Entrevista da Semana 07/08/10: Raimundo Colombo

Entrevista da Semana 07/08/10: Raimundo Colombo

Na série de entrevistas que o Jornal A Crítica vem publicando com candidatos às chapas majoritária e proporcional, dos mais diversos partidos, nesta edição, Raimundo Colombo fala com exclusividade sobre as suas propostas e trabalhos. Neto de imigrantes italianos, Colombo nasceu e cresceu em Lages, na região serrana de Santa Catarina. Com seus pais, dona Teresa e seu Casemiro, aprendeu, desde cedo, a valorizar a força do trabalho e o respeito aos mais humildes. Valores que ele se esforçou para transmitir aos seus filhos, Edson e Joana, e que cultivou ao longo de 32 anos de vida pública.  Prefeito de Lages por três vezes, Deputado Estadual, Deputado Federal e Senador, Raimundo Colombo enfatiza que sempre enfrentou os desafios de peito aberto e com muita vontade para melhorar a vida das pessoas. Em menos de quatro anos como Senador, Raimundo recebeu o Prêmio Mérito Legislador 2008 e foi destaque no portal Transparência Brasil, que considerou 79% de seus projetos como de alto impacto econômico e social. No Senado, Raimundo Colombo lutou muito por Santa Catarina. Um desses exemplos,  após as enchentes de 2008, ele arregaçou as mangas e propôs a suspensão das dívidas de Santa Catarina com a União, uma Mega-Sena especial em benefício das vítimas e um programa de revitalização das áreas atingidas. Raimundo também propôs a implantação de um Centro de Prevenção de Desastres Climáticos, para reunir informações e alertar sobre condições de tempo severo, e a criação de uma escola técnica de construção naval em Itajaí.  “Povo tem Rosto, Nome e Endereço” é o título do seu primeiro livro recentemente disponibilizado para download na internet. Lançado no dia 05 de novembro de 2009 na cidade de Florianópolis, o livro narra de forma sincera e emotiva passagens da vida de Raimundo como homem público; principalmente quando prefeito de sua cidade natal. 

 

Jornal A Crítica - Estamos vivendo um momento político atípico em Santa Catarina, onde adversários políticos históricos se unem na busca da conquista das eleições para o governo do Estado e também do País. Qual é a sua leitura sobre isso? A classe política está em crise de credibilidade?

Raimundo Colombo - Hoje ainda isso está só na parte interna, no que diz respeito aos partidos e à classe política. Considero que vá atingir à população a partir do momento que começar a propaganda eleitoral gratuita pelo rádio e pela televisão. Quanto à credibilidade pode dizer que estamos insatisfeitos com o processo político. E sabe como isso vai acabar? As coisas mudam quando nós a mudamos. Todos nós temos que ajudar.

 

Jornal A Crítica - Como o senhor avalia a questão do financiamento público nas campanhas eleitorais?

Raimundo Colombo - Hoje em dia os políticos tem que correr atrás das empresas para conseguir se eleger. E isto acarreta em compromissos. O financiamento público acabaria com esta história. No início poderá ser difícil. Mas temos o Ministério Público e a Justiça que são órgãos competentes para fiscalizar possíveis irregularidades no processo.

 

Jornal A Crítica - Os setores da Saúde e o da Educação são dois temas em debate constante. Como o senhor vai tratar essas áreas, sendo eleito o governador dos catarinenses?

Raimundo Colombo - A minha prioridade é a Saúde. Quando se precisa de uma cirurgia, é preciso passar por um processo muito longo. A Educação já está sistematizada. Há cotas para diversos tipos de estudantes. O acesso ficou mais fácil. Mas isto não significa ganho de qualidade.

 

Jornal A Crítica – O senhor como Senador tem se mostrado contra o aborto, união de homossexuais e adoção de crianças por casais de gays? Isso não implica em perde de votos?

Raimundo Colombo – Não tenho esse receio de perder os votos porque na minha vida sempre tive comigo esses pensamentos voltados à ordem familiar e não posso permitir esse modelo para a nossa sociedade. Realmente sou contra o aborto, contra a união de homossexuais e a adoção de crianças por casais gays. É uma questão de princípios.

 

Jornal A Crítica – O atual partido dos Democratas tem vivido mudanças nos últimos anos, até mesmo no nome de identificação. Que diferenças o senhor apontaria entre o antigo PFL e o hoje DEM?

Raimundo Colombo - A diferença principal é o esforço que estamos fazendo para atrair jovens e apoiá-los no desenvolvimento de novas lideranças, modernizar o partido e aproximá-lo da sociedade. Em nosso Estado, sem dúvida alguma, o Democratas é o partido que mais investe e apoia a geração de novas lideranças. Não é possível mudar a prática política com mesmice, a sociedade não quer e não aceita mais isso. Esse esforço já demonstra seus resultados. Na Assembléia Legislativa de Santa Catarina temos a bancada mais jovem de deputados, em idades que variam  entre 30 e 40 anos. Nas principais prefeituras que administramos no Estado, a exemplo de Blumenau, Chapecó, Joaçaba e Rio do Sul todos estão entre 35 e 45 anos. Nas Câmaras Municipais somos a sigla que mais elegeu vereadores jovens. Nossa posição de independência também foi motivada pela abertura de espaço para essa turma que vem com um ideal e um preparo muito forte; para a construção de um serviço público mais eficiente, justo e humano.

 

Jornal A Crítica – No município de Tubarão não se tem visto o surgimento de novas lideranças, como o senhor acabou de afirmar que vem sendo registrado no Estado. A História do hoje Democratas se resume em nomes como Geraldo Althoff, César Damiani e Jairo Cascaes. O que o DEM visualiza para o futuro. E como pode ocorrer isso?

Raimundo Colombo - O processo de renovação já começou. Inclusive, está planejada a realização de um seminário para capacitação de jovens lideranças da região. Volto a enfatizar que, todo o nosso partido, inclusive essas lideranças que construíram a nossa história, estão comprometidas com esse objetivo. Considero que esse é o caminho.

 

Jornal A Crítica – O senhor tem seu maior reduto eleitoral na Serra Catarinense, até porque já foi, por três ocasiões, prefeito de Lages. Qual a sua expectativa na região Sul, especialmente em Tubarão e região quanto à sua candidatura ao governo estadual?

Raimundo Colombo - O resultado eleitoral é conseqüência da relação e proximidade que você cria com as pessoas. Eu tenho um grande carinho e identifico-me muito com as pessoas dessa região, das famílias de descendência italiana que, assim como a minha, são muito trabalhadoras, expansivas e acolhedoras. Espero estreitar ainda mais os laços, fortalecer essa identidade e assumir alguns compromissos de forma muito democrática e participativa, no formato de uma agenda que contemple as questões cruciais para o desenvolvimento das pessoas e da região.

 

Jornal A Crítica – Quando oposição ao governo do Estado, o senhor criticou intensivamente as secretarias de Desenvolvimento Regional. Você ainda considera as SDRs como cabides de emprego? Com o PMDB e o PSDB juntos elas continuariam ou haveriam modificações?

Raimundo Colombo - Vamos avaliar essa experiência de oito anos e aproveitar tudo o que de bom aconteceu para a melhoria do serviço público.  A descentralização deve ser entendida como algo além das secretarias regionais, que precisam ser mais eficiente nas questões de custos (apresentar mais resultados), com orçamento e decisões trabalhados dentro de uma disponibilidade real de recursos.  Assim, as comunidades se sentirão como protagonistas e vão participar mais ativamente.

 

Jornal A Crítica – Lideranças do Sul de Santa Catarina, mais especificamente de Tubarão, têm reclamado da falta de investimentos na região. O senhor eleito, mudaria esse quadro. Qual seria a atenção a ser dada?

Raimundo Colombo – Acho que o Sul do Estado vai viver uma nova fase com a conclusão da BR-101 que hoje é um obstáculo, uma coisa grave e precisa ser concluída. Nós temos que estimular o crescimento econômico. É claro que existem demandas sociais. A nossa prioridade número um é a Saúde, temos de reforçar toda a rede existe e vamos estar muito presentes no Sul. Até porque a nossa coligação traz nessa aliança o Eduardo Moreira que vai ter uma influência muito grande em todo o processo.

 

Jornal A Crítica – O governador Luiz Henrique antes de deixar o cargo prometeu a conclusão da SC 100 – rodovia que liga a Passagem da Barra, em Laguna com o Balneário camacho, com ramal até o farol de Santa Marta. Assumiu Leonel Pavan e o a promessa ficou só no ato de lançamento da licitação, uma vez que o atual governador alega a falta de recursos. O senhor vai dar continuidade para concretizar esse sonho de milhares de pessoas daquela região, isso sem falar dos turistas?

Raimundo Colombo – Conheço o projeto e sei de sua importância. Ele atrasou devido às questões ambientais, hoje já resolvidas. Eu tenho compromisso com toda a região e com Luiz Henrique para dar andamento na obra.

 

Jornal A Crítica – Em que político o senhor se espelharia, caso eleito governador de Santa Catarina?

Raimundo Colombo - Existem muitas lideranças nas quais me espelho e busco inspiração para minha caminhada política.  Se fosse nominar entre os ex-governadores, não poderia deixar de lembrar meu conterrâneo Celso Ramos que há 50 anos promoveu uma verdadeira revolução em SC. De meu partido posso me reportar ao nome de Antônio Carlos Konder Reis, de Jorge Bornhausen e Wilson Kleinubing. Mas, também, busco inspiração na juventude que é desapegada e idealista. Na verdade quero ser a ponte entre uma geração que já deixou seu legado e a que chega com a vontade de romper paradigmas. Meu ideal é o de auxiliar neste processo de mudança do Estado brasileiro e devolvê-lo à sociedade. Vislumbro a construção de uma democracia verdadeira e de uma relação mais próxima entre representante e representado. Acima de tudo, quero cativar as pessoas a participarem do processo político e da vida comunitária.

 

Jornal A Crítica – Sua mensagem para os leitores do Jornal A Crítica e para a população de Tubarão e região.

Raimundo Colombo – Quero pedir o apoio de todos e me disponho a oferecer todo o meu trabalho e a nossa luta com idealismo, com determinação para fazer um grande governo a favor das pessoas, até porque, para nós, as pessoas estão em primeiro lugar.

 

Frase:

“Realmente sou contra o aborto, contra a união de homossexuais e a adoção de crianças por casais gays. É uma questão de princípios”.