma acabou fisgando a mesma garoupa, com os dois caniços.

Domingo é dia de pescaria. Naquela manhã, na opinião dos especialistas, o mar estava pra peixe. Haroldo Prates, após tomar uns drinks com os amigos no “Necrotérius Bar”, munido de caniço e samburá, despediu-se da turma, afirmando:

___ Pessoal, vou pescar no molhe e garantir a bóia de amanhã!

Instalado, confortavelmente, sobre uma pedra do molhe norte, Haroldo iscou a minhoca, balançou o caniço, soltou a carretilha e arremessou a chumbada. Um arremesso de campeão. A chumbada cruzou o canal e caiu dentro da lancha da Capitania, que passava por ali.

___ Estou ferrado, pensou Haroldo. Fisguei o peixe errado.

Expectativa no pesqueiro. Todo mundo atento. Com certeza, para não ser arrastado pela embarcação, Haroldo jogaria o caniço ao mar. Nem pensar em tal possibilidade, não se abre mão de uma vara de carbono, munida com carretilha importada da Dinamarca.

Com sangue frio, ele foi dando linha, aguardando o momento certo para agir. Sentia-se como o personagem de Hermann Melville, caçando a baleia Moby Dick. A lancha embicou numa onda, no exato momento em que Haroldo, de supetão puxa o fio de nylon, e consegue...

___ Puxar a lancha?

___ Não, mas conseguiu fisgar um dos “salva-vidas” do barco.

Como prometera aos amigos do Necrotérius, acabou mesmo “PEGANDO A BÓIA”.

 

SEGUNDO CAUSO

 

O SINO E O BADALO

Através dos meios de comunicação, as reivindicações eram repetidas, à exaustão: acesso norte, via Barbacena, aeroporto local, dragagem da lagoa, etc. Para aliviar a cuca resolvi dar uma voltinha, pela Rua da Praia. Passei pelo Mercado Público, e segui em direção às Docas até o local onde um monumento estava sendo colocado. Um belo sino de granito, símbolo do Rotary, um presente do clube à cidade Juliana. Fiquei por ali, como quem não quer nada, escutando o que os gozadores locais diriam sobre o monumento.

___ Este sino é bem gordinho, disse alguém. Parece um bilboquê!

___ Ele não tem badalo. Será sino ou sineta? Indaga outro. 

___ Tudo culpa do Duda, garante um contumaz freguês do Bar da Kica, lá dos molhes.

___ Como assim?

___ O sino foi projetado pelo engenheiro Déo Palma, esclarece ele.

A maquete a ser entregue ao escultor, um artista de renome, foi feita no bar, um sino imponente e com um bem dotado badalo. Duda, encarregado de levar a encomenda ao seu destino, não resistiu à tentação, e resolveu “aprontar” mais uma. Capou o sino, e escondeu o badalo. O escultor, ao perceber que no modelo o sino estava sem o seu órgão masculino explícito e, para evitar comentários desairosos, esculpiu o sino, de cócoras, apoiado sobre sua base de sustentação. Tudo ficava enrustido. Infelizmente, o que o escultor não queria, aconteceu. O sino ficou falado! Durante muito tempo, no Bar da Kica, o Duda utilizou o badalo do sino para espremer o limão da caipirinha...

 

NO TERREIRO DO GALO VELHO

Já é hábito na “família do Galo Velho”. A diretoria homenageia os aniversariantes do mês, com um almoço com direito a alguns regalos. Neste mês, era a vez do presidente Marinho Fernandes comemorar seus 60 anos de vida. Por tudo que o Marinho faz pelo clube, e pela união da turma, mereceria uma festa especial. Tudo preparado, em segredo.

Marinho viaja a semana inteira, levando passageiros para Florianópolis. Gente que passeia, ou que vai ao médico. Nos sábados, ele só viaja em casos excepcionais, pois é “dia de rinha”. Isto é, de jogo com o pessoal do “Galo Velho”. Para que a festa surpresa não fosse descoberta, Marinho teria que ser impedido de aparecer no estádio, na manhã de sábado. Hênio (Batatinha) Veículos foi o mentor intelectual da tramóia. Caberia a minha esposa Salete inventar uma prioridade inadiável, que o convencesse a nos levar até Floripa, no sábado. Topou e nós agradecemos o sacrifício. Hora da saída: entre 9h30min e 10h30min. 

___ Alô! É o Batatinha. Preparativos em andamento. A senhora precisa segurar o homem mais uma meia hora.

___ Alô, Marinho, uma freira vai conosco, de carona. Está ultimando um projeto para levar. Temos que aguardar mais um pouco.

___ Tudo bem, com uma freira a viagem vai ser abençoada.

11h30min. 

___ Alô, Batatinha falando. Pode soltar a fera.

___ Alô, Marinho, tenho que te pedir mil desculpas, a freira não conseguiu terminar seu trabalho. Vamos, somente, nós...

___ Vamos levantar vôo só preciso dar uma passadinha no Clube de Campo. Batatinha pediu-me para levar encomenda pra Florianópolis.

Tudo corria conforme os planos, ele não desconfiava de nada.

Quando ele chegou à porta do salão de festas, Rogê, no sax, fez a introdução, as luzes foram acesas e centenas de vozes cantaram “parabéns pra você”, Marinho passou da surpresa às lagrimas,debulhou-se, sem saber o que dizer. Abraços dos amigos, familiares e “atletas.” Depois vieram as outras homenagens como “data-show” apresentando sua história, depoimentos, comida, música e bebida.

Destaques - Na organização: Hênio Batatinha Veículos e Toni.

Parte musical a cargo do Rogê (no sax, órgão e violão).

Edinho: como mestre assador de churrasco, e a turma do bar (Joel, Bolão, Merica, Didico, Zólho, Marquinhos e outros). Campeões na modalidade “Halterocopismo”. (levantamento de copos).

Surpresa: Professora Dida, cantando em francês. 

Marianto, marido, foi categórico: 

___ Em casa ela vai dançar o “can-can”.

Unanimidade: Atuação da dona Salete, em toda a trama, foi digna de um “Oscar”. A próxima festa será em Barcarena, perto de Belém do Pará. Jogo entre o Galo Velho do sul contra o do norte, em novembro.

 

ASSALTOS

Durante o feriadão, assaltantes fizeram “visitas” ao Restaurante Mix, na praia do Mar-Grosso e ao Supermercado Angeloni, Centro Histórico. A prometida Central de Vigilância, com instalação de câmeras em alguns pontos da cidade, não saiu do papel. Com a palavra o prefeito Célio Antônio responsável pela Segurança de seus munícipes, antes que a situação fique incontrolável. O verão está chegando...

 

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