Entrevista 24/04/10: Dr. Adriano Almeida – Delegado de Polícia de Capivari de Baixo

Entrevista 24/04/10: Dr. Adriano Almeida – Delegado de Polícia de Capivari de Baixo

 

 

 

 

 

 

 

Colaboração de Ana Echevenguá

A segurança do sul de Santa Catarina ganhou reforço com a chegada do novo delegado de polícia. Adriano Almeida tem 31 anos, é natural de oeste catarinense, da cidade de Campos Novos e, desde meados de março, está à frente da Delegacia de Polícia de Capivari de Baixo. Tão logo assumiu seu cargo, arregaçou as mangas e pretende reduzir a criminalidade local.


 

 

A Crítica: Doutor Adriano, fale um pouco da sua vida profissional.
Dr. Adriano: Eu sempre gostei muito de estudar. Quando fui para o exército, onde fiquei quatro anos, juntei dinheiro para pagar a faculdade de Direito, um dos meus sonhos desde criança. Durante a faculdade, fui estagiário do Ministério Público; depois, exerci a profissão de advogado. E quando atuei como agente administrativo da Polícia Federal, decidi fazer o concurso para delegado de polícia. Eu gosto do que faço; chego na delegacia às 8 horas da manhã e não tenho hora pra encerrar o trabalho.


A Crítica: Os índices da violência em Santa Catarina são preocupantes. Como é a situação em Capivari de Baixo?
Dr. Adriano: Tenho 120 inquéritos em minha mesa. A maior parte refere-se a furtos pequenos e alguns roubos. Percebi que a comunidade ajuda muito na elucidação dos crimes. Se alguém encontra uma bicicleta abandonada, entrega aqui na delegacia, por exemplo. Porque eles sabem que o furto de uma bicicleta, para uma pessoa que só usa esse meio de transporte para ir ao trabalho, é tão grave quando o furto de um veículo. O furto de um botijão de gás também é algo que gera muitos problemas para uma família. E nós entendemos que todos esses delitos, que podem parecer pequenos, merecem toda a nossa atenção e precisam ser investigados.


A Crítica: E a questão dos homicídios?
Dr. Adriano: Não temos muitos casos. Recentemente, houve um homicídio.  O último ocorreu no ano passado.


A Crítica: O atual Secretário de Segurança, André da Silveira, tão logo assumiu, falou de ações conjuntas das Polícias Civil e Militar, para combater a criminalidade no nosso Estado. O que o senhor acha dessa proposta?
Dr. Adriano: Acho que é de suma importância. Também já me reuni com o comando da Polícia Militar da região e estamos trabalhando em parceria. O novo secretário tem projetos muito interessantes e boa vontade para colocá-los em prática.


A Crítica: Doutor Adriano, a sua delegacia está bem estruturada, com móveis novos. Há verbas para isso?
Dr. Adriano: Esta era uma das preocupações do delegado anterior. E buscou verbas do Fundo de Melhoria da Polícia Civil para comprar móveis, computadores, enfim, melhorar as condições de trabalho dos servidores da delegacia. Isso proporciona um melhor atendimento ao cidadão. A nossa prioridade é investigar os casos que estão sob minha responsabilidade; mas é importante também oferecer um bom atendimento ao público, para que todos levem pra casa uma boa imagem dos nossos policiais. Quero que todos saiam daqui satisfeitos com o atendimento que lhes foi prestado. Quem ganha é a comunidade


A Crítica: Qual é o grande problema da segurança, hoje, em Santa Catarina?
Dr. Adriano: É a falta de efetivo. Daí, a necessidade de novos concursos públicos, tanto para a polícia civil como para a militar. No nosso caso, contamos com dez policiais. Se tivéssemos mais dois, ajudaria muito. Além disso, eu vejo a importância da criação de delegacias para tratar de crimes específicos como Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros e a Delegacia de Crimes Ambientais, da Polícia Federal.  Deveria ser pensada uma delegacia para crimes contra a administração pública também.


A Crítica: Doutor Adriano, qual seria seu recado para o adolescente que sonha em ir para cidades maiores e, muitas vezes, acaba se envolvendo com as drogas e a criminalidade.
Dr. Adriano: Vim de família simples; do oeste; mas sempre percebi que somente com estudo eu conseguiria sucesso na vida profissional. Mas estou sempre aprendendo, sempre estudando... E oriento as pessoas a fazerem o mesmo. Capivari de Baixo ainda pode ser considerada uma cidade tranqüila. Não há presos nas celas dessa delegacia. E o envolvimento da comunidade na ajuda às investigações talvez seja um dos fatores preponderantes para o baixo índice de criminalidade.  E um bom exemplo a ser seguido. 

 

 

 


Frases:
“Percebi que a comunidade ajuda muito na elucidação dos crimes. Se alguém encontra uma bicicleta abandonada, entrega aqui na delegacia, por exemplo”.
“Contamos com dez policiais. Se tivéssemos mais dois, ajudaria muito”.
“Deveria ser pensada uma delegacia para crimes contra a administração pública também”.
“Capivari de Baixo ainda pode ser considerada uma cidade tranqüila. Não há presos nas celas dessa delegacia. E o envolvimento da comunidade na ajuda às investigações talvez seja um dos fatores preponderantes para o baixo índice de criminalidade”.

 


Colaborou com esta entrevista Ana Echevenguá - Instituto Eco&Ação