Orleans: Vereador quer esclarecimentos sobre negociatas entre a Prefeitura e o Seminário São José

12/07/2013 15:27
Após saber pelas ruas de sua cidade através de boatos e mais tarde ter certeza de que alguma coisa estava acontecendo às escondidas, o vereador Osvaldo Cruzetta (Vá) – PP, usou a tribuna da casa do povo para chamar a atenção de seus pares e da população. “Há comentários na cidade de que as terras do seminário estão sendo vendidas, ou partes cedidas à prefeitura. Essas terras que pertencem aos padres foram doadas por pessoas orleanenses, e agora essas terras todas vão ser vendidas? Se a prefeitura está adquirindo, nós precisamos provocar um debate aqui no legislativo para consultar a sociedade”, disse o parlamentar. Segundo Vá, toda a construção que existe lá, fora o povo de Orleans que ajudou com recursos, contribuindo com trabalhos. O vereador frisou que as terras foram doadas, e agora os investimentos feitos simplesmente vão para Caxias do Sul, para os padres Josefinos.  “E Orleans, como fica? As pessoas trabalharam, doaram as terras. A câmara de vereadores não pode ficar omissa”, disse ele. Osvaldo Cruzetta que também já foi prefeito defende um debate na Câmara com a sociedade entendendo que a postura a ser adotada seja outra e não entregar de “Mão beijada”.  Ele inclusive tem sugestões: “Quem sabe a construção de casas populares, outra área poderia ser cedida para a Educação, já que temos ali a nossa universidade bem perto. Nada contra os padres, mas precisamos rever essa situação, tudo foi doado pelo povo de Orleans. Daqui a pouco essas terras serão todas vendidas e os recursos para onde vão?”. O vereador quer o povo participando dessas decisões. Segundo ele, tudo que foi feito ali foi com a participação do povo. Já o líder do governo, Valter Orbem admitiu que está sendo feita uma conversa. “Temos a possibilidade de a prefeitura adquirir essa área. O prefeito pensa edificar ali o centro administrativo e a ideia também seria de fazer um parque de exposição, um Centro de Eventos para o município, eu acredito que nós não temos muitos lugares hoje e ali no seminário é uma área que está parada”, destacou. Para ele o importante é que o seminário tenha essa visão de participar, de colaborar com o município, transferindo uma área de terra. Orbem questiona: “Onde mais Orleans irá  buscar um terreno para construir alguma coisa hoje, senão no seminário?”, asseverou.
 
Instituto Seminário São José
A reportagem do Jornal A Crítica foi atrás do historiador, Jucely Lotin, que hoje reside na Praia do Mar Grosso em Laguna. “Há mais de 50 anos chegava em Orleans os primeiros representantes do Instituto São José de Murialdo, com sede em Caxias do Sul para as primeiras gestões. Já em 1959, no sentido de implantar em terras Orleanenses um Seminário para atender os anseios da população de toda a Diocese. Destacavam-se entre eles os Padres João Bonetto, João Dall`Alba e Nebridio Bolcato. Desconhecendo o potencial da entidade dirigente e mais ainda pelo espírito colaborador da própria população, liderados pelo Vigário Santos Spricigo e pelo empresário Paulo Manoel Antunes conquistaram a boa vontade e disposição de alguns agricultores moradores entre o Rio Belo e Ranchinho para entre eles os irmãos Orlando e Pompilio Bussolo formar uma área contínua que desse condições favoráveis para um empreendimento de bom tamanho e bem localizado. A colaboração da comunidade Orleanense para a construção de todo o empreendimento foi muito grande. A conquista foi de tal grandeza que por iniciativa do Padre João Dall´ Alba com a participação da Prefeitura e de toda a comunidade na ocasião do Centenário da Colonização do Município de Orleans em 1884 foi criado o Museu ao Ar Livre. Por outro lado o instituto deixou disseminado grandes ensinamentos a juventude Orleanense preparando cerca de 50 sacerdotes.
 
Imagem do Seminário São José em Orleans, no período de construção
 
 
Vista parcial do Seminário São José
 
 
No Facebook sobre o assunto
Xilo Bússolo escreveu: "Pelo povo, não! Os primeiros doadores foram Orlando (meu pai) e Pompilio Bussolo (meu tio) com dois hectares e Paulo Manoel Antunes, com três. Quem quiser saber mais, fale comigo. E deu!"

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