Tubarão: Sai “Calote” e entra “Farinha Pouca, meu pirão primeiro”

26/07/2013 19:12
Dizem que o brasileiro é um iletrado no que diz respeito à educação financeira. A Prefeitura Municipal de Tubarão em meio a tantas trapalhadas da administração petista, bem que poderia participar do quadro do Programa “Devo Não Nego, Pago se Puder”  do Gugu na rede Record (se o programa ainda estivesse no ar). Programa esse que prometia ajudar pessoas a pagarem suas dívidas. Pelo menos foi o que deu para entender do discurso do vereador Matusalém dos Santos, da base governista, essa semana na câmara de vereadores. “Tem que reconhecer o mérito de quem pagou R$ 6 milhões de dívidas de calotes passados e está fazendo um esforço e não negou nenhuma dívida, mas não conseguiu pagar todas. Se não pagar esse ano vai pagar ano que vem”, afirmou o líder do governo na Casa. Além disso, no mesmo discurso Matusa ainda sustentou que é da cultura dos prefeitos não pagar dívidas do governo anterior (?).  “Digo isso porque tenho participado de almoços, jantares com prefeitos de nossa região e de outras regiões, e eles dizem: Olha Olávio, você está sendo bobo, eu não paguei nada do governo passado, isso vou ver depois, eu agora só estou arrumando minha casa. Isso eu estou ouvindo de prefeitos do PT, PMDB, de todos os partidos, porque é da cultura brasileira, o governante que entra não pagar um centavo do governo passado, e simplesmente cuidar do seu governo, e depois ao longo dos 4 anos vai administrando essas dívidas”, asseverou o petista, tentando colocar em outros prefeitos a culpa pelos pagamentos atrasados do seu prefeito. Não conformados com as dívidas dos fornecedores, os vereadores questionaram ao aliado do prefeito sobre os critérios que estão sendo usados para os devidos pagamentos. Edson Firmino foi um deles: “É interessante já que se propõe uma transparência, saber quais são os critérios que o governo tem adotado para efetuar o pagamento de fornecedores. Existe um critério? Se tem esse critério de pagamento, que passe então para essa casa legislativa a informação. É pela ordem de chegada? Pela nota mais antiga? Afinal, que critério foi adotado?”, questionou Firmino ao vereador Matusa.  O mesmo vereador comentou que ouviu comentários estranhos pela cidade a esse respeito: “Corre a boca pequena é que os amigos do rei são pagos, e aqueles que não são amigos do rei vão se pagos quando der”. Nilton de Campos da oposição reclamou que essa avaliação ele já solicitou para a prefeitura, mas até agora não houve resposta: “A questão do critério, nós já solicitamos, mas como tudo que se manda dificilmente vem resposta... Quem já recebeu? Nós solicitamos isso em forma de requerimento, estamos aguardando a resposta”, relatou Campos. 
Gilson Paes Vieira, o Chumbinho, também entrou na discussão: “Acho interessante... esses R$ 6 milhões que o Matusa falou que a prefeitura pagou... Mas, se está todo mundo reclamando que não recebe”, comentou. Já o Caio Tokarski na tribuna detonou o pagamento realizado à empresa do prefeito, logo no segundo dia do governo petista: “No dia 02 de janeiro de 2013, acho que em uma iniciativa de raspar o que tinha no cofre, o prefeito se auto pagou com R$ 1.572,70 para a empresa Falchetti Construção Civil Ltda, e os pagamentos são constantes totalizados em R$ 245 mil. Então os demais têm que esperar todo um roteiro, uma programação, e a empresa do prefeito no primeiro dia de gestão, quando as coisas começaram a funcionar, já trataram de pagar alguma coisa?”. O presidente da Casa, Evandro Almeida analisando cuidadosamente o Portal da Transparência da prefeitura de Tubarão, resolveu trocar à denominação antes dada a administração do PT, de Calote passou para “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.  Disse Almeida: “A partir do momento que nós começamos a olhar o portal da transparência a gente vai denominar outro nome, não mais a prefeitura do calote, mas aquela frase que muita gente fala: A farinha é pouca, meu pirão primeiro. Essa é a frase que nós vamos usar, porque lá no dia 02 de janeiro já vimos ali um pagamento para a empresa do prefeito. Observamos ainda que aquela entidade que o prefeito vem administrando junto com a sua família, que ele tem um carinho muito grande, que ele fundou, também está em dia com seus recursos. Por essas e outras que digo - A farinha é pouca meu pirão primeiro. 
 
Matusalém dos Santos: “Se não pagar esse ano vai pagar ano que vem”
 
 
Edson Firmino: “Corre a boca pequena é que os amigos do rei são pagos, e aqueles que não são amigos do rei vão se pagos quando der”
 
 
Nilton de Campos: “Tudo que é pedido pela câmara, dificilmente vem resposta da prefeitura”
 
 
Caio Tokarski: “Prefeito já se auto pagou em R$ 245 mil”
 
 
Evandro Almeida: “Por essas e outras que digo - A farinha é pouca, meu pirão primeiro”. 

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